Educação Financeira

Hedge: o que é e para que serve?

Entenda como as operações de hedge podem proteger seu patrimônio

Hedge: o que é e para que serve?
Aqueles que recorrem ao hedge estão pensando em proteger o seu patrimônio de fatores negativos inesperados.
  • Hedge é uma proteção para tentar diminuir os efeitos da volatilidade do mercado financeiro sobre seus ativos.
  • A prática pode ser adotada tanto por quem possui bens físicos quanto por quem quer proteger bens.
  • Operações dessa natureza também podem ser feitas para ganhos especulativos, sobretudo na bolsa de valores.

Fatores como a guerra na Ucrânia, os reflexos da pandemia e a corrida presidencial no Brasil contribuem para a variação dos preços de produtos, serviços e ativos financeiros.

Diante desse cenário, investidores se perguntam: como proteger patrimônios e ativos? As operações de hedge podem ser a resposta. 

Entenda, a seguir, de que forma elas ajudam a proteger seus investimentos.

Hedge: descubra o que é

Literalmente, hedge significa “cerca” em português, ou seja, essa operação serve para proteger ativos. Ela é vista como um seguro para prevenir a perda de dinheiro em vendas ou compras futuras.

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Sua origem foi identificada em 1848, em Chicago (Estados Unidos). Tudo começou a partir da iniciativa de agricultores que desenvolveram um contrato junto aos compradores para fixar valores futuros considerados aceitáveis na venda de suas commodities. 

Vários segmentos do mercado se beneficiam da prática — desde qualquer produtor de commodities e empresas que realizam operações cambiais diversas até investidores que temem ver seus ativos escorrerem por “ralo abaixo” em um cenário de incertezas.

Entenda como o hedge funciona

A forma mais comum de fazer uma operação de hedge é via contratos futuros.

No caso do mercado de ações, o indicado é diversificar a carteira, para evitar riscos maiores.

O contrato futuro funciona da seguinte forma: um produtor de commodities, por exemplo, elabora um contrato com uma data futura de venda do seu produto, com o valor que acredita ser viável.

Já o comprador, por sua vez, aceita o termo e conclui a operação apenas na data e com o valor pré-acordado.

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Geralmente, seu valor é calculado com base em juros futuros sobre o preço original da commodity, ativo ou ação praticada hoje. Outros índices também podem ser considerados para estipular um valor na operação, como a taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) ou do Certificado de Depósito Interbancário (CDI).

Tipos de operação

As operações de hedge que ocorrem com maior frequência no mercado financeiro são:

  • hedge em commodities — mais usado no mercado agropecuário, é feito via contrato futuro para proteger o valor de compra e venda da produção (boi gordo, café, soja, etc.);
  • hedge em ações — usado quando o investidor ou analista percebe uma possibilidade de queda no valor das ações e, assim, determina-se a opção de venda da ação por preço e data pré-acordados, mas não é tão praticado quanto a diversificação em carteira;
  • hedge cambial — serve para anular riscos cambiais tanto de investidores quanto de empresas que fazem importação e exportação, em compra de dólar futuro, entre outras possibilidades.

Hedge em investimentos

Lourenço Neto, economista e sócio principal da Miura Investimentos afirma que investidores com perfil conservador costumam optar pelo hedge em dólar e ouro, enquanto um perfil mais arrojado mira no mercado de ações americano.

Apesar dessa operação não ser, via de regra, usada para obter lucro, também há quem adote-a para obter ganhos especulativos em situações que envolvam operações de índice de ações e dólar futuro.

Neto ressalta que atualmente há um movimento de investidores especulando hedge por vários motivos.

Ele interpreta isso como um risco grande, principalmente para investidores brasileiros que estão há menos de 5 anos no mercado financeiro.

“Poucas pessoas sairão lucrativas, e muitas, frustradas. Parece lucrativo no papel, mas ao executar, o investidor pode se dar mal”, ele afirmou.

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