Como será o 1º curso de formação de investidores anjos da USP

Em uma parceria com a FEA Angels, rede de executivos, empreendedores e ex-alunos da Faculdade de Economia e Administração da USP, a universidade disponibilizará 100 vagas para a turma
Universidade disponibilizará 100 vagas para a turma em uma parceria com a FEA Angels, rede de executivos, empreendedores e ex-alunos da Faculdade de Economia e Administração da USP
As aulas serão 100% online, às quinta-feiras, de 19h às 23h, entre 3 de setembro e 26 de novembro. No final, os participantes receberão uma certificação

A pandemia de coronavírus trouxe muita desconfiança para os negócios, e com os investimentos anjos não seria diferente. Afinal, esse período de incertezas potencializa os riscos para quem decide apostar em uma empresa que dá seus primeiros passos. Mas é também nas crises que nascem as oportunidades. E para não desperdiçá-las é preciso preparação. Pensando nisso, a USP lança seu primeiro curso de investidores anjos.

Esses investidores são peças fundamentais para o pontapé de uma startup. Além de auxiliar com capital, eles também podem ajudar com ideias e networking.

“O investidor anjo pode ser uma peça fundamental no momento em que o empreendedor fez tudo sozinho mas, a partir de um certo momento, para crescer, ele vai precisar de capital ou de uma rede de conexões”, explica a professora Liliam Carrete, da área de Mestrado Profissional de Empreendedorismo da FEA USP e idealizadora do curso.

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Em uma parceria com a FEA Angels, rede de executivos, empreendedores e ex-alunos da Faculdade de Economia e Administração da USP, a universidade disponibilizará 100 vagas para a turma. As aulas serão 100% online, às quinta-feiras, de 19h às 23h, entre 3 de setembro e 26 de novembro. No final, os participantes receberão uma certificação.

O programa do curso deve englobar conhecimentos sobre startups – financiamento, criação de valor, risco e retorno -, bem como fundamentos de gestão financeira, ciclo de vida do capital de risco, retornos de Venture Capital e valuation.

Liliam lembra que investir em uma empresa que está começando é diferente de investir, por exemplo, nos papéis de uma companhia que está listada na Bolsa. “É diferente porque envolve variáveis na tomada de decisão diferentes de uma gestão de portfólio de ações”.

A professora ressalta que uma das questões que mais importam para o investidor anjo é a diluição de capital. “Cada vez que entra um novo investidor, entra dinheiro, mas também há venda de ações. E aí os investidores anjos existentes acabam tendo a sua participação diluída porque diminui a sua participação”, afirma Liliam.

Seleção e investimento

A inscrição para o curso já pode ser feita aqui. O preço do curso será R$ 2 mil para o público geral e R$1,8 mil para investidores participantes de qualquer rede de anjos do Brasil. Além disso, serão oferecidas 10 bolsas integrais para os inscritos, sendo cinco delas para associados da FEA Angels e outras cinco para associados de outras redes de anjo.

O critério de seleção dos alunos será por perfil financeiro e análise curricular. Será feita uma entrevista individual com cada inscrito a fim de entender seus objetivos e ambições ao realizar o curso.

Cenário de investimentos anjos no Brasil

Em março, a organização Anjos do Brasil realizou uma pesquisa com investidores anjos, que mostrou que 64% dos entrevistados se disseram com menos predisposição para investir em startups por causa do coronavírus. Vale lembrar que foi neste mês que a pandemia atingiu o Brasil.

Em 2018, também segundo a Anjos do Brasil, os investimentos foram da ordem de R$ 979 milhões, resultado 0,4% menor que em 2017 (R$ 984 milhões). Para 2019, a expectativa da organização era de 5% de crescimento.