Boom das criptomoedas é "mania especulativa"

Por E-Investidor

21/04/2021 | 7:00 Atualização: 20/04/2021 | 17:11

O segmento de criptoativos pode ser uma boa saída para quem procura finanças descentralizadas - ou DeFI, na sigla em inglês.(Foto: Envato Elements)

(Shelly Hagan/Wp Bloomberg) – Um alto funcionário do Banco do Canadá chamou o aumento nos preços das criptomoedas de “mania especulativa” e disse que esses ativos não têm as qualidades para se tornarem o dinheiro do futuro.

Em um discurso sobre “inovação em pagamentos”, Tim Lane disse que métodos caros de verificação e instável poder de compra tornam as criptomoedas, como o bitcoin, um método de pagamento “falho”.

“O recente aumento nos preços parece menos uma tendência e mais uma mania especulativa – uma atmosfera em que um tuíte com alto engajamento é suficiente para desencadear um salto repentino no preço”, disse Lane, que é vice-governador do Banco do Canadá, de acordo com declarações fornecidas aos repórteres.

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Os bancos centrais de todo o mundo estão tentando se familiarizar com as tecnologias emergentes de pagamento. Além das criptomoedas, iniciativas do setor privado, como a Libra, do Facebook Inc., estão aumentando a urgência do debate sobre como as moedas digitais devem ser tratadas.

Por vários anos, o Banco do Canadá tem analisado quais circunstâncias podem levar o Canadá a decidir emitir uma moeda digital como um tipo de contingência, caso seja necessário. Em seu discurso, Lane disse que a mudança para atividades on-line causada pela pandemia está forçando o banco central a acelerar esses esforços.

“Nossa visão permanece inalterada: uma moeda digital não é de forma alguma uma conclusão precipitada”, disse Lane. “Dito isso, o mundo está mudando ainda mais rápido do que esperávamos.”

O Banco do Canadá está monitorando cenários em que poderia decidir emitir sua própria moeda digital. Por exemplo, se o uso de dinheiro for restringido ou eliminado ou se ativos privados semelhantes a dinheiro vierem a fazer sérias incursões.

As stablecoins – cujo valor está atrelado a algum ativo externo – podem ser mais estáveis do que criptomoedas, disse Lane. Mas se a demanda por esses títulos semelhantes a dinheiro surgir devem ser os bancos centrais que os emitem, afirmou ele.

“Somente um banco central pode garantir total segurança e acesso universal, e com o interesse público – não os lucros – como prioridade máxima”, afirmou Lane. “Só emitiremos essa moeda se e quando for a hora certa.”

Para avançar seu trabalho em uma moeda digital, o banco se engajou em um projeto com três equipes universitárias de forma independente. Os relatórios da pesquisa ajudarão a direcionar o pensamento do banco, disse Lane.