O que este conteúdo fez por você?
- Por se tratar de um conceito recente, existe uma certa confusão entre os investimentos ESG e os investimentos de impacto
- Os investimentos de impacto são determinados a gerar impacto social, ambiental e ao mesmo tempo obter retornos financeiros
- Eles estão presentes em diversos países mundo afora e em diferentes classes de ativos, além de abranger resultados quantificáveis em projetos de empresas, institutos e governos
As transformações que vivemos nos negócios e na sociedade atualmente estão promovendo rupturas nos padrões e paradigmas existentes que serão a base para a construção da nova economia e da sociedade nas próximas décadas.
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Vários assuntos surgiram e outros ganharam notoriedade nos últimos anos e um deles em particular pode influenciar essas mudanças. São os investimentos de impacto.
Eles são determinados a gerar impacto social, ambiental e ao mesmo tempo obter retornos financeiros. Estão presentes em diversos países mundo afora e em diferentes classes de ativos, além de abranger resultados quantificáveis em projetos de empresas, institutos e governos. É um fenômeno de crescimento exponencial que despertou o interesse de investidores, empresários e cidadãos, pois proporciona diversos estímulos e o aumento da eficácia para enfrentar as crises econômicas, sociais e ecológicas globais.
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Por se tratar de um conceito recente, existe uma certa confusão com os investimentos ESG (sigla em inglês equivalente a ASG, em português, para ambiental, social e governança). Os investimentos ESG analisam as práticas ambientais, sociais e de governança das empresas, com medidas financeiras mais tradicionais.
Já os investimentos de impacto visam ajudar uma empresa a concluir um projeto, desenvolver um programa e fazer algo positivo para a sociedade ao mesmo tempo que buscam resultados para a cadeia de valor. Alguns exemplos de investimento de impacto são empresas que fazem atendimento com baixo custo na área da saúde e no segmento de educação oferecem programas de qualidade educacional com baixo valor de investimento por parte das famílias.
Em novembro de 2010, o JPMorgan, a Fundação Rockefeller e o Global Impact Investing Network (GIIN), publicaram um relatório afirmando que o investimento de impacto alcançaria entre US$ 400 bilhões e US$ 1 trilhão em ativos sob gestão até 2020.
Na época, essa previsão parecia ambiciosa, mas os números provam que a popularidade crescente dos investimentos de impacto tem ganhado cada vez mais novos adeptos e de forma acelerada. De acordo com o relatório do Global Impact Investing Network 2020, o mercado cresceu mais de 42%, de US$ 502 bilhões para US$ 715 bilhões em ativos sob gestão.
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Em busca de permitir que seus investimentos façam a diferença no mundo, um número crescente de investidores encontrou na raiz do desenvolvimento humano e da sociedade, as motivações para esse tipo de investimento.
A missão é construir mercados melhores e mais competitivos, investindo em negócios com benefícios sociais potencialmente grandes como: melhores perspectivas para pessoas desfavorecidas e/ ou com impacto ambiental sustentável para os países. Essas iniciativas benéficas – sejam em educação de qualidade, energia eólica, ou acesso a saúde – são o “propósito” dos negócios. Outro fator motivador é o olhar no futuro e como as novas gerações dos Millenials e Z tendem a valorizar as marcas e projetos sustentáveis.
Leia também: Por que os Millennials vão mudar os mercados e os investimentos
No cenário brasileiro, a significativa desigualdade social que proporciona o desequilíbrio socioeconômico, também permite que empreendedores, fundos de Venture Capital e outros atores desenvolvam e financiem soluções inovadoras com o objetivo de preencher essas lacunas.
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Um dos temas que mais tem chamado a atenção é a educação. Muitos especialistas entendem que o país não consegue atender a demanda do nível de qualificação exigido pelo mercado de trabalho. Prova disso é a estimativa que o Brasil terá a lacuna de 1 milhão de profissionais na área de tecnologia até 2030.
O governo investe cerca de 6% do PIB, mas em contrapartida o país encontra-se na posição número 57 no último ranking mundial divulgado do PISA. As oportunidades passam por combinar capital e inovação ao mirar os resultados de impacto para melhorar a qualidade do aprendizado, diminuir a taxa de abandono escolar e aumentar a taxa de escolarização.
Além disso, a biodiversidade ambiental do país e a importância da mudança climática no contexto global, cria um cenário de oportunidades para parcerias estratégicas entre empreendedores e investidores.
Em setembro de 2020, a Aspen Network of Development Entrepreneurs (ANDE) publicou um estudo chamado “Investimento de Impacto na América Latina”, que avaliou as tendências na região durante 2018-2019. Foram US$ 785 milhões de investimentos de impacto no Brasil, sendo os setores que receberam a maior quantidade de operações foram educação (23%), tecnologia e comunicação (13%) e agricultura (13%).
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De acordo com Vanina Farber, economista e cientista política especializada em inovação social, empreendedorismo e responsabilidade social corporativa pelo IMD Business School, existem algumas características chave para se ter sucesso nos investimentos de impacto:
• O modelo de negócios deve ser transparente e permitir uma estimativa de impacto social a ser alcançado
• Deve-se ter uma solução não tradicional para o mercado que desbloqueie a inovação social
• Um caminho de médio prazo (3-5 anos) para a sustentabilidade financeira deve ser articulado de forma plausível. Isso deve capturar o potencial do mercado e fatores que podem afetar a receita crescente e as projeções de margem bruta
• Boas ideias se concretizam se combinadas com energia empreendedora e habilidades relevantes. Portanto, é fundamental para obter bons resultados nesses investimentos, ter um empreendedor ou de uma equipe empreendedora que tenha as qualidades empreendedoras combinada com as habilidades necessárias
Fato é que os investimentos de impacto serão um agente transformador importante do mercado e da sociedade ao mesmo tempo que irão proporcionar aos países em desenvolvimento acelerar suas iniciativas em educação, saúde e sustentabilidade ambiental para melhorarem as condições de competitividade no mercado e permitir as pessoas viverem um futuro melhor e repleto de oportunidades.