- No cenário nacional, mais de 40% dos investidores de 25 a 44 anos têm a compra de imóveis como prioridade na hora de aplicar o dinheiro
- Se não houver planejamento, os custos com a casa própria podem ser realmente desagradáveis, comenta economista
- O Ipespe mostrou que 82% dos jovens de 16 a 24 anos não pretendem comprar uma casa por conta do compromisso de financiamento, somado ao benefício da flexibilidade
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Uma pesquisa da Bankrate, empresa de serviços financeiros americana, aponta que jovens dos EUA perceberam que comprar a casa própria não foi um bom investimento. O financiamento prolongado e os custos com a casa própria também influenciaram o resultado.
O levantamento foi realizado com adultos de 25 a 40 anos, os chamados Millennials. Além de avaliar que não foi um bom investimento, outro motivo do arrependimento foram os altos custos com manutenção, que elevam as despesas mensais e comprometem a renda. Junto com o resultado da pesquisa, o analista econômico sênior do Bankrate, Mark Hamrick, confirma que se não houver planejamento os custos podem ser realmente desagradáveis.
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No Brasil, mais de 40% dos investidores de 25 a 44 anos têm a compra de imóveis como prioridade na hora de aplicar o dinheiro, seguido pelas metas de viajar, comprar um automóvel e manter seu dinheiro rendendo, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Apesar de a compra de um imóvel ainda ser um objetivo do investidor, o perfil tende a mudar. O Instituto de Pesquisas Sociais Políticas e Econômicas (Ipespe) mostrou que 82% dos jovens de 16 a 24 anos não pretendem comprar uma casa por conta do compromisso de financiamento, somado ao benefício da flexibilidade e da busca por experiências em diferentes localidades.
Com o retorno da possibilidade de viajar, depois um longo período em que os hotéis estiveram vazios, é possível pensar novamente em flexibilidade para moradia. Não à toa, empresas como Airbnb (AIRB34) e Cyrela (CYRE3) apostam em empreendimentos de moradia aliados à experiência para agradar o público mais jovem.
Ainda é comum que as compras de imóveis tenham “objetivo de investimento”, segundo o FipeZap. 46% dos compradores de imóveis em 2020 declararam este ser o motivo de compra. Desses, 24% ainda declaram ter expectativa de revenda futura após valorização.
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Mesmo quem não quer investir na compra de imóveis pelo alto custo e pela criação de dívida de longo prazo, é possível ter retorno financeiro investindo nesse setor sem comprar diretamente um imóvel.
Seja jovem ou não, os investidores dos fundos imobiliários (FIIs) estão cada vez mais ativos. Em abril deste ano, os FIIs ultrapassaram R$ 179 bilhões em patrimônio líquido, segundo a Anbima.
O fato de gastar um alto valor em um imóvel pode assustar. Por isso, os Fundos imobiliários têm chamado atenção. As aplicações mínimas chegam a R$ 100 e o valor pode ser aplicado na construção, aluguel e venda de diferentes propriedades, promovendo a diversificação do investimento e gerando rendimento. Apesar de ser, em geral, mais lucrativo que fundos de renda fixa, possui uma volatilidade menor que o mercado de ações.
“A transição de mentalidade do investidor sobre as aplicações em imóveis é visível”, afirma Marcos Correa, especialista em FIIs da Suno Research. Segundo ele, o número de investimentos em FIIs quase quadruplicou nos últimos anos. Para Correa, apesar das motivações pessoais de ter um lar ainda serem bastante significativas, os fundos imobiliários são, na maioria das vezes, mais vantajosos quando se fala em retorno financeiros.
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A opção de investimento ganha força desde 2019, após cortes progressivos na taxa básica de juros, a Selic. A mudança deixou os FIIs mais atrativos, principalmente para quem buscou obter rentabilidade maior que a da renda fixa.
Conheça dos tipos de FII
Para aqueles que desejam investir em renda variável e estão atentos às movimentações do mercado de imóveis, o Fundo de Investimento Imobiliário é a melhor opção. O risco muda a depender da categoria de investimento — e da situação das taxas de referência no país. Por se tratarem de aplicações ligadas ao setor imobiliário, os FII sofrem influências de índices como o IPCA e o IGP-M. O CDI também tem sua parcela de influência, já que o mercado imobiliário também pode depender de movimentações interbancárias.
Para quem não deseja riscos tão altos, há os fundos de tijolo. O investidor compra ações de um determinado empreendimento e recebe uma porcentagem dos aluguéis recolhidos. O principal risco é a vacância. Por isso, sempre vale a pena acompanhar a taxa de ocupação da sua cidade. Já para quem gosta de apostar alto, os Fundos de Desenvolvimento são uma alternativa. Apesar do alto risco (nessa modalidade o lucro é obtido a partir da diferença entre o preço de construção e a venda de um imóvel no mercado), a rentabilidade é compensatória.
Os FII registraram desempenho positivo na Bolsa no mês passado. A pedido do E-Investidor, a Smartbrain acompanhou os resultados dos 198 FIIs negociados na B3 em maio. Destes, 70 tiveram bom retorno./Colaborou Cindy Damasceno, especial para o E-Investidor