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Lucro dos bancos segue concentrado, mas fintechs começam a ganhar espaço

A análise é do Bank of America, que aponta que, desde 2014, o lucro anual do setor bancário cresceu 11%

Lucro dos bancos segue concentrado, mas fintechs começam a ganhar espaço
(Foto: Envato Elements)

O lucro do setor bancário brasileiro continua concentrado nos nomes tradicionais do setor, mas as fintechs e bancos digitais começaram a ganhar espaço no ano passado à medida que suas operações deixaram de perder dinheiro. A análise é do Bank of America (BofA), que aponta que, desde 2014, o lucro anual do setor cresceu 11% ao ano, em média, chegando a R$ 210 bilhões no ano passado.

“O bolo de lucros continua muito concentrado, com os seis maiores bancos respondendo por 75% do total ao longo de 2022. Entretanto, os neobancos começaram a ganhar espaço em 2023, dado que vários deles ultrapassaram o patamar do equilíbrio financeiro”, escreve o analista Mario Pierry.

Usando os dados do Banco Central referentes aos seis primeiros meses do ano passado, o BofA mostra que os bancos com a maior participação nos lucros do setor foram o Itaú Unibanco e o Banco do Brasil, com 19% cada um, sendo que a participação do BB foi a maior em dez anos. A do Bradesco, por outro lado, foi a menor, de 10%.

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Entre os novos entrantes, o Nubank (ROXO34) abocanhou a maior participação, com 2% do lucro do setor no primeiro semestre do ano passado. O BTG Pactual (BPAC11) respondeu por 5%, enquanto Safra, Banco do Nordeste, Citi e BV tiveram, cada um, 1% do lucro dos bancos brasileiros.

Para mostrar a evolução do setor ao longo da última década, o BofA compilou ainda dados sobre a participação dos bancos públicos e privados na concessão de crédito e sobre a participação do próprio crédito na economia.

Após um pico de 57% em 2015, os bancos públicos caíram para 43% de participação no mercado de crédito no País no final do ano passado, segundo os números reunidos pelo BofA. Essa queda, que inclui o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), explica também, na visão do analista, a menor concentração do crédito no sistema, assim como a chegada das fintechs.

A participação do crédito na economia, porém, estagnou em 53%. Essa paralisia foi puxada pelo crédito às empresas, que perdeu espaço diante da migração de muitas operações do balanço dos bancos para o mercado de capitais. O crédito para pessoas físicas, por sua vez, cresceu, com linhas como cartão de crédito e crédito pessoal se tornando a porta de entrada das fintechs no sistema.

Os dados mostram que o crédito bancário para empresas saiu de 28% do PIB para 21% entre dezembro de 2014 e o mesmo mês de 2023. O crédito para pessoas físicas, por outro lado, saiu de 25% do PIB para 32% do PIB.

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