Mercado financeiro: CEOs mulheres falam sobre os desafios de empreender

Carol Paiffer, CEO da Atom Educacional, Ingrid Barth, cofundadora e COO do banco digital Linker, e Carolina Cavenaghi, cofundadora e CEO da Fin4She, foram as convidadas do painel “Mulheres empreendedoras: exemplos de sucesso”. Como ponto em comum, as três saíram de suas zonas de conforto com a vontade de fazer algo diferente.

Paiffer, que fez Administração de Empresas, começou a ter contato com o mercado financeiro aos 18 anos, pela Bolsa de Valores, por influência da mãe, que empreendia no ramo da moda. Para Cavenaghi, a inspiração familiar também é um fator de importância para o empreendedorismo.

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

A CEO da Fin4She destaca a importância de alcançar uma independência financeira para estar segura ao ingressar no ramo. “A Fin4She nasceu como um projeto para incluir mais mulheres. Queremos transformar a forma como o mercado se conecta com esse tema, mas com uma pauta muito forte de independência financeira para as mulheres, para proporcionar uma mudança de vida”, afirma.

Sobre o machismo na área financeira, Barth, do Linker, afirma como um dos passos para a resolução do problema consiste em uma mudança de cultura nas empresas. ‘Se a gente não agir para tornar essa realidade melhor, vamos afastar mais mulheres e aumentar o gap da diversidade dentro do setor. Temos que nos preocupar com essa questão de cultura, em empresas que estão ganhando maturidade ao longo do tempo. Esse não é um problema trivial, de fato, temos vários desafios”, diz.

Na visão de Cavenaghi, ser mulher nesse mercado é uma constante luta, uma busca recorrente por se provar para conseguir o mesmo reconhecimento de outros grupos de pessoas. Nesse sentido, ela encara o engajamento dos homens com a pauta como algo essencial, caso contrário, não há como prosseguir com o tema.

Paiffer mostra ainda como mulheres de sucesso podem inspirar outras pessoas a seguir pelo mesmo caminho. Como CEO da Atom Educacional, ela procurou trazer a mudança para dentro da própria empresa. “Cerca de 63% do quadro são mulheres. Elas viram que era um ambiente seguro, onde gostavam de trabalhar, e não tiveram reclamações com questões de gênero no espaço”, ressalta.

Como conselho para mulheres que pensam em empreender, as convidadas destacam a necessidade de buscar conexões verdadeiras e realizar trocas com outras pessoas, tendo em mente a motivação para resolver problemas.

Nessa jornada, o autoconhecimento também é essencial, para que seja possível reconhecer que as conquistas foram fruto de seus próprios méritos. Muitas mulheres podem se sentir inseguras e duvidar de suas próprias capacidades ao acharem que não estão preparadas para determinadas funções.

“Está tudo bem se você não estiver preparada, ninguém está 100% preparada. Mas se você recebeu um determinado convite, é porque identificaram alguma habilidade que você tem e viram que você é importante para aquilo. Se não se sente preparada, aceite o convite e tenha coragem de tomar riscos”, recomenda Barth.

Para Paiffer, o autoconhecimento também é um passo essencial, que deve anteceder a decisão de empreender. “Comece empreendendo onde você está, com os recursos que você tem. Se você entende quais são as suas habilidades, você empreende de uma forma mais consciente. Primeiro, estude. Segundo ponto, se conheça para depois tentar empreender”, destaca.

Na próxima segunda-feira (27), o Young Women Summit contará com um evento presencial na B3 para jovens selecionadas no programa. Mais detalhes sobre o evento podem ser vistos aqui.