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Taxa Selic deve cair mais após resultado do IPCA

Mercado futuro precifica uma queda de 0,75 ponto percentual até o final do ano

Taxa Selic deve cair mais após resultado do IPCA
O volume financeiro global de emissões sustentáveis chegou a US$ 1,6 trilhão no biênio 2020-2021. Sede do Banco Central, em Brasília (DF). Foto: Dida Sampaio/Estadão
  • Taxa DI foi negociada em 2,85% ao ano para dezembro
  • Dólar recuou R$ 0,156 centavos  para R$ 5,4974 no mercado à vista (spot) da B3
  • BNP Paribas Asset espera queda de 0,50 ponto percentual da Selic na próxima reunião do Copom

A deflação registrada no IPCA-15 de abril (- 0,01%) reafirmou as expectativas da BNP Paribas Asset Management de que a taxa básica de juros (Selic) deverá cair ao final da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em 18 de maio.

“Hoje, as taxas de juros DI estão voltando ao normal. A Selic deverá cair 0,50 ponto percentual em maio e depois mais 0,50 ponto percentual em junho”, afirma Gilberto Kfouri, responsável por fundos de renda fixa e multimercados da BNP Paribas Asset Management, em entrevista ao Broadcast.

No mercado futuro de juros da B3, o mercado já precifica uma queda de 0,75 ponto percentual da Selic para 3% ao ano no vencimento de 4 de janeiro de 2021, com a taxa DI sendo negociada em 2,85% ao ano para dezembro. “O IPCA-15 e o mercado internacional mais positivo hoje deram uma acalmada no câmbio”, diz. O dólar recuou R$ 0,156 centavos  para R$ 5,4974 no mercado à vista (spot) da B3.

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Kfouri aponta que uma diferença de 200 pontos (dois pontos percentuais) de alta dos juros para o próximo ano (2021) favorece o prêmio (ganho) na parte prefixada em fundos de renda fixa de gestão ativa, ou de renda fixa com títulos de duração curta. “Tem mais prêmio na ponta longa, mas é muito mais arriscado”, alerta.

Alternativa em multimercados

Ele contou que diante do atual cenário de pandemia da covid-19, que os gestores diminuíram a exposição em renda variável (ações) em multimercados para reduzir o risco das carteiras. “É difícil ver o Ibovespa além dos 90 mil pontos no curto prazo, dado o elevado grau de incerteza sobre a evolução da pandemia. Nos fundos, nesse momento, é adequado trabalhar com posições menores em renda variável. Um multimercado macro seria menos arriscado”, diz.

Ele também falou sobre os multimercados de capital protegido, um segmento em que a BNP Paribas atua com diversas carteiras. “Temos fundos em bolsa local, Nasdaq, S&P, com estratégias para ganhos tanto na alta como na baixa. Ficou um bom momento para multimercados de capital protegido, as bolsas voltaram a subir no exterior”, diz.

Sobre o desempenho de fundos multimercados de capital protegido, Kfouri respondeu que apesar da volatilidade vista em março, a orientação é que o investidor desse tipo de aplicação fique até o prazo final de contratação da estratégia, que por ser de um ou dois anos.  “O ideal é ficar até o final do prazo de contratação”, afirma.

Questionado pelo Broadcast sobre a captação líquida em abril, Kfouri respondeu, que no geral, houve uma “saída marginal” das carteiras de renda fixa. “Já em março tivemos saída de fundos de crédito privado por causa da precificação dos ativos, mas agora, esse pessoal vai perder a alta dos ativos. Também tivemos captação líquida em fundos balanceados (com ações), houve migração de renda fixa para variável. O dinheiro sempre vai para algum lugar”, diz.

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