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Veja quanto investir em ETF de dividendos para ganhar 1, 5, 10 ou 20 salários mínimos por mês

Para receber um salário mínimo por mês de renda passiva, investidor deve ter R$ 201.788 aportados

Veja quanto investir em ETF de dividendos para ganhar 1, 5, 10 ou 20 salários mínimos por mês
(Foto: Envato Elements)

Os Exchange Traded Funds (ETFs) completam 20 anos de lançamento em junho deste ano. A modalidade já passou por várias transformações e, nos últimos meses, teve o lançamento dos ETFs de dividendos de dois grandes bancos brasileiros, o Nubank (ROXO34) e o Itaú (ITUB4). A modalidade é vista como uma oportunidade de se ter uma renda mensal e com uma diversificação na carteira de uma forma mais barata.

Segundo Renato Eid, líder de estratégias beta & investimento da Itau Asset, os ETFs possuem uma grande transparência no que está sendo comprado, visto que a grande maioria segue um indexador, seja ele o Ibovespa, o IDIV, o ouro ou outros ativos. Olhando exclusivamente para os ETFs de dividendos, Eid diz que eles são vantajosos por terem uma renda passiva mais o rendimento das ações.

“Então, esse ETF acaba tendo um duplo rendimento. Ao longo do tempo, o índice de dividendos da B3 teve um rendimento de 12% ao ano, enquanto o Ibovespa rendeu 8% ao ano”, diz Renato Eid. No entanto, vale lembrar que no curto prazo o investidor pode encontrar muita volatilidade. Segundo informações do Broadcast, o Índice de Dividendos da B3, o IDIV, recua 3,98% no acumulado de 2024.

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Essa baixa nas ações acontece por frustrações do mercado financeiro em relação ao ciclo de corte de juros. No começo do ano, o mercado estimava que a Selic encerraria 2024 em 9%. No entanto, devido à aceleração da curva da inflação brasileira e do não corte de juros EUA, que agora pode ocorrer somente no quarto trimestre, o mercado estima que a Selic deve encerrar o ano cotada a 10,50%. Na quarta-feira passada (19), o Comitê de Política Monetária (Copom) Banco Central pausou o corte de juros e manteve a Selic em 10,50%.

Vale lembrar que os investimentos de risco, como as ações, podem deixar de ser atrativos para muitos investidores com a Selic mais elevada que o esperado. Isso porque aportar em um ativo de risco para ter um rendimento similar ao da renda fixa pode não ser nada positivo, principalmente se há o risco de perder dinheiro.

Entretanto, Andrés Kikuchi, head da NuAsset, lembra que aportar em renda variável é um processo de longo prazo, e que o ideal para o investidor é não se atentar aos rendimentos de curto prazo. “Os ETFs de dividendos, por exemplo, rendem a valorização das ações que fazem parte do índice mais o pagamento de dividendos, o que pode tornar o retorno final para o investimento atrativo”, diz Kikuchi.

Tanto o Nubank como o Itaú lançaram um ETF de dividendos nos últimos meses. O ETF do Itaú foi anunciado no começo de junho com a proposta de ter o Índice de Dividendos da B3 (IDIV) como o indexador a ser seguido. Já o ETF do Nubank tem índice da Bolsa Ibovespa Smart Dividendos B3. O índice foi criado pelo próprio Nubank em parceria com a B3.

O ideal dos ETFs é eles seguirem o rendimento do seu indicador. Por causa disso, Andrés Kikuchi reforça que, para escolher um ETF o investidor deve procurar sempre um fundo que tenha um desvio praticamente próximo de zero. “O ideal é sempre o investidor ver se o ETF está igual ou muito próximo ao indicador”, aponta o especialista.

Sendo assim, o Nubank fez um levantamento de quanto o investidor deve aportar para conseguir receber uma boa renda passiva para a aposentadoria. Atualmente, para receber cerca de 1 salário mínimo por mês (R$ 1.412), o indivíduo deve aportar cerca de R$ 201.788, segundo o levantamento do Nubank.

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O levantamento leva em conta quanto as ações do Ibovespa Smart Dividendos pagaram nos últimos 12 meses em dividendos e quanto elas se valorizaram no período. O rendimento final fica em 21,72%, com cerca de 12,29% da rentabilidade relacionada à valorização das ações e de 8,4% do pagamento de dividendos.

No caso da renda passiva mensal de 1 salário mínimo, com aporte de R$ 201.788, o detentor do ETF teria um pagamento anual de dividendos de R$ 16.944, o equivalente aos R$ 1.412 mensais. Entretanto, além de ganhar com os dividendos, o investidor ainda ganharia em 1 ano por volta de R$ 24.794. O valor viria da valorização da carteira do ETF, que acompanha a alta das ações.

Ou seja, o rendimento final do investidor seria de R$ 41.738, com a soma de R$ 16.944 da renda passiva e os R$ 24.794 da valorização dos ativos. O Nubank também simulou o rendimento do índice do seu ETF em 12 meses para o recebimento de 5 salários mínimos, 10 salários mínimos e 20 salários mínimos mensais. Veja o levantamento completo na tabela a seguir.