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Comportamento

Meu primeiro R$ 1 milhão: a história de Rafael Prado

Na adolescência, o empresário tinha "raiva" de bilionários. Hoje, ele fatura R$ 30 milhões ao ano

Meu primeiro R$ 1 milhão: a história de Rafael Prado
Rafael Prado é empreendedor na área de marketing digital. Foto: Jonas Ponzetto
  • Rafael Prado nasceu em Santo André, na região do ABC Paulista, mas cresceu em um bairro simples de Mauá
  • Seu pai nunca chegou a ganhar mais do que R$ 3 mil por mês e, desde muito cedo, o hoje milionário precisou conviver com a violência
  • A primeiro empresa que abriu, quebrou em 6 meses. O primeiro R$ 1 milhão foi conquistado na segunda tentativa de empreender

Essa reportagem faz parte do Especial Meu Primeiro R$ 1 milhão

Rafael Prado nasceu em Santo André, na região do ABC Paulista, e cresceu em um bairro simples de Mauá. Seu pai nunca chegou a ganhar mais do que R$ 3 mil por mês e, desde muito cedo, o hoje milionário precisou conviver com violência. “Aos 12 anos vi um amigo ser morto em uma quermesse da escola porque o irmão era envolvido com tráfico. Mataram primeiro o irmão, depois ele”, afirma.

Assim como o analista Eduardo Mira (leia a história dele aqui), Prado também pensava em como sair daquela situação. Em uma conversa com a mãe, após o assassinato do colega, perguntou qual seria a melhor faculdade que ele poderia fazer – e ela respondeu que era a Universidade de São Paulo (USP). “Prometi para ela que entraria nessa tal de USP”, diz. “Ali alguma coisa mudou dentro de mim, vi que tinha que focar nos estudos para não ter o mesmo destino do meu amigo.”

“Tinha raiva de bilionários”

O primeiro emprego foi aos 15 anos, como monitor de informática na escola de idiomas Wizard. Na época, a franquia promovia encontros de funcionários com o empresário Carlos Wizard, em Campinas (SP). Prado foi um deles. “Meu salário na época era R$ 300 e eu estava cumprimentando um bilionário. Na minha cabeça, eles eram os responsáveis pela extrema pobreza de parte da população”, diz.

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Com 18 anos, ainda no ensino médio, prestou vestibular da USP pela primeira vez e não teve sucesso. Entretanto, conseguiu aprovação na Faculdade de Tecnologia Termomecanica (FTT) para cursar sistemas de informação. Nesse período, saiu do trabalho e entrou na empresa de tecnologia Alcatel-Lucent, onde ganhava cerca de R$ 1,2 mil.

“No segundo ano da FTT, tentei de novo a USP e passei no curso de gestão de políticas públicas”, afirma Prado. “Decidi sair do trabalho que eu tinha na Alcatel, para cursar as duas faculdades ao mesmo tempo.”

A decisão só foi possível porque Prado criou uma pequena reserva de R$ 6 mil nos dois anos em que trabalhou na Alcatel. “Sempre tive essa cabeça de que preciso pegar parte do que eu ganho e guardar. Nesta empresa, eu guardava em média uns R$ 300 por mês”, diz.

Na USP, passou a se inscrever para várias bolsas de iniciação científica. O objetivo era custear a alimentação e o transporte para a graduação. “Ficava praticamente 6 horas no transporte”, afirma. “A bolsa me ajudou muito a conseguir terminar as faculdades.”

Primeira falência

Aos 22 anos, Prado havia concluído as dugas graduações e decidiu empreender em uma empresa de criação de sites. “Começou dando certo, entrou uma grana, mas eu não tinha experiência alguma. Em menos de seis meses, eu e meu sócio tivemos que fechar”, afirma.

Um dos fatores que contribuíram para essa primeira quebra foi a falta de educação financeira e inteligência emocional. Logo de cara, ele e o sócio conseguiram reunir uma quantia de R$ 10 mil com o fechamento de alguns projetos. Imediatamente o padrão de vida aumentou.

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“Comprei carro, comecei a frequentar outros lugares, aumentei meu padrão gastronômico. Eu nunca tive nada, a partir do momento que eu pude comprar alguma coisa, quis recuperar o tempo perdido”, afirma Prado. “Quando a empresa quebrou, fiquei devendo quase R$ 30 mil.”

Com as cartas do Serasa chegando, Prado teve lidar com a decepção dos pais, que questionavam fortemente o porquê de tantas dívidas. “Me senti envergonhado”, diz. “Aumentar o padrão de vida na mesma medida que a renda é um grande erro.” Em 2014, o pai do empresário morreu subitamente, vítima da síndrome de Guillain-Barré, e ele se tornou o responsável pela vida financeira da família.

Depois de muitos currículos enviados e entrevistas frustradas, conseguiu um emprego na área de tecnologia do banco Itaú. No primeiro ano, utilizou parte da remuneração para quitar as dívidas acumuladas, que é uma grande recomendação de planejadores financeiros. Somente no segundo ano conseguiu voltar a guardar dinheiro.

“Não queria gastar mais do que ganhava, então guardava de 20% a 25% do meu salário”, diz Prado. Para engordar a renda, ele dava aulas em faculdades e pós-graduações. Entretanto, ele queria mais.

O primeiro R$ 1 milhão

O primeiro R$ 1 milhão foi conquistado na segunda tentativa de empreender. Por orientação de um amigo que trabalhava com marketing digital, Prado criou um e-book sobre finanças para vender na internet. “Eu ensinava as pessoas como limpar o nome no Serasa e sobre educação financeira”, diz. O livro digital custava R$ 70 e vendeu milhares de cópias.

O primeiro grande sucesso foi o lançamento de um congresso on-line, com mentoria de especialistas de diferentes áreas. No final, o interessado deveria desembolsar R$ 497 para participar. Com o sucesso nos negócios, ele criou uma mini agência de marketing.

Um dos infoprodutos vendeu R$ 2,4 milhões em quatro meses, segundo Prado. “Eu ficava com 50% do valor vendido dos produtos e foi aí que fiz meu primeiro R$ 1 milhão”, diz Prado. Atualmente, Prado avalia faturar R$ 30 milhões ao ano com seus negócios.

Como chegar aos sete dígitos

Para Prado, o caminho para juntar o primeiro R$ 1 milhão é ter um custo de vida menor que sua renda para conseguir poupar. Em diversas fases da vida, ter uma reserva de emergência o ajudou a agarrar oportunidades de crescimento que surgiram, como cursar USP e comprar participação na Web TV.

Entretanto, para Prado, a melhor forma de conquistar uma renda passiva, além dos investimentos tradicionais, é por meio da educação e o empreendedorismo.

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“Tenho uma carteira de investimento, mas a minha principal alocação hoje é em negócios”, diz. “Não acredito que existe um caminho para lançar negócios de sucesso sem educação, seja ela formal, em faculdade, ou informal.”

A mesma visão é compartilhada pelo empresário Fabrizio Gueratto, criador do Canal 1Bilhão Educação Financeira, especialista em investimentos e colunista do E-Investidor.

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