O que este conteúdo fez por você?
- O Comitê Olímpico do Brasil registrou um crescimento nos investimentos: foram 21 empresas patrocinadoras do Time Brasil no setor privado, sendo que 9 delas possuem ações em negociação na bolsa brasileira, a B3
- Pensando nelas, Bruna Sene, analista de renda variável da Rico, levantou dados para verificar se a exposição que as empresas listadas tiveram durante o período das Olímpiadas impactou a performance das suas ações
- Entre as instituições que investiram no Time Brasil, as listadas em Bolsa são das áreas de educação, aérea, vestuário, telecomunicação, esporte, energia e investimentos
O fim dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 consolidou a segunda maior campanha do Brasil na história do evento, com 20 medalhas no total. O Comitê Olímpico do País também registrou um novo crescimento: foram 21 empresas patrocinadoras do Time Brasil no setor privado, sendo que 9 delas possuem ações em negociação na bolsa brasileira, a B3.
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Pensando nelas, Bruna Sene, analista de renda variável da Rico, levantou dados para verificar se a exposição que as empresas listadas tiveram durante o período das Olímpiadas impactou a performance das suas ações na Bolsa de Valores. Sene destaca que a comparação pode estar relacionada, já que quase 70% da população brasileira foi impactada pelo conteúdo das competições, considerando apenas os canais Globo (digitais e TV aberta) e com base no último censo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Podemos dizer que o conteúdo sobre as Olímpiadas ‘viralizou’ entre a população. Quem acompanha redes sociais sabe que, além de muita emoção, os Jogos foram a temática de diversas discussões e ‘memes’ “, comenta a analista da Rico. Assim, o conteúdo das companhias patrocinadoras também foi bastante consumido pelos espectadores da televisão e usuários das redes sociais.
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Entre as instituições que investiram no Time Brasil, as listadas em bolsa são das áreas de educação, aérea, vestuário, telecomunicação, esporte, energia e investimentos. Algumas exerceram o patrocínio a partir de uma marca própria, caso da XP Investimentos (XPBR31) – negociada em Brazilian Depositary Receipts (BDRs) – da Neoenergia (NEOE3) e da Azul (AZUL4).
No entanto, algumas empresas optaram por apoiar o esporte brasileiro por meio de marcas associadas a uma holding, ou seja, uma sociedade gestora matriz que exerce controle de outras empresas. Esse foi o o caso da Havaianas, que pertence à Alpargatas (ALPA4), e da Mormaii, que pertence ao grupo Technos (TECN3).
Para entender se a exposição dessas marcas durante os Jogos Olímpicos se refletiu nos preços de suas ações, Sene avaliou a variação desses ativos no período do evento. Logo, a análise foi realizada desde o fechamento dos negócios em 25 de julho até a abertura das negociações do dia 12 de agosto.
Vale lembrar que as Olímpiadas de Paris tiveram início no dia 26 de julho e foram encerradas em 11 de agosto. Confira os resultados:
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É possível perceber que 66% das empresas que patrocinaram o Time Brasil tiveram oscilação positiva nas ações durante o período analisado.
No entanto, a analista da Rico alerta que não necessariamente essa relação de causa e efeito é verdadeira. Isso porque o movimento dos preços de ações na bolsa, em sua essência, ocorre pela relação entre oferta e demanda.
"A dinâmica entre compra e venda de ações reflete uma série de fatores. Eles podem ser macroeconômicos, como juros, taxa de câmbio e inflação, além de questões microeconômicas - como o desempenho específico de uma empresa (incluindo lucro e alavancagem) - e ainda os objetivos e perfil de cada investidor", reforça.
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O impacto da exposição que os patrocinadores tiveram durante o período dos Jogos Olímpicos pode ter influenciado a decisão de investidores e, consequentemente, impactado o preço dos respectivos papéis. Porém, afirmar que há uma relação direta e de causalidade entre os dois fatores exigiria estudo estatístico detalhado.
Além disso, durante o mesmo período, a maioria das companhias patrocinadoras com ações negociadas em bolsa divulgaram seus balanços financeiros referentes ao segundo trimestre do ano. "A temporada de resultados costuma adicionar volatilidade para as ações, já que os investidores tendem a ajustar suas posições com base nos números recém conhecidos", comenta Sene.
A preocupação com a recessão nos Estados Unidos e alta de juros no Japão também contribuíram para um movimento generalizado de queda das bolsas ao redor do mundo. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, registrou alta de 3,70% no período analisado.
Segundo a analista, apesar da aparente correlação entre a alta das empresas patrocinadoras do Time Brasil e a exposição das marcas durante o período dos Jogos Olímpicos, não é possível confirmar uma relação de “causa e efeito”. Contudo, ela destaca a análise como uma lição para o investidor: antes de tomar uma decisão no mercado acionário, vale fazer uma análise mais detalhada e não considerar apenas um fator.
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