- Como educadora financeira e CEO da primeira plataforma voltada à educação financeira de mulheres, afirmo que ser autônoma é mais do que ter dinheiro
- Entender que não somos seres completamente racionais, mas, sim, guiados por emoções, é um grande passo rumo à sua independência emocional
Há quem diga que falar sobre independência da mulher em pleno século XXI é algo datado – afinal, já não conquistamos tudo?
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Não.
Penso que o Dia Internacional da Mulher, mais do que uma data comemorativa, também é o momento perfeito para fazermos um balanço de onde chegamos e para onde queremos ir.
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Os dados nos guiam na hora de olhar para frente. Este saiu na quinta-feira passada (4): a participação das mulheres no mercado de trabalho aumentou pelo quinto ano consecutivo. Porém, a remuneração segue menor que a dos homens, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa é uma corrida cheia de obstáculos – o que reforça o meu ponto de que, sim, ainda há muito a ser feito.
Como educadora financeira e CEO da primeira plataforma voltada à educação financeira de mulheres, afirmo que ser autônoma é mais do que ter dinheiro – sim, independência financeira é um dos pilares que eu defendo, mas não é o único.
Convido você – independente do seu gênero – a ver e multiplicar esta mensagem.
Os três pilares da independência da mulher
O primeiro pilar é o que eu mais falo: independência financeira. Longe dos gurus de redes sociais – que defendem investir milhões ou algo do tipo –, penso que se trata de não ter que trabalhar por dinheiro.
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Em um mundo capitalista, parece brincadeira falar disso, mas reitero: trata-se de ter liberdade para escolher atividades, remuneradas ou não, sem ficar preso a quanto vai receber por isso.
É algo intimamente ligado a propósito e felicidade, porque essa independência permite tomar decisões não pelo dinheiro que virá ao final do mês, mas pela alegria que elas vão proporcionar.
Para alcançar a independência financeira, sugiro os três passos que contei na coluna passada.
O segundo pilar é a independência emocional – e isso não está, necessariamente, ligado a relacionamentos. Tem a ver com ser dona e responsável por suas emoções e sentimentos.
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As emoções guiam nossas decisões, afinal, ninguém é tão racional quanto pensa – e o autor dessa teoria, Daniel Kahneman, ganhou um Prêmio Nobel de Economia em 2002.
Entender que não somos seres completamente racionais, mas, sim, guiados por emoções, é um grande passo rumo à sua independência emocional. A partir do momento que você reconhece, identifica e aceita quem você é, fica mais fácil se colocar no mundo como um ser autônomo.
Já o terceiro pilar é a independência espiritual – e, novamente, não estamos falando de religião. Entendo que nem todos são os chamados “free spirits”, ou espíritos livres, que pensam o que pensam, doa a quem doer.
No entanto, não é necessário ser combativa para ter espírito crítico. Só é independente de verdade quem questiona, corre atrás e, principalmente, só escolhe acreditar no que realmente faz sentido para si.
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Por isso, essa noção vai além da fé. Foram mulheres com independência de espírito que lutaram pelos nossos direitos há décadas e décadas, e isso me permite vir aqui, hoje, falar tão diretamente com tantas mulheres.
Este é um tripé: fica difícil, quase impossível, mantê-lo em pé e estável sem um dos pilares. Precisamos dos três para alcançarmos – e mantermos – a tão sonhada independência.
(Colaborou Ana Paula de Araujo, jornalista do Finanças Femininas)
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Nota dos editores: questionamos Carol se ela tinha alguma sugestão de imagem para ilustrar a coluna: “Djamila. Rainha. Independente em todos os aspectos”