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- Na noite da última sexta-feira (02), cinco prateleiras do supermercado Mix Mateus Atacarejo, localizado em São Luís, desabaram em cima de clientes e funcionários
- A unidade pertence ao Grupo Mateus, que irá realizar IPO (Oferta Pública Inicial de Ações) no dia 13 de outubro. A oferta, que poderia chegar aos R$ 6,2 bilhões, prometia ser a maior do ano e vinha chamando a atenção do mercado
- Para especialistas, o acidente enfraquece o IPO da empresa e afasta os investidores especuladores, que buscavam ganhos no curto prazo. Já os que tinham perfil de longo prazo devem permanecer interessados na oferta
Na noite do dia 2 de outubro, sexta-feira, cinco prateleiras do supermercado Mix Mateus Atacarejo, localizado em São Luís (MA), desabaram em cima de clientes e funcionários. No total, uma pessoa morreu e outras oito ficaram feridas. A unidade pertence ao Grupo Mateus (GMAT3), que levantou R$ 4,6 bilhões em IPO (Oferta Pública Inicial de Ações) realizado nesta quinta-feira (8).
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A oferta, que prometia chegar aos R$ 6,2 bilhões antes do acidente, acabou sendo de fato a maior abertura de capital na bolsa brasileira desde o IPO da BR Distribuidora (BRDT3), há quase três anos. O Grupo Mateus vai estrear na B3 na terça-feira (13), com o código GMAT3, valendo R$ 20 bilhões, mais do que Pão de Açúcar (R$ 18,5 bilhões) e Carrefour (R$ 11 bilhões).
O temor era que o acidente ocorrido pouco mais de uma semana antes da abertura de capital enfraquecesse o IPO e, por consequência, afastasse o investidor especulador. Antes do resultado da oferta, o E-Investidor já havia conversado com analistas, que explicaram as consequências de curto e longo prazo.
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“Vai arrefecer um pouco o ânimo e provavelmente o valor de lançamento. Aquele perfil de investidor que queria ganhar no curto prazo pode querer ficar de fora”, explica Luiz Claudio Dias Melo, sócio-diretor de divisão de varejo da consultoria 360 Varejo.
O próprio Grupo Mateus reapresentou o prospecto preliminar da empresa, incluindo a queda das gôndolas como fator de risco relacionado ao negócio e que ocasionou “efeito adverso sobre nossos negócios e imagem, podendo ainda ocasionar futuramente efeito adverso relevante adicional”.
Além disso, a companhia abriu prazo de desistência até 9 de outubro para investidores não institucionais que apresentaram o pedido de reserva.
Vale a pena desistir do IPO?
Na visão de Melo, o episódio realmente afeta a imagem do grupo, além de deixar o consumidor inseguro no primeiro momento, mas não deve impactar a empresa no longo prazo. “Se a gente olhar para as curvas de crescimento e os fundamentos da companhia, isso não mudou em nada”, afirma. “Tudo leva a crer que houve uma falha pontual, humana. Mas claro que questões de compliance e segurança deverão ser pauta da companhia, irão precisar passar por um processo completo de revisão.”
Portanto, para o investidor que pensa em ganhos em um período mais longo, a desistência da oferta não seria recomendada. “Todo varejo em algum momento da história apresentou uma situação grave”, diz Melo. “Entretanto, é um setor que está em um mega crescimento”, afirma. Atualmente, a rede varejista tem 137 lojas físicas, 29 atacarejos, 23 supermercados, 2 hipermercados, 67 lojas de eletroeletrônicos e 16 lojas de vizinhança distribuídos por Maranhão, Pará e Piauí. No IPO, a faixa indicativa deve ficar entre R$ 8,97 e R$ 11,66.
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Essa também é a visão de Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores. “Foi uma tragédia, mas algo pontual. Não muda nada em relação às perspectivas para a varejista”, diz.
A atitude de incluir no prospecto o acontecimento também demonstraria preocupação com transparência. “Eu achei essa atitude muito positiva. Mostra que a empresa teve uma visão acima da questão financeira”, conclui Melo.