- O Open Finance é uma evolução do Open Banking e amplia os dados que podem ser compartilhados e as instituições que estão autorizadas a ter acesso às informações dos clientes.
- Novo sistema financeiro aberto proporcionará maior competitividade entre as instituições e menores custos de operações, possibilitando produtos personalizados e mais atraentes para os clientes.
- Usuários precisam ser educados sobre os riscos envolvidos no Open Finance, bem como clientes em pior situação financeira podem ser prejudicados caso resolvam compartilhar dados.
O mundo das finanças tem evoluído com novas tecnologias e sistemas de pagamentos permitindo investimentos em criptoativos e negócios baseados em blockchain. O Banco Central (BC) tem acompanhado essa transformação e dispõe de uma agenda própria, apresentando como última novidade o Open Finance. Entenda como funciona.
O que é Open Finance?
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Open Finance é o processo de compartilhamento voluntário de dados empresariais, bancários, financeiros e comerciais de uma empresa, empreendedor ou pessoa física por meio de uma plataforma apropriada para uma comunidade restrita.
O compartilhamento pode envolver informações de serviços bancários tradicionais e produtos financeiros, como câmbio, seguros, previdência e investimentos. Além de bancos, corretoras de valores, seguradoras, plataformas de investimento e fundos de previdência e pensão podem participar do ecossistema, sendo regulados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo BC.
Qual é a diferença entre Open Finance e Open Banking?
Em ambos, existe o compartilhamento voluntário de dados de pessoas físicas ou jurídicas entre as instituições do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Contudo, enquanto o Open Banking é o sistema bancário aberto, o Open Finance é uma evolução do conceito e se trata da abertura de dados de todo o ecossistema financeiro.
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“Em teoria, uma empresa pode compartilhar todos os dados de cadeia de suprimentos, de fornecedores de matéria-prima e até de clientes, passando por serviços de logística, segurança e gestão de tecnologia”, afirma Roberto Gil Uchôa, especialista na área de Finanças e professor da Escola de Negócios (IAG) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Como funciona o Open Finance?
A pessoa ou empresa pode optar pelo compartilhamento dos dados por meio do canal digital da instituição financeira da qual é cliente. Quem decide quais informações serão compartilhadas é o usuário, respeitando o que é disposto na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Com os dados, as instituições financeiras podem receber ofertas de serviços financeiros de acordo com o perfil do cliente, como empréstimos com taxa de juros menores e melhores condições de investimentos.
O que pode mudar no sistema financeiro?
O Open Finance propicia a otimização de custos operacionais e de marketing das instituições financeiras. À medida que se tem acesso a mais dados de um cliente, é possível customizar soluções, cortando custos de tarifas e margens de risco embutidas nas taxas de juros.
Outro impacto é aumentar a competição entre as empresas do setor. Quando alguém decide compartilhar dados, instituições com as quais não havia relacionamento podem ter acesso a eles e buscar criar vínculos.
Quais são os benefícios do Open Finance?
O Open Finance oferece vantagens, como acesso a linhas de crédito customizadas com custos menores e condições mais favoráveis de pagamento. “O sistema também possibilita o desenvolvimento de novas operações financeiras estruturadas que atendam aos interesses de investimento ou de proteção de seus ativos”, destaca Uchôa.
Os benefícios do Open Finance se estendem para a portabilidade de relacionamento entre instituições, uma autonomia da gestão de dados para os clientes e maior transparência no processo. “Por conta da concorrência, haverá maior velocidade e facilidade nos processos de transações financeiras”, avalia Diego Eduardo Lopes Ramiro, CEO da Miura Investimentos e presidente da Associação Brasileira de Agentes Autônomos de Investimentos (ABAAI).
Quais são os riscos do Open Finance?
Um dos riscos do Open Finance é as pessoas com pior situação financeira não conseguirem se inserir nesse ecossistema. “Elas dificilmente terão acesso a crédito com taxas adequadas ou produto competitivo e ficam fadadas a empréstimos com taxas perversas”, alerta Ramiro.
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Outra ameaça está relacionada com a segurança e o nível de habilitação de compartilhamento de dados que é preciso autorizar. “O usuário precisa ser educado a usar as plataformas e os procedimentos de segurança que deve tomar para não ter suas informações roubadas por terceiros”, recomenda Uchôa.