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Comportamento

60% pretendem gastar metade ou menos em dezembro, diz pesquisa

Levantamento da fintech BLU365 aponta que 38% avaliam que entrarão em 2021 'no vermelho'

60% pretendem gastar metade ou menos em dezembro, diz pesquisa
Foto: Pixabay
  • Conforme pesquisa da BLU365, fintech especializada na recuperação de crédito com mais de 15 milhões clientes, 34% dos entrevistados pretendem cortar pela metade os gastos em dezembro e 26% para menos da metade
  • Em relação às dívidas, o estudo mostrou que mais da metade da população está otimista quanto à regularização financeira, de modo que 60% dos entrevistados esperam quitar os débitos até o fim do ano
  • A pesquisa também mostrou que 41% dos entrevistados esperam que o orçamento de novembro e dezembro seja melhor do que o de janeiro e fevereiro deste ano

Os efeitos da pandemia ainda deverão se manifestar na vida das pessoas por algum tempo. E o bolso, ou melhor, as dívidas são um dos indicativos do aperto que a crise provocou no orçamento das famílias. Resultado disso é que os consumidores estão mais cautelosos e planejam gastar menos em dezembro, se comparado ao mesmo mês do ano passado.

Conforme pesquisa da BLU365, fintech especializada na recuperação de crédito com mais de 15 milhões de clientes, 34% dos entrevistados pretendem cortar pela metade os gastos em dezembro e 26% para menos da metade. Já para 24% do público a meta é economizar até 25%, ao passo que 14% das pessoas consultadas querem gastar até 10% a menos do que tinham com despesas no último mês de 2019.

Em relação às dívidas, o estudo mostrou que mais da metade da população está otimista quanto à regularização financeira, de modo que 60% dos entrevistados esperam quitar os débitos até o fim do ano, sendo que 31% dizem ter atrasos, mas esperam resolvê-los, e 29% já estão com tudo em dia e assim querem ficar.

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Já 32% das pessoas consultadas estão com as contas atrasadas e assim devem continuar. E 6% dizem estar “no azul” no momento, mas avaliam que encerrarão o ano com dívidas.

“Temos evidências de que, apesar do otimismo para 2021, ainda existe uma parcela relevante da população em dificuldades financeiras e que, mesmo com a ajuda do auxílio emergencial estendido até dezembro deste ano, não conseguirá fazer frente às suas despesas correntes e dívidas passadas”, afirma João Netto, líder de Ciência de Dados da BLU365.

No início de setembro, o governo confirmou a prorrogação do auxílio emergencial até dezembro deste ano, totalizando mais quatro parcelas de R$ 300 reais.

Em um terceiro cenário, a pesquisa também mostrou que 41% dos entrevistados esperam que o orçamento de novembro e dezembro seja melhor do que o de janeiro e fevereiro deste ano. Contudo, 28% esperam uma piora na condição financeira nos dois últimos meses do ano, se comparado aos dois primeiros, e 29% acreditam que estarão com as contas na mesma situação.

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Além das expectativas das pessoas, é preciso também acompanhar como o País criará as condições necessárias para a recuperação da economia e, na ponta, a situação das famílias.

No último mês de setembro, por exemplo, o País tinha 67,2% dos brasileiros com dívidas em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal e prestação de carro e de casa, conforme a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O resultado foi 0,3 ponto porcentual menor do que o recorde da série histórica, registrado em agosto (67,5%).

Mas a situação econômica brasileira é delicada, segundo projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI) na última quarta-feira (14). Para o fundo, o País deverá sofrer um salto da dívida pública brasileira de 89,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, para 101,4% neste ano. Até 2025, a estimativa é que a relação entre a dívida pública e o PIB chegue aos 104,4%.

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