- Rentabilidade média dos multimercados foi de 6,4% em 12 meses
- Volatilidade é uma característica dos fundos multimercado
- Por ter elementos de risco, o investidor precisa saber dosar percentual do ativo na carteira de acordo com seu perfil
Dos pouco mais de 2.220 fundos multimercados disponíveis na prateleira do mercado, cerca de 400 conseguiram bater o seu principal benchmark. Em outras palavras, apenas 20% deles alcançaram rendimentos acima do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), segundo levantamento feito pela Economatica a pedido do E-Investidor.
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Desse total, apenas um fundo conseguiu superar o CDI por 11 meses, dois deles em 10 meses e 8 fundos em nove meses no período analisado. (veja quadro abaixo)
O Índice de Hedge Funds Anbima (IHFA) referência para a indústria de hedge funds, que no Brasil se assemelham aos fundos multimercado de gestão ativa, também reforça que os MM brasileiros ainda estão devendo uma melhor performance. A rentabilidade média dos multimercados foi de 6,4% em 12 meses.
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“Multimercado não é renda fixa”, defende Ricardo Cará, head de multimercados da EQI Asset. Como a Selic subiu muito, o cenário não estava favorável para o produto e é justamente a mudança de ciclo que impele o investidor a procurar alternativas. “Trabalhamos com janela de médio prazo e até que maturam, há período de volatilidade. Ao longo do tempo, os fundos costumam mais acertar do que errar”, diz o gestor.
Em favor da argumentação de Cará, o IHFA mostra que a indústria de fundos vem superando o CDI desde 2007, quando foi criado, rendendo 122,7% do CDI, ou 22,7% a mais nesta janela de longo prazo. Até julho, o índice registra alta de 388,17%, enquanto o CDI entregou 316,34% no mesmo período, segundo comparação feita pela EQI Asset.
Cuidados ao escolher um multimercado
“Para um investidor de varejo eu recomendo dar uma olhada rápida no material de divulgação do fundo com o intuito de avaliar a sua solidez”, diz Calil Filippelli, gestor de fundos da Ouro Preto Investimentos.
Segundo ele, fundos com pelo menos R$ 100 milhões de Patrimônio Líquido, volatilidade anualizada menor do que 10% e rentabilidade próxima do CDI em quase todos os anos são características que devem ser valorizadas por quem está à procura de um MM.
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“É importante ter pelo menos entre 3 e 5 anos operando e ser distribuído por diversas plataformas de investimento”, diz Filippelli. “Dados estes critérios, creio que hoje temos de 10 a 20 fundos de diferentes gestoras que os atendam.”
A volatilidade, portanto, é uma característica dos MM e, para um cotista que não entende tanto do mercado, o curto prazo pode ser uma fonte de prejuízos. “A pessoa acaba se desfazendo do investimento quando deveria alocar mais recursos”, afirma Fernando Camargo Luiz, sócio e gestor da Trópico Investimentos.
Ele explica que dentro do universo dos fundos multimercados há uma enorme cesta de produtos que atendem aos mais variados perfis. “Que não quer incorrer em sobressaltos, existem fundos MM de baixo risco. Os chamados fundos cash, ou caixa, são voltados para aqueles que são avessos a risco, volatilidade e querem estacionar seus recursos sem sobressaltos”, diz.
O segundo corte seguido na taxa Selic de 13,25% para 12,75% ao ano – anunciado pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central na quarta (20) – abre mais espaço na carteira do investidor para os fundos multimercados. Saiba mais sobre o assunto aqui.
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