Assim como o setor de aviação é refém dos custos em dólar e receita em real, o varejo também é um setor desafiador. O motivo é simples: está cada vez mais difícil ter um diferencial competitivo.
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O Magazine Luiza (MGLU3), por exemplo, foi o primeiro a descobrir que o novo marketing era a logística. Ou seja: quanto mais rápido o produto chegar, maior é a conversão de venda daquele cliente. Não demorou para outras varejistas, como Mercado Livre (MELI34) e Via (VIIA3), correrem atrás para entregar prazos de entrega muito semelhantes.
Em paralelo, outro desafio é lidar com a margem de lucro extremamente apertada. No comércio eletrônico, por exemplo, o consumidor consegue comparar facilmente o preço dos produtos e a primeira característica na tomada de decisão é o preço. Agora, surge uma nova ameaça para o varejo tradicional: as lojas autônomas, que não necessitam de nenhum funcionário para operar e entregam o produto em tempo real.
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Elas funcionam sozinhas, através do uso da tecnologia para controle e pagamento, e podem estar instaladas em um condomínio, uma academia ou um resort, por exemplo. Uma das empresas que está liderando este movimento é a ONII, que já começou até mesmo seu processo de internacionalização.
Conversei com Tom Ricetti, co-fundador da ONII e head de novas soluções e negócios:
Qual o futuro das lojas autônomas e qual a situação do Brasil em relação aos outros países do mundo?
O futuro não é a loja autônoma, mas sim a autonomia do usuário. A autonomia não está mais ligada somente a compra, ela está ligada à locação, destravamento e a guarda de produtos. Muitos falam dos aplicativos, mas acredito que aplicativos nem existirão mais nos celulares.
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Tudo será feito através das nossas digitais, seja a íris do olho ou até mesmo a pulsação do coração. O mundo está mudando muito rápido. Quem não se adaptar vai sumir!
Como as lojas autônomas podem mudar o varejo?
Ao contrário do que muitos pensam, nós estamos muito na frente. O Brasil é líder absoluto. Estimamos que hoje já temos 12 mil operações de lojas autônomas. Apesar de não termos uma cultura de seriedade como a dos japoneses, por exemplo, com o uso da tecnologia inibimos muitos problemas, como o furto de mercadorias.
Qual o investimento médio de um franqueado de uma loja autônoma e faturamento?
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Na ONII, uma loja pode variar de R$ 10 mil até R$ 150 mil. Depende muito do tamanho da operação. Conseguimos fazer desde um display para a venda de brigadeiros até um grande supermercado. Nossa solução não tem limites.
Que tipo de soluções a ONII possui para as empresas?
Conseguimos atender qualquer tipo de empresa que quer inovação de tecnologia e vendas de produtos. Entregamos tudo pronto para o nosso cliente. Não importa se é uma indústria de bebidas, vestuário, acessórios ou até mesmo aluguel de equipamentos. Nossa missão é solucionar e gerar receita.
Como você enxerga esse mercado daqui a 10 anos?
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Eu não acredito mais em dinheiro em papel e não acredito mais no atendente de uma loja querendo empurrar um determinado produto. Com o excesso de informação que circula hoje, está mais fácil para o consumidor tomar uma decisão e depender cada vez menos de uma ajuda externa.
Vocês já iniciaram o processo de internacionalização da ONII?
Já começamos a operação fora do país. Já estamos no mercado europeu, abrindo lojas em Portugal e estamos acelerando a expansão para os países árabes. O mundo vai caminhar para as lojas autônomas. Isso é um fato.
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