- "Uma pessoa muito rica deveria deixar para seus filhos o suficiente para eles fazerem qualquer coisa, mas não o suficiente para eles não fazerem nada." disse o megainvestidor Warren Buffett
- Está ocorrendo um movimento de doações de fortunas de bilionários no exterior e estamos vendo um aumento de pedidos de testamentos com o advento da pandemia
- Há também uma discussão sobre herdeiros não darem valor ao dinheiro e por isso perderem suas iniciativas
“Uma pessoa muito rica deveria deixar para seus filhos o suficiente para eles fazerem qualquer coisa, mas não o suficiente para eles não fazerem nada”, disse o megainvestidor Warren Buffett.
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No final de setembro, uma declaração do apresentador super-rico da CNN Anderson Cooper ao podcast Morning Meeting reavivou a polêmica sobre deixar ou não fortuna aos herdeiros.
Está ocorrendo um movimento de doações de fortunas de bilionários no exterior e estamos vendo também um aumento de pedidos de testamentos com o advento da pandemia. O próprio Warren Buffett já doou metade de sua fortuna para fundações de impacto social.
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Há uma discussão sobre herdeiros não darem valor ao dinheiro e por isso perderem suas iniciativas. Frase como “Filho de rico é playboy, filho de pobre é motoboy” traz a simbologia do dinheiro conseguido facilmente versus o dinheiro suado, mas talvez adquirido de forma pouco prazerosa.
Devo fazer um investimento para garantir o futuro do meu filho? Qual a melhor opção? Quanto devo deixar? Para responder a esta pergunta, gostaria de dar um passo atrás. Minha pergunta é: o que leva você a se preocupar com isso?
Posso afirmar, em minha experiência, que o erro na educação financeira dos filhos não está na classe social. Pais com muito ou pouco recurso podem igualmente errar ou acertar nesse caminho. A questão também não está no quanto se deixa aos filhos. Mesmo porque, se todos tiverem vida longa, o dinheiro de herança só seria usado pelos netos (como no caso da rainha Elizabeth e a provável sucessão do trono inglês).
No entanto, inserido na obsessão da preocupação em deixar ou não recursos, provavelmente existe o desejo de excesso de controle sobre a vida dos filhos, que desvirtua o foco do que realmente é importante deixar a eles; e, talvez, já esteja causando em si mesmo, danos suficientes.
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Um filho bem-sucedido financeiramente precisa desenvolver autonomia, autoestima, senso de autoeficácia, amor pelo trabalho, por suas conquistas e autocontrole sobre decisões de longo prazo. Precisa entender por que e para que ele está no mundo, precisa adquirir um senso de propósito e transcendência naquilo que faz, na razão de existir, para poder alcançar sua autorrealização.
Para isso, ele precisa ser elogiado e compreendido. Precisa de apoio para identificar seus talentos e potencialidades (a maioria dos jovens com quem trabalho não consegue identificar no que são bons o bastante). Precisa tentar e errar por conta própria, ao longo de sua vida, desde a infância e ser incentivado a persistir.
Filhos criados assim serão capazes de tudo! De viverem no pouco ou no muito. De serem excelentes sucessores, ótimos administradores de possíveis heranças ou mesmo seguirem seus caminhos e construírem do zero.
Por isso, papai e mamãe, muito mais do que presente do Dia das Crianças ou de garantir o futuro financeiro de seus filhos, ou de privá-los de possíveis heranças, preocupem-se em valorizar os seres humanos únicos e incríveis que estão aqui no mundo, que precisam apenas de apoio, elogio, acolhimento, empatia e suporte para encontrarem seus próprios caminhos, nos quais possam brilhar e fazer a diferença nesta sociedade.
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