Comportamento

Quem foi Adam Smith e qual é a sua importância para a economia

Pensador foi o primeiro a discutir relações entre preços, salários e o equilíbrio dos mercados na modernidade

Quem foi Adam Smith e qual é a sua importância para a economia
Adam Smith é um dos economistas mais influentes da História
  • "Uma Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações", obra mais importante do filósofo, discutiu pela primeira vez conceitos da economia moderna.
  • Os primeiros trabalhos de Smith eram sobre ética, não economia política; no entanto, eles também ajudam a compreender o pensamento do autor.
  • Suas obras promoveram uma mudança na forma com a qual as nações observavam o seu acúmulo de riqueza.

Adam Smith é um dos mais influentes filósofos e economistas da história. Seu principal trabalho, “Uma Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações”, conhecido popularmente como “A Riqueza das Nações”, é considerado por especialistas uma das obras mais influentes do pensamento econômico moderno.

Nascido na Europa do Iluminismo —  movimento cultural dos séculos XVII e XVIII que contestava as bases filosóficas, políticas, sociais e econômicas dos regimes absolutistas e da lógica mercantil —, Smith teve grande contribuição na concepção de um equilíbrio automático do mercado baseado no livre comércio.

Sabe-se que o filósofo nasceu no mês de junho de 1723 em Kirkcaldy, uma cidade portuária da Escócia. Na juventude, Smith frequentou uma escola local. Aos 14 anos, foi enviado à Universidade Glasgow College e, posteriormente, ao Balliol College, da Universidade de Oxford.

Suas primeiras publicações tratavam sobre ética. Com “Teoria dos Sentimentos Morais”, primeiro livro de projeção do autor, buscou explicar como os seres sociais possuem uma tendência naturalmente egoísta e, ainda assim, de empatia com os outros. Smith defende que a preservação da harmonia modela os comportamentos. O ser humano possuiria um interesse natural pela felicidade do outro e o mero prazer em vê-la seria um ganho.

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Mesmo que não seja um tratado econômico, a obra ajuda a entender como o filósofo observaria a questão econômica.

A importância do pensamento de Adam Smith

Parte da sua experiência de vida pode ajudar a explicar o pensamento econômico de um dos fundadores da economia moderna. Ao Estadão, em 21 de Novembro de 1999, Cláudio Gradilone escreveu:

“Nascido na pequena cidade de Kirkcaldy, Smith viu a decadência de seu local de nascimento e pôde compará-la com o vigor econômico e comercial do porto de Glasgow. Mesmo tendo passado dois anos na França e convivido de perto com os luminares fisiocratas, como [François] Quesnay — que defendiam que apenas a terra era capaz de gerar valor, e as indústrias eram meramente agentes de transformação — Smith não se impressionou com essa abordagem.”

“A Riqueza das Nações” foi a primeira obra a discutir as relações entre preços, salários e o equilíbrio dos mercados do ponto de vista moderno. Suas contribuição, bem como a de contemporâneos como David Ricardo, tiveram grande impacto na concepção da economia capitalista.

Até Smith, o principal consenso econômico era de que a riqueza das nações estaria associada ao seu estoque de metais. O acumulo de ouro e prata nos cofres era o principal indicativo de fortuna e, para os países, a dinâmica entre importações e exportações deveria privilegiar sempre o segundo item.

Importações implicariam em perda de parte do estoque de metais com a compra dos produtos, enquanto exportações aumentariam esse volume. Essa lógica mercantilista implicava em políticas protecionistas sobre os mercados: alta taxação para as importações e subsídios para as exportações, por exemplo.

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Smith confrontou a ideia, desenvolvendo uma teoria em que a riqueza das nações estaria associada aos fluxos de mercadorias e serviços. Para o filósofo, as trocas não seriam feitas caso não beneficiassem as duas partes envolvidas. Se as trocas são valiosas para as duas partes, portanto, elas deveriam ser livres.

A promoção desses princípios viria por meio de um ambiente econômico com pouca influência do Estado: a produção e os preços seriam definidos de acordo com a própria relação entre a oferta e a demanda. A garantia dessa dinâmica dependeria da garantia da competição e do livre comércio. Favorecimentos do Estado para determinados setores poderiam significar um desequilíbrio dessa regra.

A limitação da atuação do Estado não significaria a sua ausência. Para que esse sistema funcionasse, seria necessário que a lei fosse cumprida, assegurando o direito à propriedade e a validade de contratos, por exemplo. São princípios da escola de pensamento que seria nomeada de liberalismo clássico.

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