Investimento não é cassino

Fabrizio Gueratto tem quase 20 anos de experiência no mercado financeiro. É especialista em investimentos, professor de MBA em Finanças, autor do livro “De Endividado a Bilionário”, fundador da Gueratto Press e criador do Canal 1Bilhão, com quase 21 milhões de visualizações no YouTube

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Fabrizio Gueratto

Open banking: Bancões podem perder e clientes só ganham

O novo processo implementado pelo Banco Central promete gerar diversas possibilidades para os clientes

Foto: Pixabay

Todos sabemos como é complicado conseguir um emprego, ainda mais nessa crise que o País tem passado. Afinal, além das qualificações corretas, é necessário demonstrar que você é o profissional que aquela empresa deseja contratar em cada etapa do processo seletivo.

Mas, e se esse processo fosse simplificado? E se as empresas já tivessem uma espécie de relatório que diz se você é um bom profissional ou não? Ou quem sabe até mostre seu histórico de presença. Isso em si já simplificaria muito a jornada para conquistar um emprego.

É exatamente por esta transformação que o mercado financeiro está passando agora. O processo de open banking consiste em deixar nas mãos do cliente os seus dados bancários e a decisão de compartilhá-los ou não.

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Entendendo o open banking

Open banking, ou sistema financeiro aberto, é um sistema criado para que os clientes de produtos e serviços financeiros permitam um compartilhamento das suas informações entre diferentes instituições autorizadas pelo Banco Central.

Um dos benefícios do novo sistema é a movimentação por parte do usuário, que indiretamente acaba por incentivar a competitividade entre bancos, que agora precisam sempre estar inovando em seus serviços, se não, perderão clientes.

O Banco Central estabeleceu quatro fases para o processo de implementação total do sistema, que deve estar totalmente concretizado em dezembro deste ano.

Por que o open banking é bom para o cliente?

A maior vantagem deste novo sistema é o fato do controle ser inteiramente do cliente. Afinal, o mesmo poderá optar ou não pelo compartilhamento de informações. E no caso de optar, vai permitir que todas as instituições financeiras o conheçam.

Além disso, ser cliente de um banco, não irá te impedir de adquirir produtos de outro. Cada instituição será “forçada” a evoluir seus produtos e benefícios para manter ou conquistar um novo cliente.

Bancões perdem com o open banking

Se as fintechs e os clientes saem ganhando com o open banking, os grandes bancos podem acabar tendo uma leve desvantagem. Isso porque instituições como Itaú (ITUB3 e ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) possuem uma verdadeira oligarquia de clientes, onde a maioria dos brasileiros recorrem a estas instituições para obterem um serviço financeiro.

E com o open banking, esse jogo é um pouquinho diferente. Por não possuir os seus dados presos a nenhuma instituição financeira, agora, o cliente ou investidor do “banco X” pode adquirir um produto do “banco Y”.

Por conta do acesso que o “banco Y” teve ao seu histórico financeiro, isso será  possível, mesmo que você nunca tenha tido qualquer contato ou relação prévia com a instituição. Ou seja, os “bancões” acabam perdendo nesta história.

Banco Central focado em tecnologia

Antigamente, ter uma conta no mesmo banco há 20 anos era sinônimo de status, afinal, ser cliente antigo te dava certos benefícios. Você sempre conseguia um crédito maior, isso porque existia uma certa relação com aquele banco. Era quase como um casamento financeiro.

Essa jogada do Banco Central é como o Pix, sai de uma simples regulamentação e fiscalização. O open banking e o Pix vieram para fazer com que nós, clientes e investidores brasileiros, possamos adquirir uma relação com diversas instituições a fim de que não exista mais uma oligarquia e sim que todos tenham mais serviços e produtos à disposição.

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