- Os ETFs com distribuição de proventos tem sido uma das prioridades na B3 e devem se tornar uma realidade a partir de janeiro
- A B3 prioriza neste momento a viabilização dos ETFs que distribuem proventos e que seguem índices de ações locais ou internacionais
- A Investo já manifestou interesse em ser pioneira para o lançamento desses ETFs em 2023
A listagem de fundos de índice (ETFs, na sigla em inglês) com distribuição de proventos tem sido uma das prioridades na B3 neste ano e a expectativa é que isso se torne uma realidade a partir de janeiro de 2023. “É uma demanda antiga do mercado e chegou o momento de viabilizarmos isso”, afirmou Gabriela Shibata, executiva responsável pela área de “Produtos Cash” da B3, em painel promovido em parceria com a gestora Investo e a Associação Brasileira de Assessores de Investimentos (Abai) nesta quarta-feira (16).
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A grande maioria dos ETFs listados na B3 hoje segue índices total return (retorno total, em tradução livre), em que todos os proventos dos ativos da cesta são reinvestidos nas cotas. Para a distribuição de proventos, os ETFs devem seguir índices price return (retorno de preço, em tradução livre).
Há algum tempo que a B3 trabalha para que esse novo tipo de ETF chegue à Bolsa, mas havia uma restrição de sistema e o aguardo pela maior maturidade de mercado e pela demanda, disse Shibata. A executiva ainda contou ao Broadcast Investimentos que a B3 prioriza neste momento a viabilização dos ETFs que distribuem proventos e que seguem índices de ações locais ou internacionais .
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“Sendo bem sucedida a conclusão dos testes que estamos fazendo, tanto do lado da B3 quanto do mercado, a partir do começo de 2023 já estaremos aptos a permitir esse tipo de listagem”, afirma Shibata, acrescentando que ETFs de renda fixa e fundo imobiliário com distribuição de proventos também devem ser colocados em discussão.
A Investo já manifestou interesse em ser pioneira para o lançamento desses ETFs em 2023. “Os clientes pedem muito. Seremos os primeiros”, disse Cauê Mançanares, presidente executivo da gestora.
Diversificação internacional
Os ETFs ganharam impulso no Brasil recentemente, com destaque a partir do início da pandemia, quando a taxa básica de juros baixa fez com que investidores buscassem alternativas “mais sofisticadas” para o portfólio, segundo Mançanares, da Investo. A gestora, inclusive, surgiu nessa onda, com lançamento em 2021 – e agora acumula 32 mil cotistas, R$ 200 milhões sob gestão e 17 ETFs.
Mançanares destaca que os investidores deveriam estar olhando para as oportunidades de diversificação com os mercados globais. Do lado da renda variável, pelos valuations (valores dos ativos) atrativos das grandes empresas, e da renda fixa, pois com a marcação a mercado “os papéis vão se valorizar quando os juros começarem a cair”, diz.
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