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Carol Sandler é fundadora do Finanças Femininas, a maior plataforma online do Brasil de educação financeira para mulheres. É apresentadora do podcast “Meu Dinheiro, Minhas Regras” e colunista da Rádio Bandeirantes e dos portais da revista Claudia e E-Investidor. Autora dos livros “Dinheiro Nasce em Árvore?” e “Detox das Compras”, além de coautora do “Finanças Femininas – Como organizar suas contas, aprender a investir e realizar seus sonhos”. Formada em Jornalismo (PUC-SP), estudou relações internacionais no Instituto de Estudos Políticos da França (Sciences Po) e liderança feminina em Wharton.

Escreve às segundas-feiras, a cada 15 dias

Carol Sandler

Reserva de emergência ou salário: o que traz mais felicidade?

Estudo no Reino Unido discute se dinheiro traz felicidade

(Foto: Envato)
  • Estudo aponta que dinheiro à mão para momentos difíceis traz mais felicidade que um salário alto
  • Segredo está em comprar com moderação somente aquilo que realmente é necessário

Sabe aquela história de que dinheiro não traz felicidade? Pois é, ela merece uma atualização. (E não, não tem nada a ver com a piadinha que diz que quem acha que dinheiro não traz felicidade não conhece o endereço das lojas certas).

A psicologia econômica tem várias descobertas a respeito do tema dinheiro e felicidade que são notáveis. Mas a mais recente – e minha favorita – mostrou que o tamanho do nosso salário não determina tanto a nossa felicidade quanto o tamanho da nossa reserva de emergência.

É isso mesmo: a sua reserva é mais relevante para a sua felicidade atual do que o valor do seu contracheque e (pasme) até mesmo do seu patrimônio total.

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O estudo foi realizado com correntistas de bancos no Reino Unido e mostrou que as pessoas que tinham uma reserva maior possuíam uma maior bem-estar financeiro – o que, por sua vez, se traduzia em uma maior satisfação com a sua vida.

“Nosso resultado sugere que a existência de fontes facilmente acessíveis de dinheiro tem uma importância única para a satisfação com a vida, muito maior do que a renda, investimentos ou endividamento”, afirmam os autores do estudo, Peter Ruberton (Universidade da Califórnia), Joe Gladstone (Cambridge) e Sonja Lyubomirsky (Califórnia).

Ou seja: não importa se você tem um salário alto, mas gasta em um ritmo acelerado. Para ser mais feliz, gaste menos e poupe mais. Ter um dinheiro facilmente acessível na sua reserva de emergência é algo que determina mais a sua felicidade até do que o tamanho do seu patrimônio.

É aquela sensação de alívio: aconteça o que acontecer, você tem condições de arcar com uma despesa inesperada. Dá para deitar a cabeça no travesseiro com paz de espírito e dormir uma noite tranquila.

Este estudo é surpreendente – e positivo. Ele mostra que se você quer aumentar a sua satisfação com a sua vida, basta começar a montar a sua reserva de emergência.

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É inevitável, então, começar a se questionar se a sua forma de gastar dinheiro traz, de fato, felicidade. Ou você é daqueles que têm um armário metafórico cheio de roupas com etiqueta?

Este fenômeno está ligado à nossa capacidade de nos adaptar a qualquer circunstância, seja ela boa ou ruim. Na psicologia econômica, isso é chamado de adaptação hedônica – aquela sensação de que o que antes era um luxo, hoje virou o seu padrão de vida normal.

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Isso vale para as nossas compras. Se você acha que vai ser feliz quando conseguir aquele carro novo, aquela promoção ou o novo modelo de um smartphone, pense de novo. Afinal, nos acostumamos a tudo aquilo que tínhamos certeza que traria felicidade no dia em que conseguimos. Olhe para trás e lembre-se das suas conquistas anteriores: elas continuam trazendo felicidade? Ou já viraram o seu novo normal (pra usar um termo da moda)?

Por isso, é hora de repensar. Se você deseja construir uma vida com mais satisfação e felicidade, você pode sim usar o seu dinheiro para te ajudar – mas não da forma que você acreditava antes.