Investimentos

Entenda se vale a pena investir no IPO da Sequoia

A abertura de capital da empresa de logística pode arrecadar mais de R$ 1,68 bilhão

Entenda se vale a pena investir no IPO da Sequoia
(Foto: Divulgação B3)
  • Encerra nesta sexta-feira (2) o prazo para os investidores que quiserem reservar ações da companhia, que deverá ser listada com o código 'SEQL3'
  • Para Tiago Reis, analista CNPI da Suno Research, não vale a pena investir no IPO, pelo menos até que a Sequoia mostre uma 'evolução de seus resultados e um preço mais atraente'
  • Entretanto, o analista destaca entre os pontos positivos da empresa de logística a sua estratégia asset light, o foco em tecnologia e a atuação em um setor com perspectivas favoráveis

A Sequoia Logística e Transportes S.A. estreia na Bolsa de Valores na próxima quarta-feira (7) e, considerando lotes adicional e suplementar, pode arrecadar mais de R$ 1,68 bilhão na sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). Os investidores que ainda quiserem reservar ações da companhia precisam correr, pois o prazo se encerra nesta sexta-feira (2). A empresa deverá ser listada com o código “SEQL3”.

Mas, afinal, vale a pena investir no papel de um dos maiores operadores logísticos de e-commerce do País? Para Tiago Reis, analista CNPI da Suno Research, a resposta é não, pelo menos até que a empresa mostre uma “evolução de seus resultados e um preço mais atraente”.

“A bolsa já tem empresas com atuação de alguma forma similar e precificação mais razoável, sem considerar as de outros setores que têm um longo histórico comprovado de crescimento e negociando a preços que exigem menor crescimento para representarem bons negócios. Por isso, sentimos que não temos margem de segurança para investir no IPO”, diz Reis em relatório.

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A faixa indicativa de preço de cada ação da Sequoia foi estabelecida entre R$ 14,25 e R$ 17,75. A precificação dos papéis está prevista para a próxima segunda-feira (5). Ao todo serão ofertadas 70.175.438 ações do lote principal, sendo 28.070.175 da emissão primária e 42.105.263 da oferta secundária.

O lote adicional tem mais 14.035.088 ações, e o suplementar, 10.526.315 ações. Ambos são formados por papéis detidos pelos atuais acionistas.

Além de não considerar a faixa de preço da ação “atraente”, Reis afirma que ofertas majoritariamente secundárias não agradam à casa de análises, lembrando que há outras empresas já listadas com histórico mais sólido.

“Geralmente, elas (ofertas secundárias) estão sendo utilizadas como forma de viabilizar a saída de investidores que compraram os ativos no passado a preços bem mais atrativos e agora querem colocar os ‘lucros no bolso’”, diz Reis.

Entretanto, o analista destaca entre os pontos positivos da empresa de logística, a sua estratégia asset light, o foco em tecnologia e atuação em um setor com perspectivas favoráveis.

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No prospecto da oferta, a Sequoia informa que atua no espectro completo de serviços no segmento de transporte e logística, com foco na realização de entregas expressas e em soluções de logística reversa para o e-commerce.

“Em 2019, tivemos 30 milhões de entregas ‘porta-a-porta’ e mais de 1,4 milhão de entregas dentro do mesmo dia da respectiva solicitação”, informa o prospecto da oferta, que tem como coordenadores BTG Pactual, Santander, Morgan Stanley e ABC Brasil.

Concorrência com Correios afeta a oferta?

Reis diz que grande parte da estratégia de crescimento da Sequoia é pautada na sua maior eficiência em relação aos Correios, líder de mercado e um player muito menos eficiente do que a média.

Entretanto, o analista lembra que a possível privatização dos Correios já vem sendo discutida há um tempo. E nomes fortes de possíveis compradores, como Magazine Luiza, Amazon, Fedex e DHL, já vêm sendo ventilados.

“Não podemos descartar a possibilidade de uma mudança de gestão nos Correios, que poderia deixar a companhia mais eficiente. Esse movimento, sem dúvida, traria dificuldades para que a Sequoia conseguisse cumprir as suas metas de crescimento e gera uma incerteza adicional frente aos altos múltiplos exigidos no IPO”, avalia Reis.

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