Educação Financeira

Como funcionam os investimentos de renda fixa nos EUA?

Ativos do exterior ajudam o investidor a evitar riscos de apenas um cenário político, econômico e monetário. Veja como investir lá fora

Como funcionam os investimentos de renda fixa nos EUA?
Como e por que investir na renda fixa dos EUA? (Foto: Envato)

Comprar títulos de renda fixa de outro país ajuda a diversificar a carteira de investimentos e a evitar ficar exposto aos riscos de apenas um cenário político, econômico e monetário. Via de regra, investidores optam por mercados que julgam ser mais estáveis para buscar melhores retornos. O principal deles, os Estados Unidos.

Porém, não importa o país, o funcionamento dos produtos de renda fixa segue uma mesma dinâmica. Na prática, o investidor concede um empréstimo a juros para o governo, instituições financeiras ou empresas privadas por um tempo determinado. Passado o período, o investidor recebe a remuneração contratada.

Outra semelhança entre os títulos de renda fixa brasileiros e estadunidenses diz respeito à segurança: assim como investir no Tesouro Direto é considerado muito seguro no Brasil, o mesmo vale para os treasury bonds do governo norte-americano. Isso porque títulos públicos são garantidos pelo o governo, o que diminui o risco de calote em relação a um emissor da iniciativa privada.

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O investidor que desejar investir em ativos de renda fixa dos Estados Unidos tem diversas opções, além de contar com um mercado secundário muito maior do que o brasileiro (caso precise liquidar o título antes do vencimento). Os mais comuns são:

  • Treasury bonds: títulos do governo divididos em outras subcategorias;
  • Corporate bonds: títulos privados, emitidos por empresas;
  • Certificates of deposit: semelhante ao CDB brasileiro;
  • Exchange-traded funds: ETFs, ou fundos de índice.

Para quem prefere a segurança dos títulos públicos, os chamados T-bonds são análogos aos produtos adquiridos junto ao Tesouro Direto no âmbito nacional. Existem vários tipos e cada um oferece um prazo diferente ao investidor:

  • T-bills: prazo de até 1 ano sem pagamento de juros semestrais;
  • T-notes: de 2 a 10 anos com juros semestrais;
  • T-bonds: entre 10 e 30 anos com juros semestrais;
  • TIPS (títulos protegidos contra a inflação, em tradução livre): 5 a 30 anos; se assemelha ao Tesouro IPCA.

Já os títulos da dívida de empresas privadas funcionam de maneira semelhante às debêntures. O prazo tende a ser maior do que os títulos púbicos mais curtos e possuem classificações de risco muito diversas, que por sua vez dependem da saúde financeira da instituição, do compromisso que tem com seus acionistas e investidores, dos planos de médio e longo prazo, além de outros fatores.

Os certificates of deposit (CDs, na sigla em inglês), por sua vez, são emitidos por instituições financeiras do país norte-americano, com prazos que podem variar. Para se ter uma ideia, é possível contratar esses títulos com resgate previsto para 30 dias ou ainda por alguns anos.

Assim como os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), os CDs também contam com garantia contra calote do FDIC (Federal Deposit Insurance Corporate), entidade semelhante ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC) brasileiro. No entanto, diferente do CDB, o “primo gringo” não pode ser liquidado antes do vencimento, nem mesmo no mercado secundário. Por isso, é preciso avaliar bem antes de adquiri-lo.

Taxa de juros e a renda fixa

O Federal Reserve (Fed, banco central estadunidense) vem mantendo sua taxa de juros no patamar de 5,25% a 5,5% ao ano — o mais elevado desde 2001. Com isso, investir nos retornos da renda fixa dos EUA tem sido mais atraente desde que esse movimento de alta começou, em julho de 2023 – confira nesta reportagem.

Uma vantagem que os estadunidenses têm frente aos brasileiros está no mercado secundário. Lá, assim como há mais opções de instituições que emitem e negociam títulos, o ambiente para liquidar um ativo antes de seu vencimento é mais amplo. Assim, em caso de imprevistos, se torna mais fácil para que os investidores de lá se desfaçam do papel, podendo até mitigar eventuais perdas.

O investidor que quiser diversificar sua carteira, apostando no mercado de renda fixa dos EUA, deve procurar uma corretora de finanças ou uma instituição financeira e pedir para que sejam apresentados os produtos disponíveis no catálogo.

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Vale lembrar que a orientação de um profissional de finanças é sempre recomendada antes de adquirir qualquer ativo de qualquer natureza. Além de traçar o perfil do investidor, o especialista ajuda a definir estratégias que suprem a necessidade do cliente, evitando prejuízos ou riscos desnecessários.