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- Para tratar da tendência que o Ibovespa deve seguir ao longo dos próximos meses, resolvi analisar suas séries históricas mês a mês, desde 1995
- Se o ano de 2023 seguir a tendência histórica observada, podemos esperar desempenhos bastante positivos nos próximos cinco meses do ano
- Ao que tudo indica, o índice deve fechar o ano de 2023 com rentabilidade positiva e superior, inclusive, à do CDI
Dia sim e outro também, tenho sido questionado por jornalistas sobre as expectativas para o Ibovespa, ainda mais com a redução da taxa Selic anunciada pelo Copom na última semana. As análises possíveis são inúmeras, mas como sabem, me atenho sempre aos números. Dessa vez, para tratar da tendência que o índice deve seguir ao longo dos próximos meses, resolvi analisar suas séries históricas mês a mês, desde 1995.
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Como podemos observar no gráfico abaixo, o Ibovespa teve um maior número de rentabilidades positivas entre os meses de agosto e dezembro. Nos últimos 28 anos, no mês de agosto, o índice acumulou 16 rentabilidades positivas contra 12 negativas; em setembro, outubro e dezembro, foram 19 ante 9 e, nos meses de novembro, 17 versus 11. Se o ano de 2023 seguir essa tendência histórica, podemos esperar desempenhos bastante positivos nos próximos cinco meses do ano.
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Outro atributo que pode nos ajudar a traçar a direção para onde deve caminhar o Ibovespa ao longo dos próximos meses é um consensus do mercado financeiro. Na plataforma do TradeMap, reunimos mais de 20 contribuintes e opiniões de analistas, investidores e instituições financeiras sobre o desempenho futuro de determinadas ações em um período específico – a partir da qual tiramos uma mediana.
De acordo com esses dados, 154 ações com pelo menos cinco recomendações têm uma mediana de upside de 15,3%. Com 10 recomendações, são 67 ações, cuja mediana projeta um upside de 16,6%, considerando os preços de 1º de agosto de 2023.
Ao restringirmos a análise às ações da carteira do Ibovespa, notamos que o potencial de valorização vem caindo desde o final de março, quando o Ibovespa iniciou uma alta expressiva de 23,82% desde o dia 23 daquele mês. No entanto, temos uma leve alta na última amostra de agosto de 2023.
Em março, o mercado estimava uma mediana de valorização das ações da carteira do Ibovespa de 43,90%, valor que foi caindo até junho, atingindo 16,7% – queda esta justamente em função da valorização do mercado, já que com a elevação dos números, o potencial de crescimento dali em diante se tornava menor. De junho até o momento, o consensus aponta para um crescimento, fechando o dia 1º de agosto com 18,30% de alta na mediana para os papéis do Ibovespa – o que nos indica uma expectativa positiva do mercado de maneira mais ampla.
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Ibovespa versus CDI
Nos últimos 20 anos, até 31 de julho, observamos que o Ibovespa registrou uma valorização de 798,6%, enquanto a do CDI foi de 683,2%. Vale dizer ainda que o Ibovespa teve seu desempenho acumulado superior ao do CDI em 4.954 dos 5.116 pregões analisados – as exceções se deram, sobretudo, entre dezembro de 2014 e agosto de 2018 e durante a pandemia, entre março e maio de 2020. Mesmo na crise de 2008, a rentabilidade acumulada do Ibovespa ficou acima do CDI.
Desde 23 de março deste ano, graças à eventual – agora concretizada – redução da taxa de juros brasileira, temos observado uma tendência de alta do Ibovespa. A título de ilustração, o gráfico abaixo aponta para o desempenho dos investimentos de um indivíduo que manteve suas economias aplicadas de 31 de julho de 2003 a 31 de julho de 2023.
Nos últimos 240 meses, o Ibovespa registrou rentabilidade positiva em 140 ocasiões, sendo outras 100 negativas. Em relação ao CDI, o Ibovespa teve desempenho superior em 124 meses, 116 meses, inferior. Em amostras anuais, nos últimos 20 anos, o Ibovespa teve 14 anos de rentabilidade positiva, e seis de negativa. Nesse mesmo recorte, o Ibovespa registrou um desempenho melhor do que o CDI em 11 oportunidades.
As três análises aqui realizadas trazem expectativas favoráveis para o desempenho do Ibovespa ao longo dos próximos meses. Ao que tudo indica, o índice deve fechar o ano de 2023 com rentabilidade positiva e superior, inclusive, à do CDI. Tudo isso, sem dúvida, está atrelado à agora real redução da taxa de juros brasileira, que acaba por impulsionar o mercado de renda variável, fazendo com que os investidores busquem maiores rentabilidades ao da renda fixa. Conforme a taxa Selic for diminuindo, será natural a migração de recursos da renda fixa para a Bolsa.
A redução da Selic, vale dizer, deve trazer um alento para aquelas empresas que possuem dívidas atreladas à taxa, o que consequentemente diminui sua estrutura de capital e reduz os juros a serem pagos pelos empréstimos contraídos, o que é revertido em menos despesas e maiores ganhos a empresas listadas na B3, em um grande círculo virtuoso.
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