O que este conteúdo fez por você?
- No último ano, as passagens aéreas quase dobraram de valor, impulsionadas pela alta do querosene de avião e pela variação cambial.
- O aumento de preços não assustou os turistas. As buscas de voos para Londres, Lisboa, Porto Alegre e Natal cresceram em relação ao período anterior à pandemia de covid-19.
- O setor de Turismo trabalha para oferecer melhores condições para os viajantes até o fim do ano. No entanto, o cenário ainda é incerto por conta da cotação do petróleo afetada pela guerra na Ucrânia.
O preço das passagens aéreas subiu 88% nos últimos 12 meses, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Somente em maio, viajar de avião ficou 18% mais caro em comparação com o mês anterior.
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Apesar da alta de preços, houve aumento de buscas para julho de 2022 em relação ao mesmo período antes da pandemia de covid-19, em 2019. De acordo com o portal Kayak, o salto foi registrado tanto para destinos internacionais, como Londres (Inglaterra) e Lisboa (Portugal), quanto nacionais, a exemplo de Porto Alegre (RS) e Natal (RN).
“O mercado tem uma demanda reprimida, pois as pessoas ficaram praticamente dois anos dentro de casa”, afirma Deborah Daloia, head de Inter Travel. A procura por orçamentos de viagens para as férias do meio do ano, por exemplo, cresceu 54% em comparação a 2021, segundo a agência CVC Viagens.
Por que as passagens aéreas estão mais caras em 2022?
“Há diferentes variáveis que contribuem para a composição do preço de uma passagem aérea”, explica Gustavo Vedovato, country manager do Kayak no Brasil. A principal é o querosene de avião (QAV), que representa quase um terço dos custos do voo. O item ficou 30% mais caro no último trimestre de 2021, como destaca a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
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A turbulência aumentou com a Guerra na Ucrânia. Entre janeiro e maio deste ano, o valor do combustível decolou 64,3%, conforme um levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR). E o preço do QAV não parou de subir. No início de junho, a Petrobras anunciou reajuste de 11,4% no preço médio cobrado nas refinarias pelo insumo para aviação.
A variação cambial também contribuiu, uma vez que mais da metade dos custos do setor aéreo está atrelada ao dólar. A moeda norte-americana valorizou 38,7% sobre o real nos cinco primeiros meses de 2022. A pressão da demanda sobre a oferta e a reorganização da malha aérea também são fatores que colaboram com o aumento.
Trechos que subiram mais do que a média
Em alguns voos, os bilhetes aéreos apresentaram alta maior em comparação com os valores de julho entre 2019 e 2022, considerando a média de buscas realizadas pelos usuários do Kayak a partir de todos os aeroportos nacionais.
Santiago (Chile) foi o destino que teve o maior aumento. A passagem aérea de ida e volta ficou 103% mais cara e tem agora preço médio de R$ 3.878. Na Europa, os destinos que ficaram mais “salgados” foram Paris (79%), com uma viagem a R$ 7.855; Porto (75%), R$ 7.010; e Lisboa (68%), R$ 7.292.
Entre as viagens domésticas, ficou mais caro viajar para São Paulo (SP), Brasília (DF) e Porto Alegre, com aumento aproximado de 20%. As passagens aéreas custam em média, respectivamente, R$ 967, R$ 882 e R$ 1.019.
Passagens aéreas com preços menores
Mas nem todos os voos ficaram mais caros. Diversos destinos nacionais tiveram retração de preços entre 2019 e 2022, especialmente no Nordeste. Os voos para Salvador (BA) ficaram 12% mais baratos, com média de R$ 1.155. Os preços para Natal caíram 11% (R$ 1.331), enquanto para Recife (PE) baixaram 4% (R$ 1.358) e para Porto Seguro (BA), 3% (R$ 1.316).
Quando as passagens aéreas vão baixar?
O cenário global ainda é incerto, em especial quanto à cotação do barril do petróleo devido às sanções internacionais contra a Rússia. No entanto, o setor de Turismo está empenhado em oferecer melhores condições para os viajantes. “Está todo mundo correndo atrás para que até o fim deste ano as coisas estejam evoluídas o máximo possível”, afirma Daloia.
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As tendências de viagens internacionais e nacionais têm mudado muito. “O mercado doméstico está mais consolidado e tende a se recuperar mais rápido, ao passo que os destinos no exterior devem ser normalizados na próxima temporada de verão”, destaca Magda Nassar, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV).
Para conseguir viajar de avião pagando menos, a dica é ter flexibilidade nas datas e utilizar as ferramentas de pesquisa e alertas de preços. “No app Detetive de Preços, o viajante informa o valor que encontrou em outras buscas por passagens aéreas e descobre se existem outras opções mais econômicas”, diz Vedovato.