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- Em entrevista ao E-Investidor, Margot Greenman, CEO da Captalys, falou sobre a chegada de novas parcerias até o final do ano, a criação de novos fundos e os planos de abrir capital na B3
- Vivo, PayPal, Grupo Zap, Easynvest são alguns dos nomes que se juntaram à gestora para recentemente para oferecer crédito
- Atualmente, são mais R$ 10,4 bilhões em ativos sob gestão (Assets Under Management) da Captalys. Até o final do ano, a empresa pretende captar R$ 800 milhões nos seus três Orion, Panorama e Private Debt
O ano de 2020 tem sido de êxito para a Captalys. A gestora independente de investimentos alternativos, fundada em 2010, anunciou parcerias com marcas importantes. Vivo, PayPal, Grupo Zap e Easynvest são alguns dos nomes que se juntaram à Captalys recentemente para oferecer crédito. Esse movimento transforma a companhia parceira em uma fintech. Dois exemplos são a Vivo, que lançou neste mês o Vivo Money, e o Grupo Zap, que começou a ofertar crédito com foco em incorporadoras de pequeno e médio portes.
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Atualmente, a Captalys detém mais de R$ 10,4 bilhões em ativos sob gestão. Até o final do ano, a empresa pretende captar R$ 800 milhões nos seus três Orion, Panorama e Private Debt. Outra novidade é um novo fundo de R$ 350 milhões para PMEs, com investimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Neste momento, o fluxo de receita das empresas que têm operações de crédito com a gente, que representam 74 setores, já voltou aos seus níveis pré-pandemia”, diz a CEO Margot Greenman.
E-Investidor – A demanda por crédito aumentou durante a pandemia?
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Margot Greenman – Em termos de demanda, não vimos um tremendo aumento. Em termos de capacidade de dar crédito, passamos um tempo impactados pela pandemia. Durante maio e junho, a capacidade de liberar crédito foi reduzida. A partir de julho, já começamos a ‘abrir a torneira’ novamente. E agora estamos vendo uma demanda mais forte do que nos meses iniciais da pandemia.
E-Investidor – Este ano está sendo frutífero para parcerias: PayPal, Grupo Zap, Easynvest, Vivo. Quais são os próximos passos?
Greenman – Temos uma visão muito clara que toda empresa será uma fintech em pouco tempo. Porque isso é muito saudável para as empresas, para o dono do dinheiro e para os usuários do dinheiro. Crédito não é sinônimo de banco. Ele está disponível em diversos lugares. Estamos tentando focar onde a gente vê produtos que são muito sustentáveis, onde a gente pode, pela característica do produto, trazer os preços para baixo. Tem algumas grandes parcerias ainda para serem lançadas neste ano e estamos bem animados.
E-Investidor – Isso significa conseguir um empréstimo em qualquer lugar?
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Greenman – Como o crédito é um meio para outro objetivo, faz muito mais sentido que ele seja oferecido por quem está envolvido com o objetivo principal desse usuário. Se você é caminhoneiro e presta serviço ao setor do agronegócio, faz sentido ter crédito disponível pela embarcadora ou pela empresa de transporte que o contratou, que entende o fluxo e as características da sua realidade financeira Através dessa diversidade de canais, você também tem uma diversidade de produtos.
E-Investidor – Como tudo isso pode ser explicado na prática?
Greenman – Vai ser mais fácil contratar crédito. Estamos falando também de aumento de acesso. Vai ser mais fácil de pagar, porque leva-se em consideração o objetivo final e a realidade financeira do tomador para aquela finalidade. Isso é positivo tanto para o tomador, que vai ter menos desafio para pagar, quanto para o dono do dinheiro, que vai ter um desempenho melhor, porque vai ter menos inadimplência. E vai ser mais conveniente porque você vai poder acessar crédito através de uma relação já existente, e não buscar criar uma nova relação, abrir conta em um banco, por exemplo. Tem ganhos em tudo. E o aumento da concorrência é o que vai fazer o preço ficar mais acessível.
E-Investidor – O Pix ajuda nesse processo de ‘fintechnização’?
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Greenman – Facilita no sentido de que crédito é um produto de dinheiro. E, para ter crédito, o dinheiro tem que chegar no tomador e voltar para o dono. Quanto mais democratizado é esse caminho de vai e volta do dinheiro, melhor é. Porque ele tem que caminhar por algum ‘trilho’, como o Pix. Então, vejo como um facilitador do dinheiro chegar no tomador e retornar para o dono do dinheiro com menos custo.
E-Investidor – Há possibilidade de expansão para outros tipos de investimentos, além do crédito?
Greenman – Somos totalmente focados em crédito e vamos aprofundar e ser cada vez mais especialistas nisso. Não vamos para o mundo de ações, de derivativos, de moedas, nada disso. Com relação aos fundos, que compram esses créditos, a gente reconhece que tem diferentes perfis de investidores, que querem liquidez e retornos diferentes. Então, estamos, sim, ampliando a oferta de fundos, mas eles vão continuar comprando crédito. O que será diferente são perfis de crédito, prazos, taxas.
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E-Investidor – A empresa considera abrir o capital na B3?
Greenman – Esta é a nossa pretensão. Temos um plano futuro, que eu estimo em uns 24 meses.