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Confira o que estas gestoras fariam com R$ 100 mil na renda fixa

Investir esse dinheiro na renda fixa demanda um olhar na macroeconomia e outro nos juros.

Confira o que estas gestoras fariam com R$ 100 mil na renda fixa
  • O cenário econômico também pode determinar qual o melhor investimento.
  • Juros e inflação, por exemplo, são cruciais.
  • Contar com a ajuda de especialistas pode acelerar o processo e trazer mais segurança.

O trabalhador brasileiro que consegue formar um montante mensal livre de despesas, taxas e outros compromissos sempre se pergunta o que fazer com esse dinheiro para ele render mais. Isso porque a população, de maneira geral, está descobrindo apenas nas últimas décadas os benefícios de investir fora da poupança.

Para além de uma educação financeira que está crescendo no Brasil, o cenário econômico também pode apontar qual o melhor investimento. Juros e inflação, por exemplo, são cruciais. Desta forma, entender minimamente de economia e finanças é essencial quando se trata de cuidar do próprio dinheiro.

Ainda assim, contar com a ajuda de especialistas pode acelerar o processo e trazer mais segurança na hora de escolher quanto e onde investir. Por conta disso, o E-Investidor conversou com três analistas para saber o que cada um faria com R$ 100 mil na renda fixa, visto que o momento continua mais favorável a este segmento em detrimento da renda variável.

Diversificação é o mais importante

Para Rodrigo Caetano, analista da Toro Investimentos, o primeiro ponto é que, independentemente do cenário, a diversificação é super importante mesmo dentro dos investimentos em renda fixa. Sendo assim, o ideal é realizar uma aplicação diversificada tanto em ativos prefixados, pós-fixados e híbridos (atrelados ao IPCA). “Porém, o percentual alocado em cada uma das classes deve estar alinhada ao cenário econômico atual”, destaca.

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Ele explica que com a atual conjuntura econômica, a Toro acredita que uma alocação ideal de R$ 100 mil em renda fixa seguiria os seguintes critérios:

Ativos prefixados com vencimento entre 3 a 5 anos: o cenário de corte de juros tende a beneficiar a alocação nesses ativos, além de que, consegue-se encontrar taxas atrativas para os vencimentos citados. Desta forma, é possível obter uma rentabilidade elevada pelo prazo do investimento. Nessa classe, a Toro recomenda que os investimentos sejam feitos em ativos bancários (CDB, LCI, LCA, etc) e títulos públicos federais (LTN e NTN-F).

Ativos pós-fixados: a alocação seria feita buscando ativos de mais curto prazo, o cenário de redução de juros não beneficia a classe, o que torna a alocação nesses ativos pouco atrativas para cenários mais longos. Além disso, é nessa classe que a corretora irá alocar os recursos destinados a ativos com alta liquidez, para por exemplo, uma eventual reserva de emergência. Ativos bancários e as LFT’s (Tesouro Selic) podem ser boas alternativas de alocação para a classe.

Ativos híbridos (atrelados ao IPCA): Neste caso, a alocação seria destinada a ativos com vencimentos mais longos, a fim de aproveitar as taxas reais que seguem atrativas no mercado. A alocação mais longa se dá devido ao cenário de curto prazo, apontando para um arrefecimento inflacionário, o que não beneficia a classe.

Caetano ressalta, também, que é nessa classe que eventualmente pode-se realizar as operações de renda fixa, alocando em ativos com vencimentos mais longos, e com maior sensibilidade à oscilação de taxa de juros, realizando a venda antecipada em cenário onde se pode ter uma desidratação dos juros reais negociados.

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Nessa classe, a Toro recomenda a alocação em ativos de crédito privado (Debêntures, CRI, CRA) e em títulos públicos federais (NTB-B e NTN-B principal). “Nesta segunda opção a estratégia de Barbell, ou seja, mesclar ativos mais curto e longos, a fim de minimizar a oscilação da carteira, pode ser utilizada”, afirma.

Em relação ao percentual de ativo em cada classe, deve-se levar em consideração principalmente o perfil de risco do investidor. Para um cliente com perfil arrojado, a alocação atual em renda fixa, seria essa:

  • Prefixados: 41%
  • Pós-fixados: 27%
  • Híbridos: 32%

Observar o prazo do investimento

O sócio fundador da Fatorial Investimentos, Jansen Costa, reforça que esse valor de R$ 100 mil está condicionado ao prazo de investimento que a pessoa tem, e explica que para um prazo de investimentos de até dois anos, possivelmente uma aplicação pós-fixada faça mais sentido do que uma aplicação pré-fixada. “Isso em conformidade com os preços atuais”, destaca.

Segundo o especialista, se for um prazo acima de dois anos, a Fatorial majoritariamente colocaria mais produtos atrelados à inflação com pré-fixado, que está pagando hoje na casa dos R$ 5. E elenca o seguinte:

  • Mais curto prazo: CDI
  • Mais longo prazo: IPCA+

“No curto prazo, eu colocaria 80% desse montante no pós-fixado. E, se fosse para o longo prazo, eu colocaria até 50% em inflação e a diferença no pós-fixado”, recomenda Costa.

A receita do momento

Para Gabriel Meira, especialista e sócio da Valor Investimentos, o juro elevado tanto no Brasil quanto no exterior leva as corretoras a aumentarem a dose de pós-fixado, mas agora com pitadas de prefixados e indexados à inflação. “Então, a gente tem falado de mais ou menos da carteira prefixada para dois ou três anos, e mais ou menos de 15 a 20% indexado à inflação para 3 ou 4 anos”, afirma. O restante deve ir para o pós-fixado, mas aí com diferentes escalas, a depender da taxa. “Então, hoje a gente tem gostado bastante de pegar alguns CDBs e também um pouco de crédito privado, como debêntures, CRIs e CRAs.

A renda fixa

O investidor iniciante deve sempre lembrar que na renda fixa a taxa de rendimento e o prazo de vencimento são definidos no momento da aplicação, e esta modalidade funciona como um empréstimo que parte de quem libera o dinheiro, no caso o investidor, para quem toma, no caso a aplicação.

Quando este “empréstimo” acontece, o investidor recebe uma taxa de rentabilidade fixa, que é definida no momento da compra, mas, é importante saber que para títulos com liquidez apenas no vencimento, é possível resgatar antes apenas pelo mercado secundário, podendo ter essa rentabilidade alterada para cima ou para baixo no momento da venda.

Produtos de investimentos em renda fixa

Dos produtos de investimentos em renda fixa, existem estes:

  • Tesouro Direto: este é do governo federal e são títulos atrelados à inflação, como Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais. Do laod dos prefixados, tem o Tesouro Prefixado e o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais Indexado à taxa Selic. O Tesouro Selic, para se ter ideia, é o título mais recomendado para iniciantes.
  • CDB: este é o Certificado de Depósito Bancário, ou um título de Renda Fixa emitido pelos bancos. A taxa de rentabilidade destes tem liquidez diária e, geralmente, é um produto atrelado ao CDI.
  • LCI/LCA: Letra de Crédito Imobiliária e Letra de Crédito do Agronegócio, que são aplicações de Renda Fixa semelhantes ao CDB. Oferecem isenão de tributos, como o Imposto de Renda (IR).
  • Debêntures: são títulos de Renda Fixa emitidos pelas empresas.
  • Letras de Câmbio: tem o mesmo princípio do CDB, mas é emitida pelas “financeiras”, que são instituições financeiras de porte menor.
  • CRI e CRA: estas aplicações ainda são pouco conhecidas entre os investidores da renda fixa. O CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e o CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) são emitidos pelas securitizadoras.

Bancarização avança

A bancarização no Brasil avança a passos largos com neobancos e fintechs acessando o mercado financeiro, a exemplo de Nubank, que completou em março uma década de existência, ou de parcerias que as empresas de telecomunicações estão fazendo com instituições financeiras para oferecer em suas plataformas produtos e serviços desse setor.

Para fazer frente à concorrência crescente, os bancos tradicionais como Itaú, (ITUB4), Bradesco (BBDC4), entre outros, reforçam suas estratégias de captação de clientes, bem como de tecnologia, para acompanhar o avanço do próprio mercado.

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Ainda assim, a poupança é a aplicação para onde 80% dos brasileiros bancarizados corre quando sobra algum dinheiro ao final do mês. Entretanto, ela vem perdendo o interesse de boa parte da população, que busca novas alternativas de investimentos e, principalmente, rentabilidade.

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