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BB Asset: “Investidor tem que se posicionar agora para não perder a festa”

O gerente de renda fixa e câmbio da BB Asset, Flávio Mattos, vê oportunidade para prefixados e crédito privado

BB Asset: “Investidor tem que se posicionar agora para não perder a festa”
Para Flávio Mattos, da BB Asset, há três movimentos essenciais para o investidor turbinar os ganhos na renda fixa a partir de agora. Foto: Aline Massuca
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  • Agora é o momento de os investidores de renda fixa prepararem suas carteiras para o ciclo de queda de juros que se aproxima
  • A expectativa de Mattos é de que os cortes na taxa Selic comecem a ocorrer a partir de setembro
  • Para se antecipar a essa nova etapa da política monetária, a maior gestora de recursos do país já está se movimentando. Trocar pós-fixados por prefixados e alongar os prazos dos investimentos é uma das mudanças

Agora é o momento de os investidores de renda fixa prepararem suas carteiras para o ciclo de queda de juros que se aproxima. A expectativa de Flávio Mattos, gerente executivo de renda fixa e câmbio da BB Asset, é de que os cortes na taxa Selic comecem a ocorrer a partir de setembro, com uma primeira baixa de 50 pontos base.

Essa perspectiva se fortaleceu após o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano na última quarta-feira (21) e adotar um tom mais duro que o esperado na nota sobre a decisão. “Existia uma visão de parte do mercado de que o corte poderia começar em agosto, e com esse comunicado um pouco mais duro, as chances para setembro aumentaram”, diz Mattos em entrevista ao E-Investidor.

Para se antecipar a essa nova etapa da política monetária, a maior gestora de recursos do País já está se movimentando. Os fundos de gestão ativa da BB Asset tendem a se descolar dos ativos pós-fixados e de curto prazo para a renda fixa prefixada e indexada à inflação, a fim de conseguir cravar os ganhos em uma taxa ainda atrativa para quando os juros começarem a cair.

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Investir em títulos de vencimentos mais longos também é uma das iniciativas para continuar ganhando dinheiro com a Selic em baixa.

Outra oportunidade no radar é o mercado de crédito privado, que se recupera do susto vivido no início do ano. As crises da Americanas (AMER3), em janeiro, e da Light (LIGT3), em fevereiro, provocaram uma intensa fuga de investidores dos ativos de crédito no geral.

“Nesta época, os gestores foram obrigados a vender ativos, o que acabou alimentando um efeito avalanche. Muitos títulos de emissores que não tinham nada a ver com os eventos, acabaram sendo prejudicados”, afirma o gerente da BB Asset. “Maio foi o primeiro mês de recuperação e agora começamos a ver uma pequena entrada de recursos. Esperamos captação líquida positiva em junho.”

A queda das taxas de juros também deve turbinar os ganhos neste segmento. “Os resultados melhores das companhias com juros menores farão com que se diminua os riscos de crédito e os preços dos títulos de dívida”, diz.

Na avaliação de Mattos, apesar de a renda fixa estar ainda recheada de oportunidades nesta iminência de afrouxamento monetário, é preciso ser rápido e direcionar a carteira para “não perder a festa”.

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E-Investidor – Qual é a leitura do Sr. sobre o comunicado feito pelo Copom na última reunião?

Flávio Mattos – O comunicado reforça o nosso cenário de início do corte de juros apenas em setembro, com um corte de 50 pontos base. Com isso, a taxa de juros fecharia o ano a 12,25%, com três cortes de 50 pontos nas três últimas reuniões até o final do ano – em setembro, novembro e dezembro. EL veio um pouco mais duro que o esperado. Embora o BC tenha retirado a expressão de que não hesitará em retomar o ciclo de alta de juros, a instituição ainda colocou que a conjuntura demanda “paciência e serenidade” na condução da política monetária. Esperamos uma uma mensagem mais clara por parte do Copom na ata desta semana.

Como a BB Asset tem se preparado para essa inversão de cenário, de juros em queda, na gestão dos fundos de renda fixa?

Começamos a ver um deslocamento dos investidores e dos gestores, antes mais concentrados na renda fixa pós-fixada e de curto prazo, no famoso CDI, para a renda fixa prefixada e indexada à inflação, com um alongamento para médio e longo prazos.

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Os títulos prefixados ainda estão oferecendo uma taxa de juros acima de dois dígitos e, como os juros vão começar a cair, esses prefixados estão rendendo muito mais que os pós-fixados. Temos a perspectiva de capturar esses juros em queda. O posicionamento nos fundos ativos da BB Asset vai nessa direção, de adquirir ativos de médio e longo prazos acreditando na melhora das condições de confiança da economia brasileira.

Então o investidor ainda pode ganhar dinheiro com a renda fixa?

Há três movimentos para o investidor que quer continuar ganhando dinheiro com a renda fixa: pensar em crédito privado, sair do pós-fixado e direcionar parte dos recursos em prefixados, e alongar os prazos dos investimentos, em títulos de cinco a 10 anos.

O mercado de crédito privado sofreu alguns traumas neste ano, com as crises de Americanas e Light provocando uma intensa fuga de investidores. Como está o olhar para essa classe de ativos?

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Há uma perspectiva interessante de retorno desses ativos com a queda das taxas de juros. Maio foi o primeiro mês de recuperação e agora começamos a ver uma pequena entrada de recursos. Esperamos captação líquida positiva. Os resultados melhores das companhias com juros menores farão com que se diminua os riscos de crédito e os preços dos títulos de dívida. Além disso, esses eventos provocaram uma corrida grande para resgates nos fundos de crédito, um movimento que colocou os preços do crédito privado em uma região de muito mais atratividade.

E como escolher as melhores oportunidades no crédito privado?

As boas oportunidades no crédito privado recaem sobre os emissores que já não estavam sofrendo com a alta das taxas de juros, risco fiscal e a possibilidade de retração da economia, mas que acabaram atingidos pelos eventos empresariais. Privilegiaremos empresas em setores regulados, como o elétrico, com previsibilidade de fluxo de caixa e receitas. Outro setor com fluxo de caixa previsível é o de concessão rodoviária. E a boa notícia é que a recuperação do crédito privado não será rápida como a recuperação do Ibovespa. Vai dar tempo para o investidor pegar essa volta. Estamos vendo as emissões voltando depois de quatro meses de paralisações, com taxas ainda altas.

Tem alguma movimentação que o investidor deve ficar de olho a partir de agora?

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Muito do que a gente está vendo agora, com ativos de risco subindo bastante, aconteceu porque tínhamos um ambiente cujo o nível de otimismo era baixo. Esse otimismo baixo fez com que esse movimento de reversão de expectativas fosse muito forte. Isso é uma questão que o investidor precisa ficar atento para não demorar a se posicionar e perder a festa. No crédito privado, por exemplo, ainda temos uma perspectiva muito interessante, mas se o investidor demorar, pode perder a melhor parte da festa. O mercado muda de humor de forma muito rápida.

 

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