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Patrimônio de ETF cresce 300% em três anos e B3 quer alavancar o ativo

O produto soma um patrimônio de R$ 47 bi na B3, que prepara uma plataforma educativa sobre a classe

Patrimônio de ETF cresce 300% em três anos e B3 quer alavancar o ativo
Foto: Pavel Ignatov/Shutterstock
  • De 2018 a junho deste ano, o valor do patrimônio da indústria passou de R$ 12 bilhões para R$ 47 bilhões, um salto de 291,6%
  • Em dezembro de 2020, o número total de investidores era de 245 mil, crescimento de 80,8% em menos de um ano
  • Por outro lado, existem desvantagens. Para os investidores que buscam uma renda proveniente de dividendos, o ETF pode não ser a melhor opção

Um produto que tem marcado presença na carteira dos investidores são os ETFs (exchange traded funds), ou fundos de índice. De 2018 a junho deste ano, o valor do patrimônio da indústria passou de R$ 12 bilhões para R$ 47 bilhões, um salto de 291,6% em três anos. Neste ano, gestoras e corretoras chegaram a zeram taxas para o produto, o que pode alavancar ainda mais o ativo.

Ao todo, segundo boletim da B3 de junho, o número de investidores é de 443 mil, sendo 438 mil apenas os investidores individuais. Em dezembro de 2020, o número total de investidores era de 245 mil, crescimento de 80,8% em menos de um ano.

Além do aumento no número de patrimônio e investidores, observa-se também um crescimento de possibilidades. Só até julho deste ano, 11 novos produtos dessa classe registraram início de negociação na Bolsa. Ao todo, há 41 ETFs de renda variável disponíveis na B3. São opções que vão desde índices amplos, como o Ibovespa e S&P 500, até produtos de setores específicos, como criptomoedas, tendências, biotecnologia e sustentabilidade.

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Com o objetivo de popularizar ainda mais, a B3 divulgou que deve lançar um site educativo focado para essa classe de ativos.

Entre os diversos segmentos de ETF, os que acompanham o Ibovespa representam os mais negociados. Juntos, o BOVA11 e o BOVV11 são 70,42% dos fundos de índice mais negociados na B3.

Segundo levantamento da Quantum Finance, a taxa de administração cobrada pelas gestoras dos fundos atrelados ao Ibov diminuiu de 0,45% para 0,21%, de 2018 a 2021. Para a Quantum, o movimento acontece por consequência do maior apetite dos brasileiros pelos fundos.

Evolução das taxas de ETF
ETF Gestão Taxa de adm por ano (%)
2017 2018 2019 2020 2021
BOVA11 BlackRock 0,54 0,54 0,30 0,30 0,30
XBOV11 Caixa 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50
BOVV11 Itaú 0,30 0,30 0,30 0,30 0,10
BOVB11 Bradesco 0,20 0,20 0,20
BBOV11 BB 0,18 0,18
SAET11 Safra 0,25
BOVX11 XP 0,15
IBOB11 BTG 0,03
Média 0,45 0,45 0,33 0,30 0,21
Fonte: Quantum Finance

 

Maxim Wengert, sócio da Quantum, explica que a gestão menos custosa dos fundos acontece por se tratarem de fundos quase passivos, que procuram acompanhar ou replicar algum índice de mercado com o objetivo de superar algum benchmark. “Muitos ETFs dão acesso a mercados longínquos ou até mesmo a estratégias sofisticadas a um custo baixo”, complementa.

Segundo Renato Breia, analista da Nord Research, o aumento segue uma tendência já observada no mercado externo. Segundo ele, já era esperado um aumento de produtos e de investidores, mas a diminuição das taxas de administração foi uma novidade positiva para o mercado.

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“É preciso entender o que o fundo representa e se a estreatégia faz parte do perfil do investidor. Entre os que acompanham o Ibovespa, é importante avaliar a aderência ao desempenho do Índice”, alerta. Segundo Breia, esses fundos permitem uma “sofisticação de exposição”, seja em setores ou diferentes regiões do mercado internacional.

De acordo com Breia, assim como a participação do produto no mercado americano chegam a captar US$ 500 bilhões, os brasileiros podem esperar mais ofertas dos fundos.

O sócio e economista da VLG Investimentos, Leonardo Milane, explica os benefícios da classe. “Em vez de comprar várias ações de uma empresa, o investidor compra cestas específicas em um mesmo produto. O potencial é imenso visto nos números altos nos últimos anos e por todos os benefícios que os fundos oferecem, como a vantagem de custo e a diversificação em um único ativo”, aponta.

Por outro lado, existem desvantagens. Para os investidores que buscam uma renda proveniente de dividendos, o ETF pode não ser a melhor opção. “Os dividendos e proventos não caem na conta do investidor, mas é reinvestido no próprio fundo. Mesmo com esse fator, o produto explodiu no exterior”, diz Milane.

 

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