Investir ainda é uma dádiva para poucos brasileiros. Segundo dados do IBGE, o Brasil possui 108,1 milhões de pessoas que fazem parte da população economicamente ativa, aquelas que estão trabalhando ou que estão em busca de oportunidade.
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Desse número, apenas 18,1 milhões investem ou possuem algum tipo de investimento, de acordo com dados divulgados pela B3 no fim do ano passado. Ou seja, apenas 16,7% da população economicamente ativa investe.
Para mudar esse número, o E-Investidor está promovendo a Semana da Educação Financeira, com lives e reportagens para ajudar a pessoa física a investir. Nesta quarta-feira (24), a repórter Luiza Lanza conversou com o professor Eduardo Mira, analista e sócio da Me Poupe, e o especialista Fernando Bueno, da Ágora Investimentos. Eles falaram sobre investimentos para iniciantes, perfil de investidor, e explicaram conceitos como renda fixa e renda variável.
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De acordo com Mira, a primeira coisa que a pessoa deve fazer é ter a organização financeira e estabelecer metas. “Isso é um passo importante, porque se você não sabe para que você esta investindo, não terá nem motivação para começar”, afirma.
Fernando Bueno comenta que o melhor é ter um objetivo. “Você precisa saber para que está guardando dinheiro. Você vai poupar para ter segurança, ou pensando na sua aposentadoria? Então um ponto importante que ajuda a pessoa a poupar é ter um objetivo”, argumenta o especialista da Ágora Investimentos.
Ele também cita que ante de investir a pessoa deve organizar a sua vida financeira e separar os gastos de forma correta com 50% do ‘salário’ para pagar as contas fixa, como água, luz, alimentação, entre outras coisas.
Além disso, ele recomenda usar 20% para gastos esporádicos, como manutenção do carro e lazer. “A nossa vida não é só trabalho, a gente precisa ser feliz, temos que ter prazer, por isso precisamos gastar com lazer”, explica.
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Já os 30% restantes eles recomendam investir. Em um primeiro momento, o ideal é construir uma reserva de emergência com esse dinheiro. Bueno recomenda formar uma reserva de emergência com pelo menos 6 meses do seu salário. “Então, se a pessoa ganha R$ 5 mil por mês, o ideal é formar uma reserva de emergência de pelo menos R$ 30 mil”, relata.
Enquanto isso, Eduardo Mira descreve que essa reserva deve ser construída e ficar em investimentos com liquidez diária e baixo risco, como CBD de um grande banco ou no Tesouro Selic. Além disso, ele afirma que o investidor que está montando a reserva de emergência deve evitar três produtos: a renda variável, os títulos de renda fixa pré-fixados e a poupança.
A objeção sobre a renda variável, neste caso, é por que ela traz riscos para um dinheiro que pode ser usada a qualquer momento; já os títulos de renda fixa pré-fixados é pela marcação a mercado, que pode causar desvalorização do título se o investidor sair antes do vencimento, se ele ficar até o fim, terá o rendimento acordado.
“A poupança tem liquidez, é protegida pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), mas ela tem o problema do retorno. E mesmo ela não pagando imposto de renda, ela paga menos que o Tesouro Selic, que paga o imposto de renda. Ela também remunera a cada 30 dias, já os outros investimentos rendem todos os dias”, explica o professor.
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Com a reserva de emergência formada, o investidor pode começar a fazer os seus aportes, mas antes disso ele precisa saber qual é o seu perfil: conservador, moderado ou arrojado. Mira diz que prefere não seguir essa tese, pois o mais importante é o objetivo.
“Se a pessoa quiser ter a independência financeira em 10 anos, ela terá que tomar bastante risco e ir para a renda variável, mas se não quiser ir para renda variável, ela vai ter que mudar o seu objetivo e alongar o tempo para conquistar a independência financeira”, argumenta Mira.
Depois de descobrir o perfil, definir o objetivo e ter a reserva de emergência, a pessoa deve diferenciar a renda fixa da renda variável. Os especialistas comentam a renda fixa é empréstimo e você sabe quanto vai receber no final da aplicação.
“No entanto, vale lembrar que na renda fixa, você pode encontrar a marcação a mercado, ela pode fazer o título valer mais ou menos ao longo do tempo. Mas se você segurar até o vencimento, isso não interfere no seu rendimento. Você vai receber exatamente aquilo que contratou”, explica o professor da Me Poupe.
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Eles também dissertaram que o investidor se torna sócio da empresa na renda variável e pode receber os lucros ou os prejuízos. O especialista da Ágora comenta que o importante para o investidor é saber o que ele está comprando. “Tem que tomar cuidado para não apertar o botão toda hora e comprar qualquer coisa. O ideal é saber a real situação das empresas que ele está investindo”, alerta Bueno.
Os especialistas também falaram sobre fundos imobiliários e outras possibilidades de investimentos. Para conferir o conteúdo completo da live, assista o vídeo a seguir.
Assista ao vídeo completo:
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