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ETFs de ESG disparam no mundo e dão retorno superior ao mercado geral

No Brasil, o número de ETFs de ESGs oferecidos no mercado quadruplicou desde o início de 2020

ETFs de ESG disparam no mundo e dão retorno superior ao mercado geral
Especialista ressalta que a agenda ESG inexoravelmente terá que ser incorporada nos planos de negócios das corporações - Foto: Envato Elements
  • Segundo levantamento da consultoria ETFGI, a alocação de capital nessa categoria de fundos superou a marca de US$ 370 bilhões em 2021, um salto de 84% em relação a 2020

André Marinho – A mobilização mundial sobre a urgência das mudanças climáticas fortaleceu a busca por alternativas mais responsáveis de investimento nos mercados. Prova disso é a popularização dos fundos negociados em bolsas (ETF, na sigla em inglês) com foco em boas práticas de ESG, a sigla que se refere ao conceito de governança ambiental, social e corporativa e que se incorporou de maneira decisiva ao léxico financeiro.

Segundo levantamento da consultoria ETFGI, a alocação de capital nessa categoria de fundos superou a marca de US$ 370 bilhões em 2021, um salto de 84% em relação a 2020. No geral, esses produtos replicam índices de referência que utilizam os critérios de responsabilidade na metodologia de composição da carteira. Dessa forma, permitem aos clientes acesso a uma gama diversa de aplicações.

“Por aliarem tais vantagens à crescente demanda do mercado por companhias comprometidas com a sustentabilidade e resiliência de suas atividades, os ETFs ESG vêm experimentando um crescimento exponencial em todo o mundo”, explica o superintendente de sustentabilidade da B3, Cesar Tarabay Sanches.

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No Brasil, o número de ETFs de ESGs oferecidos no mercado quadruplicou desde o início de 2020 e agora chega a 12, com patrimônio líquido total superior a R$ 2,2 bilhões, de acordo com Sanches. A bolsa brasileira atualmente oferta oito índices de ESG, entre os quais quatro têm algum ETF associado. O Índice Carbono Eficiente (ICO2 B3), especificamente, reúne companhias que integram práticas de descarbonização em seus modelos de negócios e é refletido pelo ECOOO11, gerido pela BlackRock.

Essas referências tendem a ter desempenho superior aos benchmarks do mercado em geral. Nos Estados Unidos, os 13 índices de ESG que seguem ações de empresas com alta capitalização registraram ganhos entre 25,6% e 31,7% em 2021, conforme mostram dados da Morningstar. Sete deles saltaram mais de 30%. Já o S&P 500 teve valorização de 26,9% no ano.

No mercado brasileiro, o ICO2 B3 acumulou avanço de 103,86% desde seu lançamento, em 2010, contra 60,91% do Ibovespa. “Assim, por refletirem o desempenho de tais índices, os ETFs ESG são ideias para qualquer investidor que busque diversificar seu portfólio de forma responsável e consciente, sem renunciar ao retorno financeiro”, destaca Sanches.

A sócia e CEO da consultoria Resultante, Maria Eugenia Buosi, especialista na área, explica que a conformidade com as métricas ESG naturalmente afeta positivamente as métricas financeiras das empresas, com impacto para o acionista. “Quando a companhia olha para a questão ambiental, ela tende a ter um menor risco de acidente, está mais preparada para as mudanças climáticas que estão vindo aí, tende a ser mais eficiente operacionalmente”, exemplifica.

Buosi ressalta que a agenda ESG inexoravelmente terá que ser incorporada nos planos de negócios das corporações. “O pensamento sistêmico das questões ESG abre portas para ter melhor eficiência, melhor relacionamento, criar oportunidades de negócios e redesenhar produtos e serviços”, pontua.

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Entre os produtos mais populares nessa categoria, o ETF ESGB11, do BTG Pactual, segue o Índice S&P/B3 Brasil ESG, que inclui ações com critérios de sustentabilidade com base em metodologia da S&P. São excluídas empresas em atividades comerciais controversas (tabaco, armas e carvão) e as que não cumprem o Pacto Global da ONU, que estabelece princípios básicos nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção. “A ideia por trás desse índice é fomentar a melhora das práticas das empresas”, pontua o head de renda variável da BTG Pactual Asset Management, Will Landers.

Para ele, ainda há muito espaço no País para crescimento dessa modalidade de aplicações. “Esses fundos temáticos ainda não cresceram muito no Brasil. O fato de termos passado de 2 milhões de CPFs registrados na bolsa em 2019 para 5 milhões cria mais usuários para esse tipo de produto. E o ETF é um produto muito bom de entrada”, avalia.

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