Sua viagem cabe no bolso

Formada em jornalismo, com especialização em mídias digitais pela Universidade da Califórnia, Berkeley, Valéria Bretas já passou pelos maiores veículos de comunicação do País e hoje é editora no E-Investidor. Ao longo de sua carreira, também aperfeiçoou técnicas de planejamento financeiro aplicadas em viagens.

Escreve mensalmente, às sextas-feiras.

Instagram: @moneypackers

Valéria Bretas

Finanças e viagens: o que essas duas coisas têm em comum

Como pensar no dinheiro para planejar o próximo destino

Visto de turismo para brasileiros nos EUA cresce quase 40%; veja quanto custa. (Foto: Pixabay-Pressmaster)
  • Talvez você se pergunte por que eu posso te ajudar com tudo isso? Sou conhecida como a louca das finanças pessoais
  • A palavra-chave é meta. Se você consegue guardar 10% do salário ou R$ 100 por mês, o que importa é ser fiel ao planejamento e não deixar de separar essa verba

Verdade seja dita: a jornalista que vos escreve carrega há anos a vontade de abrir um diálogo com as pessoas para falar sobre finanças e viagens. Em março deste ano, quando o projeto do E-Investidor saiu do papel e fui convidada para ser editora, vi a oportunidade de misturar esses dois assuntos e mostrar que o planejamento financeiro pode ser o maior aliado das experiências mundo afora.

A ideia desse espaço é trazer as novidades do setor aéreo e algumas dicas de como viajar sem comprometer (tanto) o orçamento. Vamos falar sobre investimentos, planejamento das contas fixas, programas de fidelidade das aéreas, pacotes de viagens, cashback, câmbio e hospedagens. Ufa!

Ainda que a demanda por viagens aéreas tenha caído por conta da pandemia de coronavírus, o tráfego nos trechos de curta distância já esboça sinais de recuperação. Por ora, o mercado doméstico abre as portas antes do internacional e deve ganhar mais força até o fim deste ano, mas a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) já está em ação com os governos de cada país para acelerar o processo de retomada.

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Talvez você se pergunte por que eu posso te ajudar com tudo isso? Sou conhecida como a louca das finanças pessoais, ou “mão de vaca”, segundo alguns amigos, e a minha história com viagens bem planejadas começa em 2011, quando a minha renda mensal era de uma estagiária e o sonho era conhecer Nova York. Fácil, né? Não. E é aí que entramos no assunto que realmente interessa.

O que finanças e viagens têm em comum?

Passagem aérea, hospedagem, seguro, câmbio, alimentação e passeios. O checklist clássico para planejar qualquer viagem. Colocar cada um desses itens no papel pode parecer um tanto assustador, já que a projeção da conta final nem sempre é tão atrativa quanto gostaríamos. Um dos questionamentos que eu mais recebo é como pagar todas as contas fixas – mais conhecidas como aluguel, transporte, mercado, etc. – e guardar dinheiro para viajar no ano seguinte com um salário que pode ser robusto ou modesto.

Chegamos aonde eu queria. Essa equação realmente não fecha se não houver um bom plano de finanças pessoais por trás.

O passo a passo para se organizar

A saída que eu encontrei lá em 2011 foi estudar os meus gastos. O que eu estava fazendo com o meu salário? Quais gastos realmente eram essenciais e como eu poderia economizar?

Naquela época, como ainda não existia esse mar de aplicativos que temos hoje para ajudar na organização das finanças, coloquei tudo no papel e percebi que gastava a minha “sobra do mês” com livros, cinema, restaurantes e saídas aos finais de semana. O segundo passo foi estabelecer metas de gastos: será que realmente preciso comprar dois livros por mês? E se eu cortar uma das quatro idas ao cinema? Fiz um plano trimestral na academia, realmente estou indo? Voilà!

Percebi que não precisava deixar de sair e fazer o que gosto. O segredo é entender para onde o dinheiro está indo e como equilibrar os pratos em prol de um objetivo – viajar.

Gastos identificados, excessos enxugados, e agora?

A palavra-chave é meta. Se você consegue guardar 10% do salário ou R$ 100 por mês, o que importa é ser fiel ao planejamento e não deixar de separar essa verba – o resultado só vai aparecer se houver disciplina. Evidente que esse valor muda de pessoa para pessoa, mas forçar a mentalidade de organização é o passo mais importante para começar.

Se o seu sonho de viagem for tão grande quanto era o meu, esse processo pode se tornar mais fácil e natural do que você pensa. Ao longo da minha educação financeira percebi que conseguia melhorar ainda mais o meu orçamento da seguinte forma: no final do mês, já com as contas pagas e separada a reserva da viagem, observei que havia uma sobra na minha conta corrente.

Parte dessa gordura também era direcionada para a minha aplicação de Nova York. Não preciso dizer que deu tudo certo, né? Os 365 dias planejamento me ajudaram a entender minhas finanças, pensar melhor em como gastar o meu próprio dinheiro e de quebra passei semanas maravilhosas na cidade que nunca dorme.

É importante ressaltar que deixar o dinheiro na conta corrente é a escolha menos vantajosa se a data da viagem ainda está um pouco longe. Em 2011, a minha opção foi aplicar tudo na poupança, mas cá entre nós: há quase uma década, a regra de cálculo era outra e a rentabilidade para o investidor iniciante não deixava tanto a desejar, já que a taxa básica de juros (Selic) estava na casa dos 12%.

Como o rendimento da poupança está diretamente ligado a essa taxa, hoje, com a Selic em 2%, o cenário é outro. Mas vamos com calma. Isso é história para a próxima conversa!

Em tempo: os melhores investimentos para aplicar a reserva financeira e a pesquisa prévia de passagens e hospedagens também são passos importantes. Falamos sobre isso nas próximas colunas.