- O halving é responsável por reduzir pela metade as recompensas dadas aos mineradores de criptomoedas - os responsáveis pelos registros das transações.
- Atualmente, a recompensa em cada bloco minerado é de 6,25 BTC. Após o halving deste ano, a recompensa cai para 3,125 BTC por bloco minerado.
O halving deve adicionar ainda mais volatilidade ao bitcoin (BTC) e pode trazer dúvidas para o investidor sobre o que pode acontecer com a moeda digital nos próximos meses. Com base nas experiências anteriores, o evento que está previsto para este fim de semana costuma puxar para cima a cotação do BTC após reduzir pela metade as recompensas aos mineradores de criptomoedas – os responsáveis pelos registros das transações.
- O que é o halving do bitcoin?
No entanto, os analistas alertam que essa valorização não deve ser imediata e, no lugar de ganhos, a maior criptomoeda em valor de mercado pode apresentar uma desvalorização. Isso deve acontecer porque, segundo Beto Fernandes, analista da Foxbit, há investidores – especialmente aqueles que compraram na última máxima histórica do BTC – que podem vender suas posições durante qualquer movimento de alta para reduzir os prejuízos ou alcançar lucros no curto prazo. Se esse movimento ocorrer, tende a empurrar o preço do BTC para baixo.
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“O grande ponto é entender se o tamanho da oscilação de preços que o halving deve gerar pode valer a pena a realização de lucros para, depois, comprar novamente”, diz Fernandes. As expectativas dos investidores não atendidas nos primeiros dias após o halving também podem trazer uma pressão de venda para o bitcoin e derrubar a cotação. Apesar da possibilidade de uma desvalorização, as perspectivas para o médio e longo prazo são mais otimistas com as expectativas de avanços ainda mais significativos do bitcoin.
Com base nos halvings anteriores, o bitcoin apresentou uma valorização exponencial no mercado. No dia do primeiro halving, em 2012, o preço era de US$ 12 e seis meses depois atingiu US$ 130. O avanço consistente seguiu nos eventos seguintes. Em 2016, no segundo halving, o preço do BTC era de US$ 660 e seis meses depois alcançou o patamar de US$ 900. “Os ciclos do bitcoin, quando analisamos do ponto de vista do evento do halving, costumam entregar muitos ganhos dentro de 12 a 18 meses”, diz Israel Buzaym, head de comunicação do Bitybank.
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Atualmente, a recompensa em cada bloco minerado é de 6,25 BTC. Após o halving deste ano, a recompensa cai para 3,125 BTC por bloco minerado – os cálculos matemáticos que registram as transações de criptomoedas na rede. Os efeitos dessa redução serão ainda mais contundentes com o aumento da demanda pelo ativo por meio dos ETFs de bitcoin à vista nos Estados Unidos, lançados em janeiro deste ano. “A BlackRock, sozinha, ao longo de vários dias no primeiro mês de operação do seu ETF de Bitcoin SPOT, comprou cerca de 9.000 BTC. Ou seja, é possível supor que exista uma demanda 10x maior do que a oferta (criação de novos bitcoins)”, ressalta Buzaym.
A melhora do cenário macroeconômico com as perspectivas de queda de juros também endossa o movimento de valorização da criptomoedas. Na reunião do dia 20 de março sobre a taxa de juros, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) informou que mantém a projeção de três cortes de juros até dezembro. Se as expectativas se concretizarem, o apetite a risco deve aumentar entre os investidores com a perspectiva de queda de rentabilidade dos ativos de renda fixa que se beneficiam com a alta dos juros.
Esse contexto macroeconômico favorece a cotação do bitcoin no médio prazo, já que os analistas consideram a criptomoeda como um ativo de alto risco. “Pode haver um aumento da participação de detentores (investidores) de longo prazo no BTC. Caso isso ocorra, é provável que haja melhoria na performance geral do Bitcoin nos próximos meses”, avalia Fábio Plein, diretor regional para as Américas da Coinbase.
O que o investidor deve fazer?
O investidor com posição em bitcoin não deve se intimidar com as volatilidades de curto prazo. A atenção deve estar voltada, como orientam os analistas, para os movimentos esperados no longo prazo. “O investidor geralmente sofre muito mais por ficar de fora do que por quedas momentâneas e passageiras. No longo prazo, sabemos que o BTC vai continuar vencendo”, ressalta Buzaym.
Ainda com base nos movimentos dos últimos halvings, os efeitos da redução de recompensas aos mineradoras duraram no mercado em média de 12 meses a 18 meses após a realização do evento. Foram nesses períodos que o BTC conseguiu renovar suas máximas históricas. A grande questão deste ano é que a criptomoeda já alcançou novas máximas históricas um mês antes do halving, como mostramos nesta reportagem.
Para Fernandes, o comportamento atípico, até o momento, não mudou as projeções de altas no médio e longo prazo para o BTC. “Analisando os dados históricos e alguns modelos consolidados, como o stock-to-flow, e até o comportamento de parte do mercado em relação aos ETFs de Bitcoin, essa projeção de 1 ano parece ainda dentro do jogo”, diz o analista da Foxbit.
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Já Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos, acredita que o ambiente econômico abre espaço para a moeda digital alcançar o patamar de US$ 100 mil em dezembro deste ano. No entanto, ele alerta que o movimento de alta não será linear. “A última vez que o Bitcoin rompeu a máxima caiu bastante. Algumas semanas subiu, tentou romper de novo e caiu novamente”, afirma o especialista.
Independentemente do patamar que o BTC alcançar no futuro, os analistas são unânimes na orientação aos investidores: realizar pequenos aportes, diversificar os investimentos e manter o foco no longo prazo. A estratégia, além de reduzir os riscos do portfólio, garante a exposição dos investidor em vários períodos de valorização do bitcoin.