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Educação Financeira

Louise Barsi: É fundamental reinvestir os dividendos para ter boa rentabilidade

Louise Barsi: É fundamental reinvestir os dividendos para ter boa rentabilidade
Louise Barsi (Crédito: Divulgação)
O que este conteúdo fez por você?
  • Não comece buscando onde está a maior rentabilidade. Considere seus objetivos, divida o montante em horizontes de curto, médio e longo prazos e, só depois disso, vá atrás do melhor produto e da melhor taxa de retorno
  • Para ter boa rentabilidade com ações, seja pela valorização da carteira, seja por meio de dividendos, é importante escolher empresas com bom fluxo de caixa e dividendos
  • Compre ações todo mês, pensando no longo prazo e no recebimento de dividendos. E reinvista os dividendos recebidos

A nova colunista do E-Investidor tem 25 anos, mas acumula uma bagagem respeitável de mercado financeiro. Louise Barsi começou a frequentar reuniões de investidores com o pai na adolescência. Aos 14 anos, já investia na Bolsa de Valores e, aos 17, iniciou o trabalho em corretoras. “Nunca me imaginei fazendo outra coisa a não ser trabalhar com ações”, conta.

Formada em economia e contabilidade e especialista em mercado de capitais, Barsi é analista CNPI e se dedica a uma empresa de educação digital para desmistificar a Bolsa para os investidores. Além disso, ajuda o pai na gestão do patrimônio familiar, representando os Barsi em algumas empresas de capital aberto. “Sou conselheira de administração da Eternit e estou nos conselhos fiscais da Klabin e do Santander”, diz.

Para continuar a série ‘3 dicas financeiras para enfrentar a crise’, pedimos que Barsi dividisse suas recomendações para esta fase desafiadora. Mas ela se propôs a fazer mais do que isso. “Vou ensinar uma estratégia vencedora, que vai ser eficaz tanto em momentos de crise como também na retomada”.

1 – Não vá atrás da melhor taxa

“A primeira decisão não pode ser seguir a melhor taxa. A alocação dos recursos não deve ser feita de acordo com as taxas oferecidas, mas sim com os objetivos sobre o que fazer com o dinheiro. Antes de começar a investir, forme uma reserva de emergência, um colchão para 3 a 6 meses de despesas. Assim, se algum imprevisto acontecer, como perda de emprego ou problema de saúde, você não precisa se endividar. Depois, divida o montante em três partes, com horizontes de curto, médio e longo prazo.

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Na parcela de curto prazo, o que o investidor precisa é de liquidez e correção pela inflação, então não há como fugir da renda fixa. Sugiro Tesouro Direto e CDBs de emissores médios, que entregam rentabilidades superiores à dos grandes bancos. Para objetivos definidos como de médio prazo, como viagem, casamento e compra de carro ou casa, LCI e LCA têm vantagens interessantes, como isenção de IR e bons retornos – dependendo do prazo.

Só no longo prazo, acima de três anos, é que a Bolsa entra no jogo. Muitos investidores, por ganância, colocam na Bolsa os recursos de curto prazo, mas sofrem com a volatilidade e ficam no prejuízo, porque acabam se desfazendo das ações por necessidade.

Só depois de ter definido quanto dinheiro vai para cada uma das três caixinhas, é que você deve ir atrás do melhor produto e da melhor taxa de retorno.”

2 – Entre na Bolsa com a mentalidade correta

“Quanto maior o horizonte, maior a chance de retornos satisfatórios. Se quiser garantir boa rentabilidade, seja pela valorização da carteira, seja por meio de dividendos, é importante se certificar de que as empresas em que vai investir são perenes, com previsibilidade de fluxo de caixa e bons dividendos.

Boas empresas para começar são as de energia, saneamento e  bancos. Além de pagarem bons dividendos, elas trazem o investidor iniciante para a vida real. Quem vai para a Bolsa compra um pedaço de uma empresa e se torna sócio dela, então ele precisa entender o que a companhia faz.

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Com esse mindset, a tendência é que o investidor compreenda que, quanto mais ações comprar, melhor será para ele. A entrada de pessoas físicas na Bolsa se intensificou neste ano não apenas por causa da queda da taxa Selic, mas pela oportunidade que elas viram de comprar boas ações pagando barato.

Essa estratégia, de comprar boas empresas a bons preços e com bons dividendos, funciona bem na crise e fora dela. Mês a mês, coloque o dinheiro do seu futuro em ações, pensando no longo prazo e no recebimento de dividendos. Em vez de fazer aportes mensais em um fundo de previdência e deixar a escolha nas mãos de um gestor, que provavelmente vai alocar em renda fixa e pagar taxas de carregamento e administração, você vai comprando pedaços de empresas e sendo remunerado em dividendos.”

3 – O reinvestimento dos dividendos é fundamental

“Para ter uma boa rentabilidade, é fundamental reinvestir os dividendos recebidos. Sempre que você recebe e reinveste, sua posição de ações aumenta. Os juros compostos vão agir sobre um número maior de ações e você terá uma multiplicação geométrica do valor de dividendos a receber, o que forma uma bola de neve benéfica.

Em algum momento, o fluxo de dividendos será tão bom que você não vai mais precisar tirar dinheiro do salário para colocar lá. O seu próprio fluxo de dividendos vai realimentar o seu aporte mensal, para que lá na frente você possa apenas embolsar os valores e não precise mais reinvestir. Você terá um complemento de renda e uma maior estabilidade.

Encerro com um recado sobre a retomada. Muitos se iludem com dicas que prometem ganhos exorbitantes e muitas vezes não replicáveis para o pequeno investidor. Não seja ganancioso, mas cauteloso. Tenha paciência e disciplina. Para ter um retorno consistente, a regularidade dos aportes é o mais importante. É melhor ir devagar e sempre do que ir numa tacada só e fazer uma escolha errada.”

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