As melhores dicas para o seu bolso

Carol Sandler é fundadora do Finanças Femininas, a maior plataforma online do Brasil de educação financeira para mulheres. É apresentadora do podcast “Meu Dinheiro, Minhas Regras” e colunista da Rádio Bandeirantes e dos portais da revista Claudia e E-Investidor. Autora dos livros “Dinheiro Nasce em Árvore?” e “Detox das Compras”, além de coautora do “Finanças Femininas – Como organizar suas contas, aprender a investir e realizar seus sonhos”. Formada em Jornalismo (PUC-SP), estudou relações internacionais no Instituto de Estudos Políticos da França (Sciences Po) e liderança feminina em Wharton.

Escreve às segundas-feiras, a cada 15 dias

Carol Sandler

Os três pilares da independência da mulher no século XXI

O Dia Internacional da Mulher é o momento perfeito para fazermos um balanço de onde chegamos e para onde vamos

A escritora Djamila Ribeiro (Foto: Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo)
  • Como educadora financeira e CEO da primeira plataforma voltada à educação financeira de mulheres, afirmo que ser autônoma é mais do que ter dinheiro
  • Entender que não somos seres completamente racionais, mas, sim, guiados por emoções, é um grande passo rumo à sua independência emocional

Há quem diga que falar sobre independência da mulher em pleno século XXI é algo datado – afinal, já não conquistamos tudo?

Não.

Penso que o Dia Internacional da Mulher, mais do que uma data comemorativa, também é o momento perfeito para fazermos um balanço de onde chegamos e para onde queremos ir.

Preencha os campos abaixo para que um especialista da Ágora entre em contato com você e conheça mais de 800 opções de produtos disponíveis.

Ao fornecer meu dados, declaro estar de acordo com a Política de Privacidade do Estadão , com a Política de Privacidade da Ágora e com os Termos de Uso

Obrigado por se cadastrar! Você receberá um contato!

Os dados nos guiam na hora de olhar para frente. Este saiu na quinta-feira passada (4): a participação das mulheres no mercado de trabalho aumentou pelo quinto ano consecutivo. Porém, a remuneração segue menor que a dos homens, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Essa é uma corrida cheia de obstáculos – o que reforça o meu ponto de que, sim, ainda há muito a ser feito.

Como educadora financeira e CEO da primeira plataforma voltada à educação financeira de mulheres, afirmo que ser autônoma é mais do que ter dinheiro – sim, independência financeira é um dos pilares que eu defendo, mas não é o único.

Convido você – independente do seu gênero – a ver e multiplicar esta mensagem.

Os três pilares da independência da mulher

O primeiro pilar é o que eu mais falo: independência financeira. Longe dos gurus de redes sociais – que defendem investir milhões ou algo do tipo –, penso que se trata de não ter que trabalhar por dinheiro.

Em um mundo capitalista, parece brincadeira falar disso, mas reitero: trata-se de ter liberdade para escolher atividades, remuneradas ou não, sem ficar preso a quanto vai receber por isso.

É algo intimamente ligado a propósito e felicidade, porque essa independência permite tomar decisões não pelo dinheiro que virá ao final do mês, mas pela alegria que elas vão proporcionar.

Para alcançar a independência financeira, sugiro os três passos que contei na coluna passada.

O segundo pilar é a independência emocional – e isso não está, necessariamente, ligado a relacionamentos. Tem a ver com ser dona e responsável por suas emoções e sentimentos.

As emoções guiam nossas decisões, afinal, ninguém é tão racional quanto pensa – e o autor dessa teoria, Daniel Kahneman, ganhou um Prêmio Nobel de Economia em 2002.

Entender que não somos seres completamente racionais, mas, sim, guiados por emoções, é um grande passo rumo à sua independência emocional. A partir do momento que você reconhece, identifica e aceita quem você é, fica mais fácil se colocar no mundo como um ser autônomo.

Já o terceiro pilar é a independência espiritual – e, novamente, não estamos falando de religião. Entendo que nem todos são os chamados “free spirits”, ou espíritos livres, que pensam o que pensam, doa a quem doer.

No entanto, não é necessário ser combativa para ter espírito crítico. Só é independente de verdade quem questiona, corre atrás e, principalmente, só escolhe acreditar no que realmente faz sentido para si.

Por isso, essa noção vai além da fé. Foram mulheres com independência de espírito que lutaram pelos nossos direitos há décadas e décadas, e isso me permite vir aqui, hoje, falar tão diretamente com tantas mulheres.

Este é um tripé: fica difícil, quase impossível, mantê-lo em pé e estável sem um dos pilares. Precisamos dos três para alcançarmos – e mantermos – a tão sonhada independência.

(Colaborou Ana Paula de Araujo, jornalista do Finanças Femininas)

Nota dos editores: questionamos Carol se ela tinha alguma sugestão de imagem para ilustrar a coluna: “Djamila. Rainha. Independente em todos os aspectos”