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Comportamento

O que fazer em Roma em 4 dias, sem perder tempo nem dinheiro

A capital italiana tem muitas atrações, por isso é preciso organização e foco no que é essencial para conseguir aproveitar uma viagem curta

O que fazer em Roma em 4 dias, sem perder tempo nem dinheiro
Roma, capital da Itália (Foto: Adobe Stock)
O que este conteúdo fez por você?
  • Uma dica de ouro é acordar cedo: muitos pontos turísticos abrem entre 8h e 9h da manhã e geralmente ficam mais vazios nesse horário
  • Compre todos os ingressos com antecedência pela internet: com hora marcada você pode evitar filas e a chance de ficar sem ver o que você quer
  • Exercício em dia: prepare-se para caminhar bastante, já que a maioria das atrações está no centro histórico da cidade, acessível a pé

No último artigo da coluna, compartilhei com vocês algumas dicas e um bom roteiro para não errar na sua primeira viagem para Milão. No texto de hoje embarcamos para a capital da Itália, Roma, uma das cidades mais encantadoras da Europa — e uma das mais visitadas também.

Apesar da variedade de experiências, restaurantes e bons hotéis, ela é relativamente pequena e é possível conhecer as principais atrações turísticas explorando a pé em três ou quatro dias. Mas é preciso se programar para fugir dos horários de pico das atrações, evitando perder muito tempo em filas.

Quando não tenho muitos dias na cidade, costumo buscar uma hospedagem em regiões centrais e mais estratégicas, para evitar deslocamentos mais longos. Desta vez, optei pelo Hotel de la Ville, da sofisticada rede Rocco Forte Hotéis, localizado no topo da Escadaria da Praça da Espanha. O local é parada obrigatória para os turistas, que muitas vezes utilizam os icônicos 135 degraus, onde acontece o desfile Donne Sotto le Stelle, como ponto de encontro.

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A tradição do grupo hoteleiro é de buscar edifícios históricos, e o La Ville não foge a regra, transformando um palazzo do século 18 em um projeto que transporta os hóspedes para o passado. A minha parte favorita do espaço — e que me colocou de cara para o melhor da cultura italiana — foi o terraço interno do Mosaico Restaurant. O lugar parece feito para uma cena de filme, com cadeiras ao ar livre e janelas que remetem diretamente às tradicionais casas antigas do centro de Roma.

O conforto, claro, tem um preço: as diárias no La Ville podem variar de 700€ a 8.050€ (entre R$ 4.172 e R$ 48.242, aproximadamente), dependendo da suíte escolhida e da época do ano (esses valores podem subir pontualmente em datas festivas e alta temporada). A excelente reputação do hotel contribui para isso: em 2022, o La Ville foi eleito o Melhor Hotel de Roma pelos leitores da revista Travel + Leisure.

Para onde você olha, seja dentro de uma das 104 suítes ou nas áreas comuns, há história e elegância, com nome e sobrenome, como o papel de parede artesanal dos designers locais Rubelli e Dedar, além dos ricos tecidos italianos e tapeçarias históricas da Zardi & Zardi. Veja também como é a experiência exclusiva em um hotel histórico de luxo em Roma.

O que fazer em Roma?

Em uma viagem curta, o ideal é começar seu roteiro indo naquele ponto turístico que você não pode deixar de ir de jeito nenhum se estiver em Roma: o Coliseu. Você certamente já ouviu falar do maior e mais famoso símbolo do Império Romano, que na verdade era um enorme anfiteatro para combates entre gladiadores e que foi inaugurado no ano 80 d.C. — boa parte da estrutura de tijolos revestidos de argamassa e areia está preservada e você pode inclusive visitar o interior do edifício.

Eu fui ao Coliseu logo cedo, e recomendo. As visitas abrem às 8h30 no horário local, mas fique atento porque é preciso comprar o ingresso com antecedência pela internet, já escolhendo o dia e horário da sua visita. Apenas a entrada no Coliseu custa 18€ (cerca de R$ 108), mas geralmente os turistas preferem o tíquete de 25€ (R$ 150), que também dá direito a entrar no Fórum Romano e no Monte Palatino, com audioguia.

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O Fórum Romano e o Palatino podem ser visitados 24 horas antes ou depois do horário reservado para o Coliseu. Minha sugestão é ir logo quando sair do Coliseu, aproveitando o fluxo ainda baixo de turistas pela manhã.

Ainda na região do centro de Roma, a cerca de 10 minutos a pé do Coliseu, está a Piazza Venezia. É outro ícone da capital italiana, especialmente pelo “Il Vittoriano”, um monumento gigantesco dedicado a Vittorio Emanuele II, o primeiro rei da Itália unificada, que foi inaugurado em 1911. Você vai ficar de queixo caído com o edifício de 135 metros de largura e 70 metros de altura, com diversas colunas e escadarias — tudo em mármore branco.

Muitos turistas se contentam apenas em admirar o Vittoriano pelo lado de fora e fazer fotos com ele ao fundo, mas, se você quiser, é possível entrar nele. Seu interior abriga o Instituto para a História do Ressurgimento e o Museu Central do Ressurgimento, além de um terraço panorâmico. A entrada é gratuita, a não ser que você queira usar o elevador, que é pago (7€ para adultos, cerca de R$ 42). Se não se importar e subir escadas, vale a pena dar uma passada rápida no terraço.

Depois de almoçar pelo centro de Roma, onde há muitas opções de excelentes restaurantes de comida italiana, fui caminhar pela Via del Corso para explorar as lojas e cafés locais. É um lugar onde você pode passar horas e horas entrando em vielas que cruzam a rua principal, fazendo compras nos inúmeros comércios e parando para tomar uma bebida quente ou para provar o famoso gelato, o sorvete italiano, dependendo da época do ano que você for.

Arte e Cultura

Reservei o segundo dia do meu roteiro para dar um pulinho fora da Itália e visitar o Vaticano — o menor país do mundo, que é na verdade uma cidade-estado cercada por Roma. Sede da Igreja Católica Romana, o Vaticano é a residência do Papa e está repleto de tesouros da arte e da arquitetura. É possível chegar lá facilmente de metrô, pegando a linha A até a estação Ottaviano-S. Pietro.

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Você vai entrar no Vaticano a pé, mas, mesmo sendo outro país, não será preciso fazer imigração, inclusive você não verá nenhuma barreira física indicando a mudança de Estado, apenas placas. Comecei meu tour visitando os museus do Vaticano e a Capela Sistina, onde está o famoso afresco de Michelangelo “A Criação de Adão”, que é imperdível.

Como os museus são enormes e a visita pela Capela Sistina é demorada, se prepare para gastar algumas horas nesse passeio. E aqui também é preciso comprar os ingressos com antecedência pela internet, agendando dia e horário da sua visita. A entrada conjunta dos museus e da Capela Sistina custa a partir de 30€ (cerca de R$ 180) — pode ser mais cara que isso se você escolher opções de tíquetes com audioguia ou com acesso sem fila.

Na parte da tarde, explorei a Basílica de São Pedro e subi em sua cúpula para checar a vista panorâmica do Vaticano. Esse passeio é imperdível: a grandiosidade e o luxo da basílica são de tirar o fôlego e a vista lá do alto é surreal — também é possível ver muitos pontos turísticos de Roma.

O ingresso também é vendido online, indicando o dia e horário da visita. Custa a partir de 29€ (cerca de R$ 174). Pode ser mais caro se você quiser audioguia ou elevador para subir a cúpula. Aqui vale um alerta: mesmo pagando pelo elevador, ele não vai até o topo da basílica, então ainda assim você terá que subir caminhando algumas escadas íngremes e apertadas para chegar até lá. Não indicaria para idosos, pessoas com mobilidade reduzida, grávidas ou para quem é claustrofóbico.

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Para fechar o segundo dia de passeios, fui conhecer os Jardins do Vaticano: uma imensa área verde de 23 hectares onde é possível encontrar várias fortificações medievais, edifícios e monumentos do Renascimento e do Barroco, além de jardins, parques e pomares. É uma boa opção para conhecer o cotidiano de quem mora na cidade do Vaticano, vendo como o pessoal administrativo, de manutenção e de segurança executa o seu trabalho diário neste pequeno país.

Os Jardins do Vaticano só podem ser visitados com um guia oficial dos museus, por isso é necessário reservar uma visita guiada ou ir a bordo de um ônibus aberto com audioguia. Geralmente este acesso está incluído no ingresso aos Museus e Capela Sistina, mas se certifique disso na hora da compra.

A fonte famosa

Certamente, se você já pesquisou sobre Roma, viu uma fonte imensa e belíssima onde as pessoas jogam moedas e fazem pedidos. Ela já apareceu em muitos filmes e séries, e é outra atração imperdível para quem visita a cidade. Eu estive na Fontana di Trevi, como ela é chamada, na manhã do meu terceiro dia na capital italiana.

Como é um monumento público que fica na rua, não há cobrança de ingresso para vê-la, mas prepare-se: geralmente suas imediações ficam abarrotadas de turistas, que disputam o melhor ângulo ou posição para fazer as suas fotos. Muitas vezes eles se preocupam tanto com a foto que esquecem da tradição da moeda — cuidado para não cometer esse erro!

Uma dica é procurar por cafés ou restaurantes nos edifícios que rodeiam a Fontana di Trevi. Alguns possuem janelas e sacadas onde você conseguirá fazer sua foto de cima, em um ângulo mais exclusivo que os demais turistas lá embaixo. Influenciadores e blogueiros costumam aparecer por ali de madrugada para tentar pegar o lugar mais vazio logo nas primeiras horas do dia. Pode ser uma alternativa, mas o sucesso não é garantido.

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Saindo dali, fui caminhando até o Panteão, o edifício romano mais conservado do mundo. A fachada retangular esconde uma enorme cúpula que possui um diâmetro maior do que a cúpula da Basílica de São Pedro. É impressionante vê-la por dentro. Do lado de fora, o edifício romano é formado por 16 colunas de granito de 14 metros de altura, lindíssimo. A entrada custa 5€ (cerca de R$ 30) e você precisa comprar online, reservando dia e horário.

O dia terminou na incrível Piazza Navona, que é uma das praças mais lindas de Roma. Em estilo barroco, ela foi construída no lugar do estádio de Domiciano (Circo Agonal), que abrigava mais de 30 mil romanos para assistir aos jogos atléticos gregos. O que mais chama atenção no local são as três fontes construídas sob o mandato de Gregorio XIII Boncompagni.

A “Fonte dos Quatros Rios”, construída por Bernini em 1651, tem quatro estátuas que representam os rios mais importantes da época: o Nilo, o Danúbio, o Ganges e o Rio da Prata. Há também duas fontes menores, a Fontana del Moro e a Fontana del Nettuno. Ambas foram feitas por Giacomo della Porta, mas a Fontana del Moro também passou pelas mãos de Bernini depois de construída.

Além da beleza das três fontes, o que também me chamou atenção foi a bandeira do Brasil em um dos edifícios que rodeiam a praça. Sim, trata-se da Embaixada do Brasil em Roma, que fica justamente neste ponto turístico lindíssimo.

Villa Borghese e Trastevere

O meu último dia em Roma começou com um passeio pelos jardins da Villa Borghese, um dos parques mais bonitos de toda a Europa. Ele é imenso e abriga várias atrações, como o zoológico da capital italiana e até uma cópia do teatro “Shakespeare’s Globe Theatre” de Londres, o Silvano Toti Globe Theatre.

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Mas o que queria ver era mesmo a Galeria Borghese, um dos museus mais importantes de Roma, que abriga pinturas de artistas como Rafael, Tiziano e Caravaggio. Para quem gosta de arte, este é um passeio imperdível. A entrada no museu custa 27€ (cerca de R$ 162) e é preciso comprar antes pela internet, agendando dia e horário da visita.

Uma caminhada pelas margens do Rio Tibre foi a maneira perfeita de fechar esse roteiro de quatro dias na capital italiana, com uma parada para fazer fotos na famosa Ponte Sant’Angelo. Com cerca de dois mil anos de idade, é uma das pontes mais antigas de Roma. Foi renovada em 1668/1669, quando recebeu esculturas de anjos feitas por Bernini. Hoje é usada apenas por pedestres e dá acesso ao Castelo de Sant’Angelo, construído sobre as ruínas do antigo Mausoléu de Adriano, e é atualmente um museu.

Quanto custa viajar para Roma?

A capital italiana é uma cidade muito turística, por isso tem opções de hospedagem e alimentação para todos os bolsos. Eu fiquei em um hotel de luxo cinco estrelas, mas quem visita Roma com um orçamento mais apertado consegue encontrar hotéis bem honestos de duas ou três estrelas, mesmo na região central, no entorno da rodoviária local, ou até hostel, com preços bem mais acessíveis, em torno de 100€ (cerca de R$ 600) a diária ou até menos que isso.

No meu caso, o custo de quatro diárias na suíte em que eu fiquei no La Ville de Roma sairia em torno de 6.000€ (cerca de R$ 35.950). Já os passeios, considerando a entrada mínima para um adulto em todas as atrações citadas no roteiro, seriam em torno de 120€ (cerca de R$ 720). Reserve também ao menos 100€ (perto de R$ 600) por dia para alimentação — para quatro dias, portanto, seriam 400€ (aproximadamente R$ 2.400).

A passagem de avião é uma parte importante do custo total da viagem para Roma. Duas empresas fazem voo direto saindo de São Paulo com destino à capital italiana: Latam e ITA. Uma simulação no site Skyscanner em agosto de 2024 para uma viagem de SP a Roma de quatro dias em março de 2025 (mesmo mês em que estive ali neste ano) mostrava uma média de preços de 800€ (cerca de R$ 4.795) para ida e volta em classe econômica.