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- Theranos, Enron, Lehman Brothers e Volkswagen estão entre as empresas que enganaram investidores e se tornaram casos clássicos de fraude no mercado financeiro.
- Economista dá dicas de como investir com segurança e evitar empresas fraudulentas.
Antes de fechar as portas, muitos negócios prejudicam investidores. Casos envolvendo Theranos, Enron, Lehman Brothers e o projeto no emission-zero da Volkswagen mostram essa realidade. Neste 1º de abril, conheça quatro empresas que deram golpes famosos no mercado financeiro.
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1. Enron
A companhia de energia estadunidense Enron é um dos casos mais antigos de golpe. Fundada em 1985, a empresa explorava gás natural, mas diversificou a carteira com comunicações, gerenciamento de risco e seguro climático. Na década de 1990, cresceu de forma acelerada, alcançando US$ 101 bilhões em patrimônio líquido em 2000, ano em que sua ação custava US$ 90,75.
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Por trás de tanto sucesso havia uma série de fraudes fiscais, com inflação artificial de lucros. Como resultado, houve uma dívida de US$ 13 bilhões e a demissão de 4 mil empregados. O preço das ações caiu para US$ 0,26 e a empresa faliu em 2001.
Executivos e contadores da Enron e auditores da Arthur Andersen foram investigados criminalmente pelo governo dos EUA. A repercussão resultou na criação da Lei Sarbanes-Oxley, em 2002, para evitar que escândalos por má governança causassem a fuga de investidores.
2. Theranos
Quem assistiu ao documentário A inventora conhece a Theranos, startup criada em 2003 com uma tecnologia inovadora. Bastava uma gota de sangue para que o dispositivo Edison analisasse e desse ao paciente uma série de diagnósticos.
Como a tecnologia funcionava de fato, ninguém sabia, e isso gerava especulações sobre a veracidade do invento, que captou várias rodadas de investimento. Só em 2014, a Theranos conseguiu US$ 400 milhões e foi avaliada em US$ 9 bilhões.
Em 2016, o governo dos EUA, por meio dos Centros de Serviços de Medicare e Medicaid (CMS), verificou falhas graves no manuseio dos testes e na detecção dos diagnósticos. Descobriu-se que pacientes recebiam resultados de doenças graves quando elas nem existiam.
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No fim, a Theranos perdeu dinheiro. Em 2016, foi avaliada em US$ 800 milhões; dois anos depois, declarou falência, deixando prejuízos de US$ 1 bilhão aos investidores. Em 2022, a fundadora Elizabeth Holmes, até então comparada a Steve Jobs, foi considerada culpada de fraude pela justiça norte-americana.
3. Lehman Brothers
Lehman Brothers, o quarto banco de investimentos dos EUA, era uma das instituições financeiras de maior prestígio nos anos 2000. Em atividade por 159 anos, anunciou concordata em 2008 com um prejuízo de US$ 3,9 bilhões. No mesmo ano, bolsas de valores em todo o mundo fecharam em quedas constantes.
A principal atividade do banco estava relacionada a papéis do mercado imobiliário no Tesouro norte-americano, os subprime, com empréstimos hipotecários de alto risco. O banco emprestava mais do que tinha — e com juros altos. Para disfarçar o endividamento, foi constatado anos depois por auditores que o banco praticava desde 2001 o Repo 105, recurso contábil que manipulava informações sobre os ativos.
Milhares de pessoas que pegaram dinheiro emprestado deixaram de pagar as dívidas. O prejuízo bilionário levou à falência o banco que chegou a ter 20 mil funcionários e entrou no rol de empresas que enganaram investidores. O impacto no mercado financeiro foi tão violento que o índice Dow Jones caiu 25% de forma consecutiva por um mês. É considerado um dos marcos da crise econômica mundial de 2008.
4. Volkswagen
Entre 2006 e 2015, a alemã Volkswagen anunciou carros clean diesel que prometiam gerar economia no uso de combustível e emissão limpa. Mais de 580 mil veículos foram vendidos nos EUA e mais de 8 milhões em países europeus. Mas eles não faziam o anunciado.
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O departamento de justiça estadunidense indiciou mais de 40 pessoas ligadas à empresa, incluindo o ex-CEO Martin Winterkorn, no caso conhecido como Dieselgate. A Volks teve que pagar US$ 25 bilhões de multa em 2015 sob acusações de conspiração, fraude, declarações falsas e obstrução da justiça.
Especialista dá dicas para investir com segurança
O que levar em conta para investir de forma segura e evitar empresas que enganam investidores?
O economista e coordenador do curso de Ciências Econômicas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Jackson Teixeira Bittencourt, dá algumas dicas: “Conheça os ativos da organização e saiba há quanto tempo ela está no mercado. Se comprar títulos privados ou ações em renda variável, veja como ela distribui seus dividendos”.
Com startups, o cuidado deve ser redobrado. Empresas listadas na Bolsa são obrigadas a divulgar suas informações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além disso, o investidor pode buscá-las na própria corretora em que abriu a conta.
Fonte: Migalhas, Cornell Law School, The Washington Post, Quartz, Fortune.
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