Comportamento

Por que influencers de investimentos recorrem à Anbima para denunciar fraudes

A fundadora da Nath Finanças diz que todo mês denuncia perfis que se passam por ela para vender criptoativos

Por que influencers de investimentos recorrem à Anbima para denunciar fraudes
(Foto: Pixabay)

As fraudes no ambiente digital são um grande problema nas redes sociais, mas a denúncia nas plataformas para que as contas criminosas “caiam” segue uma dificuldade. Tanto que os chamados “finfluencers” – criadores de conteúdo voltados à finanças e investimentos – têm recorrido à Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) para pedir ajuda na interlocução, segundo Amanda Brum, gerente-executiva de comunicação, marketing e relacionamento com associados.

“A fraude é um problema e ainda há muita dificuldade dos ‘finfluencers’ em reportá-la para as plataformas. Os canais não são simples e os criadores de conteúdo sempre pedem ajuda à Anbima para fazer a denúncia”, disse Brum, durante participação em painel do Smart Summit, evento promovido pela InvestSmart. “Fraude é crime, tem que falar com a polícia, entrar no Ministério Público”, acrescenta.

Nathalia Rodrigues, empresária, escritora, orientadora financeira e fundadora da Nath Finanças, destaca que todo mês precisa denunciar perfis falsos de pessoas se passando por ela para vender criptoativos. “Nunca vendi isso e sempre peço que denunciem para a conta cair, pois o contato com a plataforma não funciona”, diz. Para Rodrigues, é importante ampliar a fiscalização e regulação via Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Assim, a gerente da Anbima diz que o foco da associação tem sido falar com o investidor, de modo que se espalhe a compreensão de que “se a esmola é grande, o santo desconfia”. “Essas promessas de milhões em poucos dias não são reais, a conta não fecha”, destaca.

Por outro lado, Brum observa que há também os influenciadores de finanças que não são qualificados e podem levar ao erro de investidores. “Nos preocupamos que nossos associados apenas façam parcerias com finfluencers que tenham capacidade de falar sobre o que se propõem. Se a pessoa está dando recomendação, tem que ser analista, ter o CNPI”, exemplifica. Já sobre criadores de conteúdo independentes “falando bobagem” ou agindo de má fé, Brum acredita que serão “expurgados” pelo próprio público.