- A empresa de análises de blockchain Coinfirm divulgou relatório da investigação sobre fraudes na venda de certificados de vacina na darkweb em troca de criptomoedas
- Segundo o relatório, um dos endereços de blockchain relacionados a fornecedores registrou entrada de US$ 40,8 mil dólares em bitcoin em menos de um ano
A empresa de análises de blockchain Coinfirm divulgou relatório da investigação sobre fraudes na venda de certificados de vacina na darkweb em troca de bitcoins, ethereum, dash, litecoin, monero, tron, entre outras criptomoedas. O documento destaca que a maior parte da “clientela” reside no leste europeu.
Além dos certificados, que indicam um “possível sistema” de corrupção do setor de saúde, o relatório encontrou que a suposta loja vendia doses das vacinas AstraZeneca, Pfizer-BionTech, Johnson & Johnson, Moderna e Sputnik V. Para a Coinfirm, o que caracteriza o crime é a ausência de KYC (identificação de usuário) nos serviços de blockchain.
Segundo o relatório, um dos endereços de blockchain relacionados a fornecedores registrou entrada de US$ 40,8 mil dólares em bitcoin em menos de um ano, uma das maiores receitas dos endereços ilícitos analisados. “É por essas razões que toda entidade obrigada deve instituir políticas KYC rigorosas”, diz o levantamento.
A plataforma divulgou parte do texto publicado pelos “vendedores” que instruia compradores a enviar informações pessoais e, então, a “Covid-19 Vaccine Shop” colocaria o número do lote da suposta vacina no perfil do usuário na plataforma da autoridade sanitária do determinado país.
“Você pode optar por colocar o seu nome e data de aniversário no cartão de vacinação impresso ou posso colocá-los para que a caligrafia não seja diferente da que vai estar no sistema. No banco de dados, a única coisa que aparece são os números dos lotes. Seu nome não aparecerá no sistema porque não é necessário para obter a vacina”, diz o perfil da suposta loja, de acordo com o relatório.
Além dos certificados falsos mascarados como prova de vacinação, os dados que estavam sendo inseridos em sistemas nacionais de saúde continham, em certos casos, assinaturas de médicos.
O relatório detalha que a “Covid-19 Vaccine Shop” pertence a um grupo de 145 endereços que aceitam pagamentos de fornecedores com cartão de crédito roubado ou clonado, traficantes de drogas e golpes, especificamente “duplicadores” de bitcoins.
No final do ano passado, o Internal Revenue Service (IRS), serviço de receita subordinado ao Departamento do Tesouro americano, sinalizou que pagaria até US$ 625 mil para quem conseguisse crackear o Monero e outras moedas de privacidade.
De acordo com o IRS, o uso de moedas de privacidade está se tornando mais popular não apenas por investidores, mas também por atores ilícitos. Esse tipo de moeda tem sido usado porque moedas mais popularizadas, como bitcoin, são facilmente rastreáveis.