O que este conteúdo fez por você?
- A instituição financeira global, Credit Suisse, enviou com exclusividade ao E-Investidor um relatório em que identifica seis ‘super tendências’ sociais pra os próximos anos
- O documento intitulado ‘Supertrends 2022’ traz oportunidades de negócio de longo prazo para investidores, em setores que devem registrar alto crescimento
- Todos os temas das Supertrends são relacionados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU
Ignorar grandes tendências de negócio geralmente é algo que não acaba bem. Não são raras as empresas que chegaram ao auge no passado e, por não saberem identificar pontos de inflexão, acabaram perdendo todo o valor. E quem investiu nelas, também sofreu prejuízos.
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Foi o que aconteceu com a Blockbuster, locadora líder de mercado nos anos de 1990 e 2000. Na época, o CEO da empresa, John Antioco, rejeitou a compra da Netflix (NFLX34) – que ainda era uma companhia de aluguel de DVDs on-line, entregues pelo correio. Alguns anos depois, a empresa se tornou um dos maiores streamings do mundo. Já a Blockbuster virou apenas lembrança. A história foi contada no livro That Will Never Work, do cofundador da Netflix, Marc Randolph.
É muito difícil prever o futuro, mas é possível analisar probabilidades. A instituição financeira global Credit Suisse enviou com exclusividade ao E-Investidor um relatório em que identifica seis ‘super tendências’ sociais para os próximos anos. O documento intitulado ‘Supertrends 2022’ traz oportunidades de negócio de longo prazo para investidores, em setores que devem registrar alto crescimento.
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Daniel Rupli, responsável pela área de Análise de ações individuais do Credit Suisse, acredita que as Supertrends se tornam ainda mais importantes em um momento em que as bolsas de valores passam por estresse.
“Os mercados de ações têm estado em uma situação difícil na transição em curso para uma política monetária mais restritiva. Um ambiente tão volátil e incerto é quando uma estrutura temática de investimento em ações, como nossas Supertrends, é muito valiosa para os investidores”, afirma Rupli.
As empresas com grande potencial de crescimento futuro estão relacionadas aos temas: Sociedades Ansiosas, Infraestrutura, Tecnologia, Economia Grisalha, Valores da Geração do Milênio e Mudanças Climáticas. Entre esses, apenas o tópico de clima não estava elencado no primeiro relatório Supertrend, lançado em 2017 pelo Credit Suisse.
“As flutuações de humor no curto prazo e a volatilidade no mercado financeiro, como as que vimos no primeiro trimestre de 2022, não afetam muito nossa convicção geral de longo prazo sobre nossas Supertrends”, afirma o banco, no relatório.
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Todos os temas das Supertrends são relacionados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Veja quais são as tendências de negócios para o futuro:
Sociedades ansiosas – capitalismo inclusivo
A primeira trend selecionada pelo Credit Suisse tem a ver com empresas que impactarão positivamente a sociedade e trarão alívio para mazelas sociais, como a pobreza, a desigualdade e a segurança. Companhias que ajudem a reduzir custos de necessidades básicas, como alimentação e moradia, que promovam requalificação/desenvolvimento dos funcionários ou que tenham soluções de segurança pessoal, higiene e cibersegurança, devem ser mantidas no radar.
Cases em redução de custos de alimentos:
- John Deere (DEEC34): empresa de maquinários agrícolas que combinou big data com inteligência artificial em seus equipamentos e serviços para reduzir o uso de insumos e aumentar a produtividade.
- CNH Industrial (CNHI, NYSE): multinacional italiana focada em sistemas de alimentos autossustentáveis e no ciclo de vida circular do produto. A empresa visa promover práticas agrícolas sustentáveis e reduzir o desperdício de alimentos.
Cases de requalificação profissional:
- Chipotle Mexican Grill (C1MG34): rede americana de restaurantes que começou a oferecer a seus funcionários, sem custo, cursos de agricultura, culinária e hospitalidade.
- McDonalds (MCDC34): a famosa rede de fast food, de acordo com o Credit Suisse, agora oferece descanso remunerado e ajuda no pagamento de mensalidades escolares para atrair novos talentos.
Cases de segurança pessoal:
- Signify (LIGHT, EURONEXT): segundo o banco suíço, a empresa introduziu a tecnologia UV e desenvolveu produtos e aplicações inovadoras que utilizam a radiação UV-C para inativar 99,99% dos vírus SARS-COV-2 no ar ou na água e em superfícies.
Infraestrutura
Para o Credit Suisse, 2022 marca o início de um ‘boom’ no setor de infraestrutura que deve durar vários anos. O segmento deve ser impulsionado pelo aumento de gastos públicos com novos programas de infraestrutura nos EUA e Europa.
“Grande parte dos gastos será alocada para transporte, transição energética e infraestrutura de comunicações”, afirma o banco, em relatório. “Embora esses programas suscitem preocupações inflacionárias, muitas empresas de infraestrutura em nossos subtemas de transporte, energia e telecomunicações oferecem proteção contra a inflação via contratos indexados à inflação.”
De acordo com Rupli, empresas focadas no fornecimento de infraestrutura de energia nuclear e gás natural estão no centro desta tendência. Além disso, estão no radar companhias que fornecem suporte para a construção de infraestrutura pública e privada de carregamento de veículos elétricos em grandes cidades, bem como provedores de infraestrutura de telecomunicações que se beneficiam da implantação da tecnologia 5G.
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Cases em energia nuclear e gás natural
- TerraPower: a empresa de capital fechado concentra suas pesquisas nucleares no desenvolvimento de pequenos reatores modulares baseados em sistemas de segurança passiva. O objetivo do setor é desenvolver usinas nucleares mais baratas e menores que reduzam os altos custos de capital das usinas tradicionais e que sejam mais seguras.
Tecnologia a serviço do ser humano
As companhias que fornecem tecnologia continuam sendo uma grande aposta de longo prazo. Principalmente aquelas que produzem softwares ou sejam relacionadas ao 5G, inteligência artificial, realidade virtual e metaverso.
“Outra fonte promissora de crescimento dos investimentos em digitalização é o metaverso”, afirma o Credit Suisse. “As empresas que conseguirem adaptar seus negócios a essas novas tecnologias provavelmente ganharão uma vantagem competitiva”, desataca o relatório.
Uma das empresas à frente da temática seria o Facebook, agora chamado de ‘Meta Platforms’ (Meta), em referência ao metaverso.“Embora ainda esteja no começo, acreditamos que o metaverso poderá ser uma extensão da realidade virtual (RV) e da realidade aumentada (RA), com alguns aspectos de jogos e e-commerce”, explica o banco suíço.
Economia grisalha
O Credit Suisse identificou a tendência de envelhecimento da população mundial e, por consequência, de maiores investimentos em serviços para idosos. As principais mudanças devem ocorrer no mercado imobiliário, saúde, seguros e consumo.
“As casas de repouso padronizadas do passado já não atenderão às diversas demandas desse grupo. Construtoras e operadoras residenciais dedicadas aos idosos – abrangendo desde moradias assistidas e moradias compartilhadas (para idosos) até asilos de cuidados intensivos – terão, portanto, uma função crucial no atendimento dessa demanda”, afirma o banco.
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Para a instituição financeira, as empresas de capital aberto dedicadas à residências para idosos devem trilhar por uma ‘linha tênue’ ao tentarem satisfazer não só os residentes dessas novas instalações, mas os acionistas.
“As empresas que não entenderem esse ponto poderão se envolver em controvérsias – como foi o caso de uma operadora francesa de residenciais para idosos recentemente acusada, em um livro, de maltratar residentes para reduzir custos”, ressalta o Credit Suisse,
Valores da geração do milênio
Na outra ponta, empresas que oferecem serviços alinhados aos valores e novos hábitos da população mais jovem também devem ser favorecidas. Rupli cita alguns exemplos, como companhias que fornecem plataformas digitais que revolucionem a maneira de fazer compras, gerir as finanças e interagir com o mundo – e aqui entra também a questão do metaverso.
“Marcas estão lançando locais de diversão virtuais em plataformas de jogos para vestir
avatares com suas roupas. Tokens não fungíveis (NFTs, na sigla em inglês) de itens colecionáveis de marca estão sendo adquiridos por consumidores. As marcas também estão descobrindo formas inovadoras (por exemplo, desfiles de moda, festas e jogos) para ter acesso a seus clientes”, diz o Credit Suisse.
Mudanças climáticas
O tópico de mudanças climáticas reúne empresas de energia renovável e de diminuição de emissão de carbono. A partir da premissa de que a tendência é que o mundo migre cada vez mais para soluções energéticas verdes, o Credit Suisse vê um cenário favorável aos carros elétricos, por exemplo.
“A adoção de veículos elétricos (VEs) continua se intensificando rapidamente, embora a falta de chips observada recentemente no mundo todo tenha causado rupturas nas cadeias de suprimentos e aumentado o prazo de entrega”, afirma a instituição.
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