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Criptomoedas

Falência da Genesis pode repetir o caos gerado na quebra da FTX?

Especialistas do mercado de criptomoedas explicam os efeitos do colapso da corretora, uma das maiores do mundo

Falência da Genesis pode repetir o caos gerado na quebra da FTX?
Logo Exchange Genesis (Reprodução Twitter/Genesis)
O que este conteúdo fez por você?
  • A Genesis deve mais de US$ 3,5 bilhões a seus 50 principais credores
  • Tanto a controladora DGC quanto a Genesis estão sendo pressionadas para liberar US$ 900 milhões em depósitos bloqueados
  • Parte dos analistas acreditam que a falência da Genesis já foi precificada pelo mercado

Após o colapso da exchange FTX, de Sam Bankman-Fried, que levou a demissões em massa e falência de outras empresas do setor, o mercado voltou as atenções para os possíveis impactos da quebra da Genesis Global Holdco LLC. A exchange de criptomoedas Genesis, uma das maiores corretoras de criptoativos do mundo, entrou com pedido de proteção contra falência na madrugada desta sexta-feira (20). A empresa deve mais de US$ 3,5 bilhões a seus 50 principais credores.

Para Bernardo Srur, diretor da ABCripto, os impactos da quebra da Genesis poderão ser semelhantes aos da FTX. “Acredito que impactos como da Terra-Luna e da FTX se disseminaram pelo setor de criptoativos e, nesse caso da Genesis, as repercussões não serão diferentes”, disse. A falência da FTX levou a empresas como a Blockfi a quebrarem também e criou uma onda de demissões em exchanges como Kraken, Amber Group, Bybit e Swyftx, afundando o mercado de criptomoedas durante meses.

Srur ainda disse que o episódio reforça a necessidade de regulamentação do setor. “O caso da Genesis demonstra que a ausência de uma regulação pode afetar o mercado e a sociedade como um todo. Chegamos numa etapa em que precisamos ampliar os passos para a regulação, a falta da regulamentação das criptomoedas gera insegurança nos investidores e abre espaço para práticas ilícitas”, afirmou.

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A Digital Currency Group (DCG), dona da Genesis, está sendo acusada de fraude pela exchange Gemini por supostamente não ter devolvido os ativos digitais da Gemini Earn. A acusação diz, ainda, que a Genesis violou seus termos quando se tornou insolvente (quando as dívidas excedem o patrimônio da empresa) em 2022, mas ocultou o fato.

Tanto a DGC quanto a Genesis estão há semanas sendo pressionadas para liberar US$ 900 milhões em depósitos bloqueados. Veja os detalhes nesta reportagem.

O impacto da Genesis no mercado de criptoativos não é um consenso entre os analistas. Para Felipe Medeiros, analista de criptomoedas e sócio da Quantzed Cripto, o mercado já havia precificado a falência da exchange. “Não impacta como no caso da FTX porque a Genesis é um desdobramento da FTX. Já era público que a Genesis enfrentava problemas financeiros, então não causa o mesmo impacto que a FTX”, explicou.

“E sobre uma queda do bitcoin (BTC) e do ethereum (ETH), é muito improvável que isso aconteça por conta da quebra da Genesis, porque o mercado já havia precificado isso. O mercado vai até ver isso de uma forma positiva, porque você tem mais transparência sobre quanto a Genesis devia”, completou Medeiros, que não se mostra tão otimista com a saúde de outras corretoras de criptoativos. “Espera-se que outras exchanges peçam falência como uma contaminação da Genesis e da FTX.”

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O bitcoin e o ethereum ainda não sentiram nenhum impacto pela Genesis. Às 14h50, as criptomoedas estavam cotadas a US$ 21.350,81 e US$ 1.588,56, com variação de 1,63% e 2,84% nas últimas 24h, respectivamente.

Também para Fábio Tota, diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin, a repercussão não será a mesma da FTX. “A FTX impacta mais por conta do fator surpresa, esse caso da Genesis já está se arrastando por algumas semanas, então tem impacto, mas é menor”, explicou.

De acordo com Caio Caputo, sócio do Caputo, Bastos e Serra Advogados, o pedido de proteção contra credores protocolado pela Gênesis, com base no Capítulo 11 no Distrito Sul do Estado de Nova York, têm características bastante similares com a recuperação judicial no Brasil. “O objetivo da Companhia, nessa via, é continuar operando durante o processo de recuperação, que certamente envolverá a venda de ativos, renegociação de passivo e captação de mais recursos”, explicou. “A dúvida agora é se os maiores credores da Genesis acatarão o plano de pagamento e recuperação apresentado e que poderá sofrer alterações nos próximos dias.”

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