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Investimentos

Quanto um CDB precisa render para entregar o mesmo ganho de LCIs e LCAs?

Por conta de impostos, o CDB tem que performar acima do CDI para render o mesmo que títulos isentos. Veja a simulação com outros investimentos de renda fixa

Quanto um CDB precisa render para entregar o mesmo ganho de LCIs e LCAs?
Escolha de CDB, LCI e LCA requer pesquisa ampla entre as instituições bancárias, pois há grandes diferenças de rentabilidade. (Foto: deagreez em Adobe Stock)
  • CDI é a taxa usada como referência para investimentos de renda fixa e gira em torno de 0,10% abaixo da Selic
  • Boa rentabilidade dos CDBs, LCIs e LCAs vem atraindo cada vez mais os investidores da tradicional poupança
  • Mudanças em LCIs e LCAs pode a gerar impacto negativo na atratividade dessa classe de ativos

Quando se fala de investimentos bancários vinculados ao CDI, logo vem à mente os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), as Letras de Créditos do Agronegócio (LCA) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI), papéis emitidos por instituições financeiras. O problema, muitas vezes, é saber qual o título que paga mais, sendo que LCIs e LCAs, ao contrário de CDBs, têm isenção de Imposto de Renda.

Com boa parte dos analistas de mercado prevendo a Selic encerrando 2024 no patamar de 10% ao ano e mantendo-se próximo disso até o final de 2025 – a pesquisa Focus desta segunda-feira (20) aponta 9% ao ano –, para o CDB que sofre com desconto de imposto entregar um retorno líquido equivalente a LCI / LCA, ele tem que render 110% do CDI. O Certificado de Depósito Interbancário (CDI) é a taxa usada como referência para investimentos de renda fixa e gira em torno de 0,10 ponto porcentual abaixo da Selic.

Camilla Dolle e Mayara Rodrigues, do time da XP Research Renda Fixa, fizeram uma simulação com base em um investimento de R$ 10 mil iniciado em 13 de maio de 2024. A Taxa Referencial (TR) utilizada na simulação, de 0,02% ao mês, segue as projeções da consultoria LCA para os próximos 5 anos. A TR é um componente do cálculo do rendimento da poupança, que depende do valor da Selic – veja os detalhes do cálculo da poupança aqui.

Os números mostram que a rentabilidade do CDB a 110% do CDI, já descontado o Imposto de Renda, sempre fica próxima dos retornos de LCI e LCA a 90% do CDI, isentos. Em 5 anos, o CDB rende R$ 16.034,18, enquanto a LCI e a LCA entregam R$ 15.569,85, uma diferença de R$ 464,33 a favor do CDB.

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A tabela mostra ainda que os títulos vinculados ao CDI geram um retorno de 60% sobre o valor investido em apenas cinco anos. A boa rentabilidade, inclusive, vem atraindo cada vez mais os investidores da tradicional poupança, observam as duas analistas da XP, indicando um estudo do Banco Central publicado no final de abril – confira nesta reportagem. No ano até abril, último dado disponível, a poupança acumula R$ 23,8 bilhões de saques líquidos.

Segundo o BC, em seu relatório de Estabilidade Financeira, parte desses recursos foram para as LCAs, LCIs e CDBs. A autoridade monetária ressalva, no entanto, que esse ritmo de crescimento deverá ser reduzido com a entrada em vigor da Resolução 5.119 do Conselho Monetário Nacional (CMN), de 1º de fevereiro de 2024.

LCIs e LCAs tiveram liquidez reduzida

A nova regulamentação ampliou os prazos de vencimentos e carência para as LCIs e LCAs. O tempo que o investidor deve aguardar para ter uma liquidez diária passou de 90 dias (três meses) para 270 dias (nove meses) no caso dos LCAs e de 360 dias (12 meses) para os LCIs.

A mudança vale apenas para as novas emissões e vai começar a gerar impacto na atratividade dessa classe de ativos no mercado financeiro. As as letras de créditos costumavam ser recomendadas pelos analistas para os investidores que desejavam construir a sua reserva de emergência ou para objetivos financeiros de curto prazo.

Outra análise do time de renda fixa da XP mostra que essa restrição do CMN levou à queda na rentabilidade desses papéis. As LCIs de 12 meses tiveram recuo de 100% para 93% do CDI de janeiro a março, com redução nas emissões. Nas LCAs a queda foi menor, de 90,87% para 90,73% do CDI, com emissões crescentes.

Na visão de Dolle, Rodrigues e Natalia Moura, da XP, ainda vale a pena investir em LCIs e LCAs, já que a Selic deve ficar em 10% ao ano e se manter neste patamar por um tempo. "Além disso, esses papéis têm a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até R$ 250 mil por CPF, trazendo segurança ao investidor", destacam.

Nota de crédito é assunto importante

O ponto negativo fica com a liquidez. Por isso, quem resolve investir nesses títulos bancários pensando nas vantagens de isenção de imposto precisa ter em mente que deverá levar o papel até o vencimento.

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Este item, por outro lado, é uma das vantagens dos CDBs. Os títulos pós-fixados geralmente oferecem liquidez diária e por isso aparecem como uma opção de reserva de emergência. Veja nessa matéria mais detalhes sobre as diferenças entre CDBs, LCIs e LCAs.

Em todos os casos, o risco de crédito é uma variável importante para o investidor analisar. Geralmente, os maiores retornos são oferecidos por instituições menores e, no caso dos bancos, tamanho é documento.

É sempre importante o investidor verificar o rating de crédito da instituição que está lançando o papel. Esta nota reflete a solidez financeira e a capacidade do banco de honrar suas dívidas. Na classificação dos títulos é possível acessar a informação sobre rating, assim como prazo, quantidade, preço unitário, carência e vencimento do papel.

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