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Fintechs brasileiras atraem milhares de dólares de capital estrangeiro; veja as 3 mais rentáveis

Injeção de investimento externo nas fintechs no 1º trimestre de 2024 pode ser oportunidade para investidores

Fintechs brasileiras atraem milhares de dólares de capital estrangeiro; veja as 3 mais rentáveis
Fintechs brasileiras levantaram US$ 721 milhões no 1º tri de 2024 (Foto: AdobeStock)
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  • Foram US$ 721 milhões em investimentos estrangeiros nas fintechs brasilerias no primeiro trimestre de 2024, uma alta de 39% em relação ao mesmo período em 2023
  • Brasil chamou a atenção na América Latina, superando a média regional de crescimento
  • Levantamento da Elos Ayta Consultoria mostra a rentabilidade das fintechs brasileiras listadas nas principais bolsas de valores do mundo

As fintechs brasileiras captaram US$ 721 milhões em investimentos estrangeiros no primeiro trimestre de 2024, uma alta de 39% em relação ao mesmo período em 2023, de acordo com o estudo da Sling Hub em parceria com o Itaú BBA. O Brasil chamou a atenção na América Latina, superando a média regional de crescimento, o que significa que os investidores estão enxergando uma oportunidade para lucrar.

Em contrapartida, o estudo aponta que houve uma diminuição de 18% no número de rodadas de investimento para crescimento nas negociações com investidores de capital estrangeiro, embora o tamanho médio tenha crescido no Brasil. As fintechs ficaram em apenas duas das cinco principais. Foram 120 etapas de financiamento de janeiro a março, oito a menos do que há um ano.

Segundo Guilherme Chernicharo, sócio da Hiker Ventures, marca investidora de empresas em estágio inicial da gestora AF Invest, o cenário é bastante otimista para as fintechs. “O desempenho do setor nos últimos quatro meses foi estável em relação ao último quadrimestre de 2023 e até um pouco inferior ao ‘Q3’ do ano passado. Isso mostra a tendência que é de sustentabilidade”, diz.

O especialista destaca que as financeiras digitais têm demonstrado preocupação com disciplina de custos e uma cada vez mais bem mensurada LTV (Lifetime Value, na sigla em inglês), o número dá uma estimativa da receita média que um consumidor irá gerar para a empresa ao longo de sua vida como cliente

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Outro aspecto positivo é a mudança de estratégia de crescimento, segundo Chernicharo. “Anteriormente, as expansões exigiam um risco maior de injeção de capital, agora percebe-se um planejamento geográfico e de consolidação do produto”, afirma.

Ainda de acordo com o relatório, os mercados latinos são muito dependentes da dinâmica das taxas de juros nos EUA, que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) optou por manter de 5,25% e 5,50% ao ano na semana passada. Logo, a velocidade de retomada do setor dependerá fortemente do ritmo de corte futuro.

Leia esta matéria: Fed mantém juros nos EUA. Como a decisão impacta os investimentos?

Veja as fintechs brasileiras mais rentáveis

Para Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos, diversos são os fatores que tem contribuído para gerar oportunidades do setor. “A questão do Open Banking, que facilita transações, novos negócios, aportes e outras operações financeiras é um ponto. A aderência de algumas fintechs ao mercado de criptomoedas, gerando uma liquidez maior, também”, pontua.

Já na avaliação de Rafael Ragazi, sócio e analista de ações da Nord Investimentos, a melhor oportunidade para o investidor lucrar entre as startups brasileiras é o Banco Inter (INBR32). “Foi passado um plano de crescimento bem robusto para o mercado, que tem o objetivo de chegar a 60 milhões de clientes com um índice de eficiência de 30%, e um ROE (retorno sobre o patrimônio), de 30% em 2027″, afirma.

Além disso, o guidance (projeção utilizada para influenciar as expectativas do mercado) é de lucro líquido de R$ 5 bilhões no ano de 2027, de acordo com o analista. Desde então, o desempenho tem sido acima do esperado.

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“Eles avançaram alinhados com o planejamento do número de clientes totais, atingindo 53% do caminho do plano de cinco anos em apenas um”, afirma Ragazi. “Em relação ao ROE, eles andaram um terço do caminho. Saltou de 2% para 9% nesse primeiro ano.”

Virgílio Lage, da Valor, compartilha da mesma visão de Ragazi e relembra que o Inter tem trabalhado bem os setores de investimentos e criptomoedas com custo baixo. Ele também menciona a XP Inc. como uma oportunidade. “Trata-se de uma das maiores empresas do setor e teve um aumento na base do número de assessores, que ajuda a fomentar o crescimento da educação financeira dos brasileiros”, diz.

Diante do atual cenário de retomada, o E-Investidor identificou as fintechs brasileiras listadas nas principais bolsas de valores do mundo e solicitou um levantamento para Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria, para mostrar a sua rentabilidade até maio deste ano (veja abaixo).

Veja as três empresas de tecnologia financeira com maior retorno:

3º – PagSeguro (PAGS34)

O PagSeguro (PAGS34) foi fundado em 2006 e atua como meio de pagamento eletrônico e instituição bancária – o PagBank. Muitas das maquininhas utilizadas para transações de crédito e débito são deles.

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Sua entrada na B3, a Bolsa brasileira, ocorreu início de 2021. As ações PAGS34 iniciaram custando R$ 60, atingiram o pico de R$ 66 e hoje estão R$ 13,14. De acordo com o levantamento, o seu dividend yield (rendimento do dividendo, um índice que mede a rentabilidade dos dividendos de uma empresa em relação ao preço de suas ações) no ano de 2024 até maio é de 4,81%.

2º – Cielo (CIEL3)

A Cielo (CIEL3) é uma empresa brasileira fundada em 1995 e líder do setor de meios de pagamentos (“maquininhas” e on-line) em crédito e débito.

Sua oferta inicial de ações (IPO , na sigla em inglês) ocorreu em 2009, e as ações foram cotadas a aproximadamente R$ 9. O ano de 2015 foi o seu auge, quando ultrapassou os R$ 30. Atualmente, as ações são cotadas a R$ 5,58. O levantamento aponta uma melhora de seu dividend yield em relação aos últimos anos, atingindo 24,49%.

1º – Nubank (NU-NYSE)

A fintech roxinha é considerada brasileira, mas foi fundada por um colombiano radicado nos Estados Unidos que morava na cidade de São Paulo, ao lado da paulistana Cristina Junqueira e o americano Edward Wible. Sua oferta pública inicial de ações na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) em 9 de dezembro de 2021, estreando com uma avaliação de mercado de US$ 41,48 bilhões, ultrapassando o valor de mercado do Itaú Unibanco (ITUB3), (ITUB4) , o maior banco do Brasil.

Embora Rafael Ragazi, da Nord Investimentos, considere as ações do Nubank(ROXO34) – no Brasil e NU em Nova York – muito caras, foi a empresa financeira tecnológica com maior dividend yield, segundo o levantamento. Com retorno de 31,57% até maio deste ano na NYSE, o valor do papel está a US$ 12,00.