- De acordo com a plataforma de pagamentos Crypto.com, 106 milhões de novos usuários entraram no ecossistema em janeiro deste ano, um salto de 15,7% em relação a dezembro de 2020
- O sucesso dos ativos digitais vêm se refletindo em grandes números desde o ano passado
- No dia 13 de março, por exemplo, o bitcoin renovou o recorde histórico, com cotação de US$ 60 mil
A forte valorização de criptoativos fez muitos investidores olharem para as moedas com bons olhos na hora de diversificar o portfólio. De acordo com a plataforma de pagamentos Crypto.com, 106 milhões de novos usuários entraram no ecossistema em janeiro deste ano, um salto de 15,7% em relação a dezembro de 2020.
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Esse movimento também é acompanhado por grandes empresas, como a Tesla e o Paypal, que passaram a investir em bitcoins. O sucesso dos ativos digitais vêm se refletindo em grandes números desde o ano passado. No último dia 13 de março, por exemplo, o bitcoin renovou o recorde histórico, com cotação de US$ 60 mil.
Considerando o preço (R$ 5,72) da moeda norte-americana na quinta-feira, 1º de abril, o montante equivale a R$ 343,2 mil. Em todo o ano de 2020, a valorização do bitcoin foi da escala de 300%. Em fevereiro, a principal criptomoeda do mundo ganhou o endosso de Ray Dalio, um dos nomes mais conhecidos do mercado global, que comparou o bitcoin ao ouro.
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“Aqueles que o construíram e apoiaram o sonho de tornar esse novo tipo de dinheiro uma realidade, fizeram um trabalho fabuloso de sustentar esse sonho e transformar o Bitcoin (e também seus concorrentes análogos) em um ativo alternativo semelhante ao ouro”, disse Dalio.
O interesse também é percebido em outras criptomoedas. A segunda de maior peso internacional, o Ether (ETH), cripto do projeto Ethereum, alcançou a cotação de US$ 1,5 mil pela primeira vez em fevereiro deste ano, ultrapassando a sua máxima histórica. Ainda em 2021, a terceira maior criptomoeda, a Cardano, atingiu o valor de mercado de cerca de US$ 34 bilhões, ante US$ 5,6 bilhões, de acordo com o rastreador de dados CoinMarketCap.com. No Brasil, o mercado também vem se desenvolvendo.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorizou a gestora Hashdex a lançar no País o primeiro Exchange-Traded Fund (ETF, fundo de índice) de criptoativos do mundo. Este será o primeiro produto do tipo a ser negociado na bolsa brasileira.
Apesar de todo o sucesso, os investidores precisam lembrar que as criptomoedas são muito voláteis e se enquadram na categoria de investimentos de alto risco. Além disso, o segmento ainda não é regulamentado por parte dos bancos centrais e as operações são registradas por meio da tecnologia blockchain, que registra as quantias transferidas, os remetentes e destinatários.
“As criptomoedas foram criadas justamente para não ter nenhuma intervenção governamental. Quem quer investir em bitcoins deve procurar corretoras credenciadas pela própria CVM, pois essas possuem integridade, são fiscalizadas e realizam as aplicações em criptomoedas de forma segura”, sugere o advogado e economista Alessandro Azzoni.
Interesse de grandes empresas
Com mais empresas investindo em criptoativos, a expectativa é que este mercado ganhe mais tração em 2021. Matias Bari, CEO e cofundador da SatoshiTango, listou a entrada de algumas empresas que apostam no universo de criptos, por meio de investimentos em bitcoin. “Já deixou de ser uma aposta para ser uma decisão destes grandes atores que impulsionam a adoção massiva do bitcoin e do resto dos criptoativos”, afirma Bari.
- Tesla
Esse foi o caso de maior destaque recentemente. Além de mudar sua biografia no Twitter para “#Bitcoin”, o empresário sul-africano Elon Musk comprou US$ 1,5 bilhão em bitcoins no início de fevereiro. “Esse fato não foi uma surpresa, já que em 2020 também houve grandes empresas que se renderam à onda bitcoin”, diz Bari.
- Microstrategy
A companhia de softwares declarou que sua intenção era adotar a criptomoeda como sua principal reserva de valor. Em agosto de 2020, ele fez a aquisição de 21.000 bitcoins, por US$ 250 milhões. Em dezembro, a empresa comprou mais 29.646 bitcoins pelo montante de US$ 650 milhões. Já em fevereiro do ano passado, a MicroStrategy informou uma nova compra de 19.452 bitcoins, equivalente a cerca de US$ 1,03 bilhão.
- Paypal
Em outubro de 2020, o Paypal anunciou que ofereceria serviços de compra e venda de criptomoedas em sua plataforma. “A entrada do sistema de pagamentos on-line foi um momento de rompimento e impulsionou a adoção massiva de criptoativos, impactando de maneira crescente no preço do bitcoin”, analisa CEO e cofundador da SatoshiTango.
- JP Morgan
O banco norte-americano apresentou, no final do ano passado, um relatório em que analisa três razões pelas quais o bitcoin tem um potencial a longo prazo. O movimento da empresa aconteceu após a entrada do Paypal no ecossistema. “Se antes tinha dúvidas, agora a JP Morgan não só impulsiona a compra de criptoativos, como também considera a criação de uma criptomoeda nativa da companhia”, afirma Bari.
- Square
Em outubro de 2020, a fintech do criador do Twitter, Jack Dorsey, investiu cerca de US$ 50 milhões na aquisição de 4.709 bitcoins. Em fevereiro deste ano, o criador do Twitter e o rapper Jay Z anunciaram a criação de um fundo com foco na África e na índia, com investimento de 500 bitcoins, avaliados em cerca de US$ 23 milhões.
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