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Comportamento

Como os robôs-advisors fazem a diferença na hora de investir

Os serviços com inteligência artificial podem somar US$ 4,6 tri sob gestão até 2022 nos Estados Unidos

Como os robôs-advisors fazem a diferença na hora de investir
FOTO:iLexx
  • Desde corretoras, gestoras de patrimônio às assets, os chamados robôs-advisors são utilizados para facilitar e aprimorar os investimentos
  • Consulta financeira, construção de carteiras e planejamento dos investimentos focado em objetivos são alguns benefícios da tecnologia
  • Junto de uma equipe de analistas, a tecnologia é usada para elaboração de fundos de ações. Para montar o portfólio, os robôs fazem sugestões de ativos, que posteriormente são avaliadas pela equipe de estrategistas

Apenas com a palma da mão já é possível fazer investimentos em diversos níveis. Por meio da Inteligência Artificial (IA), a tecnologia tem entregado uma facilidade que vai além do que os olhos veem, com robôs se tornando grandes aliados na hora de escolher e alocar recursos.

Desde corretoras, gestoras de patrimônio às assets, os chamados robôs-advisors são utilizados para facilitar e aprimorar os investimentos.

De acordo com o Business Insider, calcula-se que os serviços de IA tenham US$ 4,6 trilhões sob gestão até 2022 só nos Estados Unidos. Acesso aos consultores financeiros, investimento orientado a metas, auxílio para iniciantes, planejamento financeiro e até aplicações em ativos socialmente responsáveis podem ser usados como estratégia dos robôs.

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Vale ressaltar que essa tecnologia é diferente daquela utilizada para fazer operações diárias, os chamados os robôs traders. É importante que o investidor pesquise e não seja atraído por propostas fraudulentas que oferecem a tecnologia como “solução para ganhar dinheiro de forma fácil”. 

“A solução funciona como um software de gerenciamento sem a participação de um administrador. A partir da coleta de informações dos clientes sobre situação financeira, metas e interesses, os robôs conseguem trabalhar oferecendo planejamento, gerenciamento de portfólio, investimento automático de ativos, aconselhamento digital, perfil do investidor, coleta de prejuízos fiscais, planejamento de aposentadoria, entre outros”, explica Marcos Puccini, Global Chief Growth Officer da BRITech.

No mercado brasileiro, o conceito de “carteira inteligente” é utilizado por diferentes fintechs e instituições financeiras. Lucas Taxweiler, analista de investimentos da plataforma Magnetis, destaca que a tecnologia é utilizada em parceria com um time de especialistas com objetivo de otimizar os ativos de cada cliente.

“O robô não vai tentar prever o movimento do mercado, mas vai ajudar no rebalanceamento da carteira. Se existe uma parcela de renda fixa em excesso, por exemplo, ele sugere alocar de novo na renda variável. É o que o jargão de mercado chama de comprar na baixa ou comprar na margem de segurança. Na prática, é manter o equilíbrio para cada perfil”, afirma Taxweiler.

Para o analista da Magnetis, o uso dessa ferramenta é a forma que os investidores farão as aplicações no futuro. “Acredito que a segurança ao fazer investimentos baseados na estrutura de robôs é o que vai reger o futuro das aplicações. Claro, sempre munido do acompanhamento da consultoria”, complementa.

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Além da Magnetis, outra empresa de destaque no oferecimento de IA nos investimento é a Vérios, adquirida pela Nu Invest (antiga Easynvest). Em nota, o Nubank afirma utilizar a inteligência artificial da Vérios para integrar a gestão de ativos dos fundos “Nu Seleção”, disponíveis em fase de teste.

Com intuito de traçar movimentos mais precisos e corretos de mercado para que os operadores de renda variável alcancem resultados cada vez mais satisfatórios, a Clear utiliza o Assistente de Inteligência Artificial (AIA). A ferramenta busca identificar padrões de comportamento para automatizar ações e dar dicas personalizadas.

Segundo a corretora, a tecnologia ajuda a barrar o superotimismo dos operadores. “No momento em que o trader tem uma sequência de ganhos, ele tende a fazer muitas operações ao mesmo tempo, deixando de lado o gerenciamento adequado de risco”, diz a corretora, em nota.

Assim como a tecnologia é utilizada para sugerir ativos para cada perfil, as robôs também são aproveitados por gestoras na hora de montar fundos. O Banco do Brasil, por exemplo, oferece o “Robô Advisor BB”, serviço para auxiliar os investidores a encontrar as melhores aplicações.

Parceria entre AI e analistas

Além do uso direto de investidores, gestoras de fundos também têm apostado na inteligência artificial. No início de agosto, a Itaú Asset anunciou o reforço tecnológico na gestão dos fundos Quantamental. Segundo a asset, são 12 robôs utilizados em respectivas estratégias. Acompanhamento de estatísticas, análise da performance de small caps e o uso de modelo quantitativo para fazer stock picking (escolha de ações) fazem parte das funções dessa equipe digital.

Segundo Carlos Augusto Salamonde, CEO da Itaú Asset, a empresa já possuía uma estrutura de utilização de inteligência artificial, mas foi ampliada após a junção com a incorporação da Quantamental.

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Victor Dweck, gestor e cofundador da Quantamental, explica que são 12 robôs, cada um com um nome próprio para fazer análises. Junto de uma equipe de analistas, a tecnologia é usada nos fundos Itaú Quantamental Hedge e Itaú Quantamental Gems. Para montar o portfólio, os robôs fazem sugestões de ações, que posteriormente são reavaliadas pela equipe de estrategistas.

 “Os robôs usam estatísticas e dados quantitativos. Se acontece um evento único e inesperado, fica clara a importância da parceria entre a inteligência artificial e a mente humana. Da mesma forma acontece com variáveis que não estão no radar do robô, como por exemplo, se uma empresa anuncia um processo de M&A (fusão e aquisição)”, diz Dweck.

De acordo com Salamonde, uma das maiores belezas do trabalho da tecnologia é a parceria com a inteligência e análise humana. “O time de gestores interpreta, ajuda, pode até parar ou alavancar as sugestões dos robôs colocando uma análise fundamentalista e entregar as melhores estratégias”, afirma.

Entre os robôs da equipe de analise, Eddie utiliza diariamente modelos de arbitragem estatística para buscar oportunidades, Joel é responsável por avaliar balanços com o objetivo de superar o Ibovespa. Ray acompanha small caps e Jack é responsável por ações internacionais.

Desempenho dos fundos Itaú Quantamental 

  Gems FIA Hedge FIC FIM
Retorno desde início* 9,40% 14,20%
Aplicação Inicial R$ 100 R$ 100
Patrimônio líquido R$ 6 mi R$ 26 mi
Classe Ações Multimercado
Taxa de adm 2% a.a. 1,75% a.a.
Benchmark SMLL Ibovespa
Fonte: Quantamental
*Desde o lançamento pela Quantamental em janeiro de 2020 até julho de 2021

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