Comportamento

Pesquisa: Gestores não aceitam abrir mão de retorno em nome do ESG

Levantamento mostra a opinião de investidores profissionais e analistas sobre investimentos ESG

Pesquisa: Gestores não aceitam abrir mão de retorno em nome do ESG
Empresas reconhecidas por suas práticas sustentáveis têm um melhor desempenho na bolsa de valores. (Fonte: Shutterstock/Aggie 11/Reprodução)
  • Os responsáveis pelo levantamento não veem os números aparentemente contraditórios como uma surpresa
  • Ainda de acordo com o levantamento, 79% dos respondentes afirmam que as práticas ESG de uma empresa têm impacto na decisão de investir nela ou não

Os investidores profissionais e analistas consideram que as práticas ESG (ambientais, sociais e de governança, na sigla em inglês) são importantes e que as empresas precisam incorporá-las, mesmo que isso signifique lucrar menos no curto prazo. Entretanto, a maior parte não aceita abrir mão dos retornos de seus investimentos em nome do ESG.

Uma pesquisa da PwC com gestores de ativos e analistas de grandes empresas de investimentos, bancos e corretoras mostra que 75% deles afirmam que as empresas deveriam adotar práticas ESG, mesmo que isso signifique abrir mão da lucratividade de curto prazo. Entretanto, em outra pergunta, 49% responderam que eles mesmos não aceitariam nenhuma redução porcentual no retorno de seus investimentos. Apenas 19% deles aceitariam redução na rentabilidade de 1 ponto porcentual ou mais.

Os responsáveis pelo levantamento não veem os números aparentemente contraditórios como uma surpresa. De acordo com eles, a competitividade dos mercados e seus mandatos de investimento, que não permitem que priorizem questões sociais em vez do retorno financeiro, geram esse descasamento. Além disso, embora tenha de ser considerado ao se investir, o longo prazo (período em que a preocupação ESG traz resultados) é mais incerto e menos objetivo que o curto.

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Ainda de acordo com o levantamento, 79% dos respondentes afirmam que as práticas ESG de uma empresa têm impacto na decisão de investir nela ou não. Quase a metade deles, ou 49%, afirma que pretende retirar recursos de companhias que não tenham ações ESG concretas. O estudo foi realizado com mais de 360 investidores.

Do total, 82% afirmaram que o ESG deve estar diretamente ligado às estratégias de negócio das companhias, e 66% acreditam que o responsável pelas políticas ESG dentro das empresas deve ser um executivo do alto escalão. Ao menos 53% consideram que o presidente executivo deveria ser o responsável.

Entre as práticas mais importantes, 65% dos participantes da pesquisa acreditam que a redução das emissões de carbono deve ser a prioridade, de acordo com a PwC. 44% elegeram a oferta de um ambiente seguro de trabalho, seguida pela maior diversidade e igualdade na força de trabalho (37%).

Para um terço dos investidores, a qualidade das informações sobre ESG divulgadas pelas empresas é suficiente, mas eles consideram que há uma lacuna nos dados, o que dificulta uma avaliação mais assertiva sobre o desempenho das companhias nesse assunto.

A pesquisa da PwC ouviu investidores em todo o mundo, inclusive no Brasil, e foi realizada entre setembro e outubro deste ano.

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