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- Em 2023 os investidores estrangeiros foram os maiores compradores da Bolsa Brasil com R$56 bi no ano
- Até a data de 19/01 os estrangeiros já retiraram quase R$1 bi do nosso mercado e pelo comportamento do dólar, estão enviando esse dinheiro para fora
- Está chamando a atenção do mundo o encolhimento em ritmo acelerado da China e da Europa
Os investidores estrangeiros foram os maiores compradores da Bolsa brasileira em 2023, com R$ 56 bilhões no ano, o segundo maior aporte anual desde 2008. Apenas em novembro e dezembro o fluxo foi de quase 40 bilhões, acompanhando o rali dos mercados internacionais.
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O gringo comprou enquanto o investidor institucional (fundos de investimentos) vendeu e pessoas físicas ficaram praticamente no zero a zero no ano marcado pelas diversas visões “pós eleição”. Em 2023 os fundos multimercados tiveram saída líquida de R$ 134 bilhões, enquanto os fundos de ações tiveram resgate menor, mas relevante ainda, de R$ 17 bilhões.
Aparentemente, 2024 tinha tudo para manter o ritmo de entrada de capital, já que viramos o ano com a economia forte em termos de atividade econômica, inflação baixa e expectativa por forte queda de juros que pode levar a Selic para 8% ainda nesse ano, segundo os mais otimistas, perto da média do relatório Focus que marca (por enquanto/ainda) 9% ao ano.
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Apesar disso, o ano começou bem diferente e os motivos vêm mais do cenário internacional que do quadro doméstico (apesar de haver muitos por aqui, na minha opinião).
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Até a última sexta-feira (19) os estrangeiros retiraram em 2024 quase R$ 1 bilhão do nosso mercado e, pelo comportamento do dólar, estão enviando esse dinheiro para fora. Se pararmos para analisar o que houve da virada do ano para agora em termos locais não há nenhum grande destaque além de inflação ainda controlada, discussões (sem andamento) em relação à desoneração da folha de pagamentos e, consequentemente, a parte fiscal. Nem tivemos ainda resultados trimestrais para poder avaliar a economia por meio dos números reais das empresas.
A mentalidade do investidor estrangeiro
O que de fato chamou a atenção do mundo foi que a China e a Europa estão encolhendo em ritmo acelerado enquanto os Estados Unidos, ainda com juros altíssimos, continua com a economia forte, geração de empregos e inflação em queda, aos poucos apontando para a meta de 2%.
Se coloque no lugar de um gringo com dinheiro espalhado pelo mundo inteiro diante do cenário do momento como uma foto. O que você vê?
Na minha visão eu enxergo:
- Economia chinesa fraquíssima;
- Europa como sempre parada;
- Commodities para baixo dada atividade econômica mundial mais fraca;
- A recessão aparecendo no mundo todo;
- EUA com economia forte;
- Expectativa por queda de juros nos EUA.
Por que um investidor estrangeiro mandaria o dinheiro para outros países, como o Brasil – que representa só 0,5% do volume financeiro em investimentos (mercado de ações) – ou um gigante asiático, se em casa ele tem economia forte e expectativa de juros mais baixos em um intervalo pequeno de tempo?
Questões sobre o investidor estrangeiro
Como coloquei no grupo do Whatsapp, aberto à todos – e que você pode entrar clicando aqui – o DXY, indicador que compara o dólar com outras seis principais moedas do mundo, está subindo forte nesse ano. Só em janeiro a divisa norte-americana chegou a subir quase 4% contra as principais rivais, mostrando que o “gringo” está voltando para casa, vendendo ativos no exterior e comprado dólares e ativos americanos – outro sinal que corrobora essa visão é a máxima histórica alcançada pelo S&P500 e pelo Dow Jones.
Nesse cenário do gringo voltando para casa duas perguntas me vêm à cabeça. A primeira, quanto ele vai tirar de investimento do Brasil? E, depois, se o investidor estrangeiro de fato vender Bolsa brasileira, quem vai comprar e segurar o nosso mercado?
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