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Confira os 10 BDRs mais rentáveis de 2022

Empresas ligadas a petróleo e energia foram as que apresentaram maior rentabilidade no acumulado deste ano

Confira os 10 BDRs mais rentáveis de 2022
Dos 10 BDRs com os maiores retornos no acumulado de janeiro até o dia 3 de agosto de 2022, cinco são de petroleiras. Foto: Envato Elements
  • Segundo o levantamento da Quantum, os BDRs de empresas ligadas ao setor de petróleo e de energia apresentaram as melhores performances
  • No entanto, a valorização desses ativos não deve seguir com o mesmo potencial de ganhos nos próximos meses
  • Por esse motivo, alguns analistas acreditam que o momento seja para olhar para os BDRs das "big techs"

Apesar do risco de recessão econômica nos Estados Unidos, da continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia e dos efeitos de um novo lockdown na China, os BDRs (Brazilian Depositary Receipts, ativos negociados na B3 que representam empresas listadas fora do País) de empresas ligadas a petróleo e energia foram os que apresentaram maior rentabilidade no acumulado deste ano.

Dos 10 BDRs com os maiores retornos no acumulado de janeiro até o dia 3 de agosto de 2022, cinco são de petroleiras. Outras duas companhias têm atuação no setor de energia. É o que revela um levantamento realizado pela Quantum, companhia de informações para o mercado financeiro.

Deste grupo, os BDRs da Occidental Petroleum (OXYP34) apresentaram a maior rentabilidade com uma alta de 104,61%.

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Os ganhos elevados têm suas justificativas. De acordo com Guilherme Gentile, head de análise da Dividendos.me, a forte valorização se deve à cotação do petróleo no mercado internacional que atingiu patamares elevados. “A guerra entre a Rússia e a Ucrânia gerou um descasamento na oferta e demanda da commodity fazendo com que o preço aumentasse consideravelmente, gerando ganhos para as petroleiras”, explica Gentile.

No entanto, a valorização desses ativos não deve seguir com o mesmo potencial de ganhos nos próximos meses. Isso porque há uma perspectiva de redução dos preços do petróleo ao longo do segundo semestre, causada pela possível desaceleração das principais economias do mundo. “A tendência é que as commodities voltem a preços mais baixos por expectativa de demanda mais fraca, o que já estamos vendo acontecer com Brent de petróleo já indo abaixo de US$ 95”, ressalta Marcelo Oliveira, fundador da Quantzed.

A perspectiva de baixa das commodities exige mudanças nas estratégias de investimentos. Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management, acredita que o momento pode ser interessante para olhar para as big techs (gigantes de tecnologia), já que as companhias têm fundamentos mais sólidos. Desde o início do ano, com a intensificação do movimento de alta de juros, as empresas classificadas de crescimento (com projeções de retorno no médio e longo prazo), foram penalizadas pelo mercado.

Ainda de acordo com o levantamento da Quantum, os BDRs da Alphapbet (dona da Google), Apple e da Microsoft apresentaram perdas de 22,8%, 11,1% e de 20,2%, respectivamente. “As gigantes de tecnologia sempre são uma boa pedida para quem quer investir no exterior porque geram boas oportunidades de investimentos. Apesar desse tombo, a avaliação dos principais gestores é quase unânime ao dizer que as empresas têm bons fundamentos”, ressalta Gonçalvez.

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Já Matheus Spiess, analista da Empiricus, acredita como uma boa oportunidade de investimento nos BDRs da Berkshire Hathaway (BERK34), de Warren Buffett, devido à sua diversificação de mercados e empresas. A segunda opção seria a Nvidia, empresa de inteligência artificial. “Com a aprovação do pacote de semicondutores aprovado recentemente no Congresso dos Estados Unidos, a empresa deve ganhar tração ao longo dos próximos meses e anos de maneira estrutural”, ressalta Spiess.

O que investidor precisa ter no radar

Os BDRs são uma alternativa interessante para os investidores que desejam se diversificar geograficamente e proteger o seu patrimônio da volatilidade do mercado interno. No entanto, o investidor também precisa ter no seu radar o contexto macroeconômico dos mercados globais antes de investir nesta classe de ativos.

No caso dos Estados Unidos, as incertezas sobre os rumos da economia são os principais pontos que devem ser considerados. Com o movimento de alta de juros, realizado pelo Federal Reserve (Fed – autoridade monetária dos Estados Unidos), há um receio de que a maior potência econômica do mundo entre em recessão.

Até o momento, os dados mais recentes sobre a geração de empregos e da inflação no país ainda não mostraram essa possibilidade. Por outro lado, a baixa demanda por produtos e os estoques elevados das empresas alertam a possibilidade do cenário piorar nos próximos meses. Saiba os detalhes da perspectiva para a economia norte-americana nesta reportagem.

Já no continente asiático, os efeitos das medidas de combate à covid-19 na China ainda causam impactos na economia da potência asiática. Além disso, a inflação também é alvo de preocupação. Nesta quarta-feira (10), o índice de preço ao consumidor da China avançou 2,7% em julho na comparação anual.

“O investidor precisa ter em mente que os BDRs nada mais são do que ativos fora do Brasil. Não é porque o investidor está operando no Brasil que ele não precise olhar para o cenário macroeconômico”, explica Ana Luiza Abrão, sócia e gestora da Parcitas.

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Além das variáveis que podem afetar a precificação dos papéis, o investidor também fica suscetível à variação do câmbio porque a maioria das empresas são avaliadas em dólar. “Se o dólar sobe, ganhamos no componente câmbio do BDR. Se a ação cai, ganhamos também. Porém, se o câmbio valorizar, o investidor perde”, alerta Abrão.

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