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Comportamento

Open banking: entenda como a terceira fase impacta os pagamentos

A melhora na experiência do consumidor se deve à iniciação de transação de pagamento (ITP)

Open banking: entenda como a terceira fase impacta os pagamentos
(Foto: Envato Elements)
  • A ITP trata-se de uma tecnologia que reduz o processo de pagamento em aplicativos
  • O novo método surgiu com o início da implementação da terceira fase do open banking
  • Apesar de ter sido lançado há um ano, o novo serviço financeiro ainda segue restrito para os brasileiros

As mudanças no sistema financeiro com a chegada do open banking não se resumiram apenas ao compartilhamento de dados entre os bancos com o aval dos correntistas. As fases também ajudaram a reduzir em até 50% o tempo gasto pelo consumidor na hora de efetuar pagamentos em aplicativos, segundo estimativas da ABFintechs.

A agilidade só foi possível após o Banco Central (BC) autorizar o início da terceira fase do open banking no fim de outubro do ano passado. A nova etapa consiste na Iniciação de Transação de Pagamento (ITP), na qual as instituições financeiras solicitam ao BC para serem os “iniciadores” de pagamentos. Na prática, esse novo processo reduz as etapas de transações financeiras em aplicativos.

Atualmente, para a maioria dos consumidores, o pagamento de uma compra feita em aplicativos via Pix, por exemplo, funciona da seguinte forma: o app gera uma chave pix para o consumidor que terá que sair do aplicativo para entrar no aplicativo do banco com a finalidade de efetuar o pagamento. Após efetuar o pagamento no app da instituição financeira, na qual tem conta, o consumidor terá que sair do aplicativo do banco e voltar para o aplicativo no qual estava realizando a compra para aguardar a confirmação do pagamento.

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Embora esse processo possa parecer simples, o tempo gasto pelo consumidor fica em torno de um minuto, segundo estimativas da ABFintechs. Mas com a chegada da terceira fase do open banking, o fluxo se tornou ainda menor ao ponto de ser realizado em apenas 30 segundos, o que representa uma redução de até 50% no tempo gasto pelo consumidor. Essa mudança acontece graças à implementação da iniciação de transação de pagamento (ITP) que possibilita a realização do pagamento ou de qualquer transação financeira, como depósitos bancários, em um mesmo ambiente.

Segundo Marcelo Martins, CEO da fintech Iniciador e Diretor Executivo da ABFintechs, a nova tecnologia beneficia, em especial, o e-commerce brasileiro ao agilizar a experiência de pagamento na internet. “O consumidor é levado automaticamente pelas etapas. Então, o consumidor tende a errar menos, abandonar menos o carrinho de compras e ter uma experiência mais fluída”, afirma Martins.

O Mercado Pago é uma das instituições financeiras autorizadas pelo BC a utilizar a tecnologia do ITP. Mesmo com o início da terceira fase no fim de outubro de 2021, os primeiros testes ocorreram em janeiro deste ano e, em março, os clientes puderam realizar transferências (de outros bancos) para a conta do Mercado Pago por meio do ITP. Logo depois, entre o fim de abril e começo de maio, a empresa ampliou a experiência para uma base ainda maior para os clientes do e-commerce.

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Ao longo desses meses, Felipe Soria, head de inovação em pagamentos do Mercado Pago, observou que os clientes passaram a testar a possibilidade, mas no início tinham receio em relação à segurança. No entanto, essa percepção mudou nos últimos dois meses. “As pessoas clicavam e chegavam até a última etapa, mas não prosseguiam. Agora, os clientes estão criando confiança e vemos uma melhora no porcentual de conversão (fluxo de transação financeira)”, afirma.

Diante dessa primeira experiência, as perspectivas para os próximos meses vão além de ampliar o novo serviço bancário. Segundo Soria, há um objetivo de aperfeiçoar o novo processo de pagamento e torná-lo ainda mais eficiente. “A ideia é reduzir o processo sem prejudicar a segurança”, diz.

Como ainda as instituições financeiras estão em fase de estruturação para ampliar a experiência em larga escala, a tendência é que esses números cresçam ainda mais nos próximos meses. “Pelo perfil de adoção rápida dos brasileiros de qualquer novidade financeira que facilite o dia a dia, a expectativa é de crescimento do uso no próximo ano. Principalmente pensando na melhor usabilidade, com menos telas e possibilidade de reduzir tempo na hora de fazer um Pix, por exemplo”, afirma Ricardo Taveira, CEO e fundador da Quanto.

Já em relação à segurança, Taveira ressalta que o fluxo dos recursos ocorre entre as instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central, que já aderiram ao arranjo do Pix. Isso significa que as transações são realizadas em um ambiente de acesso limitado e com várias camadas de segurança. “O consumidor não vai precisar ficar preenchendo os dados no site, mas somente se autenticar na instituição onde tem conta. Assim, fica estabelecida uma conexão entre a instituição e o iniciador de pagamentos”, diz o CEO da Quanto.

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